09/09/2019 as 13:05
MERCADOProduto permite redução de taxas de juros em relação às medidas de mercado e valerá para financiamento de imóveis residenciais
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Representantes da Caixa Econômica Federal se reuniram com os integrantes da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado imobiliário de Sergipe (Ademi/SE) no dia 3 de setembro, no Del Mar Hotel, na Orla da Atalaia, em Aracaju. O objetivo foi prestar esclarecimentos sobre a linha de financiamento habitacional com atualização do saldo devedor pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A contratação de crédito imobiliário com índice de preços foi regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o enquadramento dele foi ampliado para os financiamentos de imóveis residenciais no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
Com a adoção do IPCA nos contratos, a Caixa reduziu os juros na ponta. O efeito é que, nas simulações do Banco, as prestações iniciais ficarão mais baixas. A taxa mínima para imóveis residenciais enquadrados nos SFH e SFI será de IPCA+2,95% ao ano (a.a.) e taxa máxima será de IPCA+4,95% a.a. As taxas valem para novos contratos e já estão vigentes desde o dia 26 de agosto.
Vale destacar que os contratos de financiamento habitacional com atualização pelo indexador IPCA seguirão as seguintes condições: prazo máximo de 360 meses e quota máxima de financiamento de 80%. Segundo Tarcízio Andrade, gerente regional de Construção Civil da Caixa, a decisão quanto à aplicação da correção será do cliente.
Outra vantagem desta operação é que a Caixa vai poder vender parte desse crédito de uma maneira mais fácil. As simulações já podem ser realizadas no site da Caixa, onde o cliente pode comparar os juros e condições para o financiamento. Além disso, as novas taxas variam de acordo com o nível de relacionamento do cliente com o Banco. Mas atente-se: uma vez escolhida a correção pelo IPCA, não será possível fazer portabilidade para financiamentos com outro tipo de correção, como a TR.
Segundo Diego Carraro, superintendente regional da Caixa em Sergipe, essa é uma nova opção para o financiamento com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SPBE). “A vantagem é tanto a redução do prazo quanto da parcela para o cliente, dando mais possibilidade para mais clientes, mais pessoas fazerem o financiamento habitacional e conquistarem o sonho da casa própria”, resume.
Redução da prestação
Com a adoção do IPCA, haverá queda de 35% no valor da prestação no caso de um financiamento com taxa mais cara (4,95%). Isso na comparação com os contratos tradicionais, ligados à TR. No caso de contratos com taxa mais barata (2,95%), para clientes com relacionamento com o Banco, a queda no valor da prestação foi estimada em 51%. “Quem já fez a simulação percebe que fica metade do valor de uma simulação normal”, revela Tarcízio Andrade. Além disso, de acordo com ele, a redução do custo do crédito é algo que terá impacto no crescimento econômico do País nos próximos anos. “Com a medida, o Brasil vai gerar mais emprego, mais crédito e vai movimentar a economia”, avalia.
Os novos contratos indexados ao IPCA valerão para novos financiamentos e serão opcionais. Quem quiser, poderá fechar contratos com atualização pela TR. A diferença é que, nos contratos atrelados à TR, as prestações iniciais tendem a ser maiores. Para analistas, porém, empréstimos para a compra da casa própria corrigidos pela inflação representam risco, porque, se o IPCA aumentar no período do contrato, o custo do financiamento também aumentará.
A expectativa da Caixa e do governo de que a novidade também permita o aumento do volume de recursos disponível para financiamento imobiliário. Isso porque os contratos indexados ao IPCA terão maior aceitação no mercado e poderão ser renegociados com terceiros pelo Banco. É a chamada securitização. Os recursos arrecadados serão uma nova fonte para o financiamento imobiliário. “Estão abrindo novas perspectivas para o mercado imobiliário, porque é uma nova fonte de recursos que está entrando: fundo de pensões, dinheiros externos. Além do SPBE, que é a poupança, e do FGTS, tem muito poucos recursos próprios dos bancos. Então, a tendência é ter mais recursos. E se tem mais recursos, tem mais obras, tem mais empregos e a economia volta a crescer”, analisa Henrique Côrtes, presidente da Ademi/SE.