03/09/2024 as 12:01

ENTREVISTA

A boa música de Nino Karvan

A capital sergipana prepara-se para a 1ª Semana de Arte, Design e Arquitetura de Aracaju (SADA), que será realizada no período de 10 e 23 de setembro.

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A boa música de Nino Karvan

A capital sergipana prepara-se para a 1ª Semana de Arte, Design e Arquitetura de Aracaju (SADA), que será realizada no período de 10 e 23 de setembro. A mobilização em torno da economia criativa brindará o público de todas as idades com exposições, talks, instalações e intervenções culturais gratuitas, reunindo talentos de diferentes estilos e gerações em vários pontos da cidade. Um desses talentos é o músico, cantor, compositor e artista visual, Nino Karvan, que vai apresentar na Galeria Mario Brito, uma exposição intitulada Manguetons. Isso mesmo! Provavelmente, você já ouviu a boa música de Nino Karvan, mas talvez, não conheça essa outra faceta do artista. Em entrevista exclusiva ao nosso JC SOCIAL, Nino fala sobre sua paixão pelas artes plásticas e dá mais detalhes sobre a sua mostra de vasos em cerâmica que acontecerá de 10 a 23 de setembro na galeria localizada na Rua Vila Cristina, 148, bairro São José.

JC SOCIAL – Como iniciou seu interesse pelas artes plásticas?
Nino Karvan –
 Desde criança, sempre gostei de trabalhar com as mãos, seja com a madeira, com a pintura, etc Além de músico, sou luthier. Inclusive, em 2006, viajei para Pequim, na China, para expor os violões e cavaquinhos que fabricava na época, participando da II Expo Brasil na China.

JC SOCIAL – Quando a cerâmica tornou-se uma de suas atividades?
Nino Karvan – 
A cerâmica é também uma antiga paixão. Desde a infância frequentava o ateliê do mestre Liu, em Simão Dias, minha cidade natal, onde ele me ensinava a fazer pequenas esculturas.  A música sempre foi a minha atividade principal, mas recentemente, retomei a atividade da cerâmica, experimentando e criando, o que resultou nessa pesquisa e na série que será apresentada, com exclusividade, na Galeria Mário Britto.

JC SOCIAL – Como foi o seu processo de pesquisa e experimentação com a cerâmica?
Nino Karvan - 
Há cerca de quatro anos eu comecei a pesquisar na internet sobre as diversas técnicas de cerâmica. Ficava horas vendo vídeos e instigando minha esposa a pesquisar também. Até então, eu trabalhava mais com a madeira. Minha esposa então resolveu botar, literalmente, a mão na massa e eu fui resistindo, pois sabia que seria um mergulho sem volta. (Risos!). Até que, durante uma pós que fiz em Psicologia Analítica, iniciada em 2021, percebi a importância que Jung dava às experiências com a argila e resolvi me jogar. Foram vários experimentos até que cheguei em uma síntese de técnicas que desenvolvi, adaptando o “belisco” e a modelagem e fiz uma série de luminárias. Mário Britto viu o trabalho e me fez o desafio de criar vasos. Daí, nasceu a série Manguetons.

JC SOCIAL – Então, essa não é a sua primeira exposição como artista plástico?
Nino Karvan –
 Será a minha terceira exposição individual. As duas primeiras foram exposições de pinturas, sendo uma em 2012, chamada “Violas e outras modas”, realizada no Café da Gente, no Museu da Gente Sergipana, e a outra chamada Retratos do Inconsciente, realizada em 2022, no Espaço Alquimia, ambas em Aracaju. Além disso, já participei de algumas coletivas.

JC SOCIAL – Qual a sua inspiração para essa coleção?
Nino Karvan –
 A minha inspiração, nessa exposição, é o ecossistema dos manguezais, as cores da flora e da fauna sergipanas, as texturas da lama, dos troncos, enfim, todo o universo de formas e cores do manguezal me inspiram muito nessa coleção.

JC SOCIAL – O que o público pode esperar dessa exposição?
Nino Karvan –
 A total entrega de um artista, colocando em cada obra, um pouco de sua alma através de uma explosão de formas e cores, que muitas vezes nos passam despercebidas, mas que nos arrebatam quando dedicamos um tempo, um olhar mais apurado. O resultado? Arte!