27/01/2025 as 11:33

ENTREVISTA

Pediatra fala sobre viroses no verão

Durante a estação mais quente do ano, as pessoas tendem a cuidar menos da saúde, como, por exemplo, ter uma alimentação desequilibrada e uma rotina mais bagunçada.

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Vômito, diarreia, febre… Quando esse conjunto de sintomas surge no corpo, pode apostar em um quadro de virose. As conhecidas infecções gastrointestinais são desencadeadas por diferentes tipos de vírus, apresentam sinais característicos e podem ser evitadas com alguns hábitos adotados em nosso cotidiano. Com a chegada do verão, cresce o número de diagnósticos de viroses. Durante a estação mais quente do ano, as pessoas tendem a cuidar menos da saúde, como, por exemplo, ter uma alimentação desequilibrada e uma rotina mais bagunçada. Essas mudanças podem enfraquecer o organismo, deixando ele mais suscetível a doenças, como as viroses. Para falar um pouco sobre o assunto, convidamos a médica pediatra do Complexo de Saúde do Hospital São Lucas, Dra. Daniele Moisés, para falar sobre as viroses de verão. Confira os principais trechos da entrevista dessa semana.

JC SOCIAL - Quais são os tipos de viroses mais comuns nessa época?
DRA. DANIELE MOISÉS -
Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, período do verão, são mais comuns os quadros virais caracterizados por diarreia aguda e vômitos. Nas viroses gastrointestinais os sintomas mais comuns são náusea, vômito e diarreia que não tem presença de sangue. As crianças podem evoluir com complicações como desidratação, distúrbios metabólicos e sangue nas fezes. Desta forma também é possível observar crianças com resfriados e quadros gripais secundários a rinovirus, influenza, coronavírus. E ainda dentre os quadros respiratórios também podemos observar alguns casos de bronquiolite pelo vírus sincial respiratório.

JC SOCIAL - Quais os fatores que contribuem para esses casos?
DRA. DANIELE MOISÉS -
Hoje é de conhecimento comum que os cuidados de higiene como lavagem de mãos são muito importantes para redução do contágio dos vírus. Até mesmo as crianças incorporaram o hábito saudável de higienizar as mãos com álcool a 70% e lavar com água e sabão sempre que possível. Da mesma forma, agem com naturalidade frente a necessidade do uso de máscaras quando apresentam algum sintoma. Sem dúvidas, o contato direto de pessoas saudáveis com pessoas doentes é a principal forma de contágio e devemos lembrar também da ingesta de alimentos e água contaminada.

JC SOCIAL - Crianças e adolescentes estão mais suscetíveis as viroses? Idosos também?
DRA. DANIELE MOISÉS - 
As crianças , principalmente recém-nascidos, estão susceptíveis devido à imaturidade do sistema imunológico e por ainda não estarem com a cobertura vacinal completa. Além disso, costumam frequentar creches e escolas, onde o contato com outras crianças aumenta a chance de transmissão de vírus. Já os idosos passam pelo processo de imunossenescência (enfraquecimento) do sistema imunológico caracterizado pela redução da produção e eficiência de células imunológicas, como linfócitos t e b. além disso, idosos  frequentemente possuem doenças crônicas (diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca), que comprometem ainda mais a capacidade do organismo de combater infecções.

JC SOCIAL - Quais os principais sintomas?
DRA. DANIELE MOISÉS - Os sintomas podem variar a depender do sistema afetado de acordo com o descrito a seguir: Sintomas Respiratórios, Coriza (nariz escorrendo), Congestão nasal, Espirros. Tosse (seca ou produtiva). Desconforto respiratório Chiado no peito, Febre, geralmente moderada, dor de garganta e rouquidão./ Sintomas Gastrointestinais, diarreia (fezes líquidas ou amolecidas), vômitos, dor abdominal, perda de apetite, febre/ Sintomas de Exantema (Erupção Cutânea), manchas ou bolhas na pele, frequentemente acompanhadas de febre (ex.: roséola, sarampo, doença mão-pé-boca) e coceira ou irritação da pele/  Sintomas Sistêmicos, febre (pode ser baixa, moderada ou alta, dependendo da infecção), fadiga e prostração, dor muscular (mialgia), irritabilidade ou choro excessivo (em bebês).

JC SOCIAL - Tem como prevenir?
DRA. DANIELE MOISÉS - Vacinação: Atualizar o calendário vacinal, incluindo vacinas contra vírus respiratórios (como Influenza e VSR ). Higiene das mãos: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão. Uso de máscaras; Não levar crianças sintomáticas para escolas e creches; Manter ambientes arejados: Evitar locais fechados e mal ventilados, especialmente em períodos de surtos virais. Alimentação equilibrada: Garantir nutrientes essenciais para fortalecer o sistema imunológico.