Estudo aponta aumento no preço dos aluguéis

Quem mora em um imóvel alugado já deve ter percebido que mesmo com a pandemia os preços em vez de diminuírem estão sofrendo alta. Este fato pode ser explicado através de um estudo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que fala sobre o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M). Os dados mostram que nos últimos 12 meses o IGP-M atingiu 24,52% de inflação acumulada, índice seis vezes maior do que o acumulado em novembro de 2019.

Com esse cenário, e com o mercado imobiliário fortemente abalado pela crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, especialistas recomendam que as partes busquem uma solução negociada na hora de calcular o reajuste. De acordo com o professor e economista Neidázio Rabelo, o IGP-M tem a finalidade medir os preços mês a mês, é um índice da FGV – bem antigo – e reúne os preços do mercado do dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte e faz uma comparação preço a preço, segmento a segmento e produto a produto e calcula o valor atualizado desses produtos com relação a renda da população. “Esse índice vai fornecer a variação de vários contratos, entre eles está o aluguel e a conta de luz. Também serve para contratos do governo e de investidores.

Falando especificamente sobre os contratos de aluguéis, há diferença entre eles, já que há o aluguel doméstico, comercial e o industrial e os alugueis voltados para o funcionamento de órgãos governamentais e há como parâmetro de reajuste dos pagamentos o IGP-M”, explica. Neidázio acrescenta que esse índice faz o apanhado de toda a cadeia de produção, desde a matéria-prima de um determinado produto, a venda, custo de transformação, até a finalização do produto e venda para os comerciantes e o consumidor final. “Todos esses preços são monitorados, não só o IGP-M, que é o custo final do consumidor. Mas nesse último ano, com a pandemia, houve uma retração grande do comércio e do setor de produção e matéria-prima, pois fechou tudo de uma hora para outra.

Aí, quando voltou, voltou com a ajuda emergencial, e os estoques que estavam prontos começaram a ser vendidos de forma acelerada, e isso vem ocasionando a falta de diversos insumos e que impacta também neste setor”, disse. O que é o IGP-M? O IGP-M é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias- -primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC). 4,77% sob influência de passagens aéreas avançaram 23,74% nesta apuração. Por fim, no INCC destacam-se materiais e equipamentos, cujos preços avançaram em média 2,97% no mês e 9,67% em 12 meses”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.