Corretor de imóveis é uma carreira em transformação digital

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O Dia do Corretor de Imóveis foi celebrado em 27 de agosto. Desde que a profissão foi regulamentada, muita coisa mudou e melhorou para aquele que faz a intermediação, orienta e auxilia na compra e venda de imóveis. Mas qual será o futuro dessa profissão na era digital? De acordo com a Pesquisa Paradigma Digital, realizada pela Talenses e Digital House, 85% das empresas do setor de serviços estão em busca de profissionais digitais. “A procura tão grande se explica não apenas por uma aposta maior em pessoas com habilidades tecnológicas, mas é, sobretudo, um indicativo da transformação digital no mercado de trabalho”, explica Livia Rigueiral, CEO do Homer.

Segundo Livia Rigueiral, de fato, muitas profissões estão passando por mudanças drásticas no que diz respeito às funções e ao impacto gerado da sociedade. Uma delas é a do corretor de imóveis. “Se antes a imagem que tínhamos deste profissional era de alguém avesso à tecnologia, atualmente o cenário é o oposto. Na verdade, hoje, é difícil imaginar um corretor que não reconheça o benefício da tecnologia no trabalho dele”, avalia.

Para dar clareza a estes panoramas tão distintos, para a especialista, vale fazer uma comparação: tradicionalmente, os corretores trabalhavam com uma cartela de clientes e imóveis bastante restrita, voltada a uma região específica ou área de atuação do interesse dele, como venda ou aluguel. Em contrapartida, hoje, com a ajuda da tecnologia, é possível que um mesmo corretor tenha acesso a um portfólio infinitamente maior de imóveis e tenha a oportunidade de fechar mais parcerias com outros corretores a partir do uso de apps que facilitam o trabalho. Atualmente, o corretor trabalha como um verdadeiro curador de sugestões de imóveis.

Livia Rigueiral complementa que estes aplicativos ajudam a conectar corretores e servem como ambiente seguro para negociações imobiliárias. “Ao colocar o profissional no centro das atenções, tais iniciativas valorizam o trabalho do corretor e permitem que eles tenham mais agilidade no dia a dia, além de servir como ferramentas gratuitas de networking”, argumenta. Neste sentido, ela aponta, a tecnologia, que, antes, era vista como uma ameaça à profissão do corretor, hoje, deve ser entendida como uma facilitadora e uma ferramenta que pode ajudar corretores a impulsionar as vendas.

Ajuda de especialista
Como as pessoas compram e vendem um imóvel poucas vezes na vida delas, e uma vez que as opções são imensas devido ao acesso facilitado a informações pela internet, é ainda mais importante que o cliente conte com a ajuda de um especialista no assunto para auxiliar no momento da escolha. “É como em um restaurante com cardápio muito variado: o cliente costuma ter dúvidas sobre o que pedir e, então, conta coma ajuda de quem entende – neste caso, o garçom”, compara Livia.

Além disso, a executiva esclarece, a transformação digital ainda permitiu que o trabalho do corretor se tornasse mais humano e produtivo. Como as aplicações digitais liberam o profissional de tarefas repetitivas para se concentrar nas reais necessidades de quem o procura para comprar ou vender um imóvel, a tendência é que o corretor tenha mais condições de estabelecer relacionamentos de confiança com toda a cartela de clientes dele. “Neste sentido, é ainda mais importante que o corretor saiba estabelecer conexões genuínas com os clientes, exercendo empatia genuína e entendendo a fundo do que cada pessoa precisa”, analisa.

Para Livia, assim como qualquer carreira em transformação digital, como é o caso do marketing, finanças e RH, o corretor de imóveis deve ser inovador, desenvolver habilidades de aprendizado contínuo e ter facilidade de adaptação, e dar uma especial atenção para a necessidade de reciclagem constante, com a participação de cursos, palestras e eventos de aperfeiçoamento profissional. “Aprender nunca é demais”, reforça.