18/01/2019 as 19:33
Fórum Econômico MundialO Fórum Econômico Mundial ocorre entre 22 e 26 de janeiro
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O governo dos Estados Unidos (EUA) anunciou nessa quinta-feira (17) que o presidente Donald Trump decidiu cancelar a viagem da delegação americana à cidade de Davos, na Suíça, onde representantes de vários países se reúnem na próxima semana para o Fórum Econômico Mundial.
A Casa Branca justificou que as autoridades são necessárias em Washington para lidar com a paralisação que atinge vários setores do governo. Em seu 27º dia, o chamado shutdown já é o mais longo da história do país.
"Em consideração aos 800 mil trabalhadores americanos que não estão recebendo pagamento e para garantir que sua equipe possa ajudar como necessário, o presidente Trump cancelou a viagem ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em comunicado.
O secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, deveria chefiar a delegação de cinco pessoas, que incluía o secretário de Estado, Mike Pompeo, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, o representante comercial dos Estados Unidos Robert Lighthizer e o assessor de Trump Chris Liddell.
Na semana passada, o próprio presidente já havia anunciado que não participaria do evento em Davos, também usando como justificativa a paralisação parcial que atinge o governo.
O Fórum Econômico Mundial ocorre entre 22 e 26 de janeiro e, neste ano, terá como tema principal a globalização na era da quarta revolução industrial, caracterizada por fenômenos como a inteligência artificial, a nanotecnologia e a aceleração da indústria robótica.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, comparecerá ao evento, em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte, e da Espanha, Pedro Sánchez, também têm presença confirmada.
Tensão
Nessa quinta-feira, Trump negou à presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, o uso de aeronave oficial para uma viagem ao exterior.
"À luz dos 800 mil trabalhadores americanos que não recebem pagamento, tenho certeza que você concordaria que adiar esse evento de relações públicas é totalmente apropriado", escreveu o presidente em carta à deputada democrata.
Pelosi e outros congressistas fariam uma viagem oficial, em um avião militar, para a Bélgica, onde se reuniriam com líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e para o Afeganistão, onde visitariam tropas americanas. A decisão de Trump foi tomada momentos antes de os parlamentares embarcarem.
Um porta-voz de Pelosi informou que a viagem à Bélgica pretendia "afirmar o compromisso dos Estados Unidos com a Otan", aliança militar que é alvo frequente das críticas do presidente.
Já a visita ao Afeganistão visava a obter "informações críticas de inteligência e segurança nacional dos que estão na linha de frente". O porta-voz, inclusive, lembrou uma viagem que Trump fez ao Iraque em 26 de dezembro, pouco depois do início da paralisação do governo.
Alguns viram a decisão do líder republicano como uma retaliação a Pelosi, que na véspera pedira ao presidente que adiasse seu tradicional discurso sobre o Estado da União, previsto para 29 de janeiro, até que a paralisação do governo seja resolvida.
Governo paralisado
Em 22 de dezembro, o governo americano deu início ao fechamento de cerca de um quarto de seus serviços, depois de republicanos e democratas não terem chegado a um acordo orçamentário no Congresso sobre as exigências de Trump para o financiamento de um controverso muro na fronteira com o México.
Embora dias antes os parlamentares tivessem concordado com um orçamento, o presidente se negou a assiná-lo, uma vez que o documento não incluía os mais de US$ 5 bilhões que ele havia exigido para a construção do muro, levando assim à atual paralisação.
O shutdown atinge agências de dez departamentos do governo federal, incluindo Transporte e Justiça, assim como dezenas de parques nacionais.
Além disso, afeta cerca de 800 mil dos 2,1 milhões de funcionários do governo, que pararam de receber seus salários. Deles, 420 mil têm que comparecer ao trabalho, em serviços considerados "essenciais", enquanto o restante permanece em casa. (Agência Brasil).
*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)