11/11/2019 as 15:43

DECLARAÇÕES

Líderes da América Latina se manifestam após renúncia de Evo Morales

Maioria concorda com a necessidade de novas eleições

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No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em seu twitter na noite de ontem, 10, que as denúncias de fraudes nas eleições culminaram na renúncia de Evo Morales. "A lição que fica para nós é a necessidade, em nome da democracia e transparência, contagem de votos que possam ser auditados. O VOTO IMPRESSO é sinal de clareza para o Brasil!", disse Bolsonaro.

No Equador, nota divulgada pelo ministério das Relações Exteriores, enfatiza que a auditoria da OEA não deixou dúvidas: "as eleições presidenciais de 20 de outubro sofreram graves erros, manipulação informática e de transparência e, portanto, seus resultados carecem de legitimidade". A nota diz ainda que o governo equatoriano confia que "a vocação pacífica e democrática do povo boliviano contribuirá para a restauração completa do sistema democrático no âmbito da Constituição e da lei, com a organização de novas eleições livres, transparentes, convocadas por um tribunal eleitoral renovado e acompanhadas da participação de países amigos, OEA e outros mecanismos internacionais".

O governo peruano segue na mesma linha, pedindo a realização de novas eleições, em um processo "com as devidas garantias de transparência e acompanhamento da Organização dos Estados Americanos e de outras instâncias internacionais".

O governo do Chile expressou preocupação com a interrupção do processo eleitoral e com a crise pela qual a sociedade boliviana está passando. E apelou "por uma rápida solução pacífica e democrática, no âmbito da Constituição e das leis do Estado Plurinacional da Bolívia".

Na vizinha Argentina, o presidente eleito Alberto Fernández, que tomará posse dentro de um mês, também classificou a situação como golpe de Estado. Ele escreveu no twitter: "Na Bolívia foi consumado um golpe de estado como resultado de ações conjuntas de civis violentos, pessoal policial isolado e passividade do exército. É um golpe perpetrado contra o Presidente @evoespueblo, que pedia um novo processo eleitoral".

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina publicou nota na qual afirma que diante da renúncia de Morales, o governo argentino apela aos atores políticos e sociais pela preservação da paz e do diálogo. E conclui que novas eleições "com o acompanhamento de países da região, bem como de organizações internacionais e observadores imparciais, é a melhor maneira de superar, com total transparência e espírito democrático, a atual crise que afeta ao povo irmão boliviano".

No Uruguai, o governo considerou que houve golpe na Bolívia. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o colapso do Estado de Direito na Bolívia forçou o presidente Evo Morales a sair do poder e mergulhou o país no caos e na violência. "O Uruguai considera que não há argumento que possa justificar esses atos, em particular, tendo Morales anunciado algumas horas antes sua intenção de convocar novas eleições, com base no relatório produzido pela missão eleitoral da Organização dos Estados Americanos".