Trump ameaça cancelar licenças de TVs e rádios que criticam governo

Jim Watson/AFP

Enquanto aplica sanções ao Brasil alegando defender a liberdade de expressão, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaça cancelar as licenças de emissoras de rádio e televisão que criticam o governo dele.

A declaração ocorre após o assassinato do militante de extrema-direita Charlie Kirk, em Utah, e em meio a críticas do apresentador Jimmy Kimmel ao episódio. Sob pressão da Casa Branca, a emissora ABC retirou o programa de Kimmel do ar “indefinidamente”. O chefe da FCC teria pedido que afiliadas da ABC “reagissem” diante do episódio.

A suspensão gerou protestos e críticas de democratas e organizações civis, que veem no episódio uma ameaça à liberdade de expressão. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) classificou a ação como abuso de poder. Segundo Christopher Anders, diretor da Divisão de Democracia e Tecnologia da ACLU, outras emissoras estão alterando sua programação devido à pressão da Casa Branca.

Trump também criticou Kimmel, alegando que o apresentador não é talentoso e que deveria ter sido demitido. “Você pode chamar isso de liberdade de expressão ou não, ele foi demitido por falta de talento”, afirmou.

NO BRASIL

O governo Trump sanciona o Brasil e ameaça usar “força militar” para proteger a liberdade de expressão no país. A taxação de 50% sobre parte das exportações brasileiras e a sanção contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, são justificadas, em parte, por suposta violação da liberdade de expressão da oposição e contra redes sociais dos EUA. As ações são vistas pelo governo norte-americano como resposta à atuação do STF contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.