07/01/2021 as 12:16

SETOR

Agropecuária sergipana encerra o ano com balanço positivo

Setor destaca crescimento de cadeias produtivas e recuperação da pecuária

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Agropecuária sergipana encerra o ano com balanço positivo

Apesar do ano difícil com a pandemia de Covid-19, o setor agropecuário não parou, diferente de outros segmentos, e vem apresentando crescimento em várias cadeias produtivas. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), a estimativa de safra indica que a produção total de grãos será 27% superior à safra de 2019, com expectativa de 883 mil toneladas produzidas, conforme previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos exemplos significativos é o cultivo de milho, que tem crescido em produção e produtividade ao longo dos anos. Já na criação de animais, a cadeia produtiva que se destaca é a pecuária leiteira. Em se tratando de volume de produção, a cana-de-açúcar ainda ocupa a posição de destaque, com dois milhões de toneladas. Esse volume de produção previsto para 2020 apresenta crescimento de 13% em relação ao ano anterior e posiciona Sergipe como o sexto maior produtor do Nordeste.

Outra cultura que vem se destacando é a produção de batata-doce. Segundo levantamento feito pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Sergipe ocupa o primeiro lugar no ranking de estados do Nordeste, como maior produtor de batata-doce da região. De acordo com a pesquisa estadual no período compreendido entre 2009 e 2018, o Estado foi responsável por 17,4% de toda a produção do cultivo na região, com pouco mais de 38.070 toneladas numa área colhida de 3.187 hectares. O cultivo da laranja, com estimativa de 360 mil toneladas em 2020, também mantém o Estado no ranking como 5º produtor nacional e 2º do NE. Outras culturas podem ser citadas como importantes, a exemplo da produção de coco, com 218.421 frutos/ ano; e a mandioca, com produção de 151.739t/ano.

PRODUÇÃO DE GRÃOS
O protagonismo na produção de grãos é do cultivo de milho. Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), publicado pelo IBGE em 10 de novembro, mantém a estimativa de 847.797 toneladas de milho para a safra 2020 em Sergipe. De acordo com o secretário de Estado da Agricultura (Seagri), André Bomfim, se a previsão se confirmar, será safra recorde de Sergipe; a maior dos últimos de 25 anos, representando um aumento de 29,3% da produção em relação ao ano passado. “O recorde também será contabilizado no rendimento médio de 5.509 kg/ha, que significa maior produtividade. A área colhida (154.893 ha) também será 11,8% maior que o ano passado. Mas não se pode deixar de citar a produção de arroz que, com safra 2020 prevista em 31 mil toneladas, mantém a média de anos anteriores e situa Sergipe como terceiro maior produtor do NE, logo depois do Maranhão e Piauí. São resultados muito interessantes para o nosso Estado”, avalia o secretário.

PRODUÇÃO ANIMAL
A cadeia produtiva animal foi afetada pela pandemia de Covid-19, mas apresentou grande capacidade de recuperação. O principal rebanho é o de bovinos, com pouco mais de um milhão e quatrocentos mil animais e, dentro dele, a cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes. A partir do mês de julho houve uma procura maior pelo produto e os preços voltaram a ficar positivos para os pecuaristas. A produção sergipana é de aproximadamente um milhão de litros por dia, e os preços voltaram a ficar bons para o produtor [entre R$ 1,60 e R$ 2,00 por litro], movimentando, portanto, algo em torno de R$ 2 milhões diariamente, sem contar com derivados, como queijos, soro e tudo o que é beneficiado nos laticínios. A criação de ovinos também é uma importante fonte de renda para os agricultores, considerando a sua grande adaptabilidade às condições do semiárido e a baixa exigência de grandes áreas para exploração, devido ao pequeno porte. “Além de possuir um mercado consumidor sempre crescente, o preço é bastante atrativo para os vendedores grandes, dadas às condições favoráveis para a produção de alimentos de alto valor biológico (carne, leite e vísceras) e pele de excelente qualidade”, explica André Bomfim. O rebanho estadual em 2019 foi de 165.269 ovinos (a média anual é 160 mil animais) e 21.964 caprinos (média anual de 21.401 animais).

AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Na avaliação da Seagri, a agropecuária sergipana vivencia um ciclo virtuoso. Além das boas condições climáticas, o governo estadual tem contribuído com investimentos em genética e manejo do gado leiteiro, assistência técnica e equipamentos. Dentre as políticas públicas realizadas pela Seagri, Pronese, Emdagro e Cohidro estão: o Programa de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), que inseminou 1.690 vacas nos últimos dois anos e continua em 2020, com mais 450 animais; a oferta de irrigação pública e Ater para produção contínua nos perímetros irrigados; milhões investidos em diversas cadeias produtivas através do Projeto Dom Távora; a entrega de três milhões de raquetes de palma a 872 produtores de 12 municípios, e a distribuição de sementes de milho; crédito fundiário; o trabalho de defesa animal com grande adesão dos pecuaristas, que coloca Sergipe há 25 anos como status de área livre da febre aftosa, assegurando a sanidade do rebanho sergipano.

Também se destacam os incentivos, como a redução do ICMS do milho de 12% para 2%, a isenção do ICMS dos derivados do leite e a regularização de queijarias. Como um dos principais gargalos do setor agrícola em 2020 foi a comercialização, André afirma que o governo estadual investiu no escoamento da produção com incentivos do Programa Estadual de Aquisição de Alimentos (PAA) da agricultura familiar. “Ainda no primeiro semestre, demos início às entregas dos alimentos produzidos nos perímetros irrigados ao PAA da Conab. A ação injetou cerca de R$ 600 mil para os agricultores irrigantes e destinou mais de 200 toneladas de alimentos para populações em vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Outros dois PAAs foram realizados pelo Governo do Estado: um PAA no valor de R$ 700 mil do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Funcep); outro PAA executado pela Seias com R$ 3 milhões do Ministério da Cidadania; e mais um PAA com investimento de R$ 130 mil fruto da parceria entre o Governo do Estado e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida)”, detalha o secretário. A conclusão da Central de Abastecimento de Itabaiana (Ceasa) também foi uma ação importante, trazendo 600 postos de trabalho e a estimativa de internalização de 6.800 toneladas de alimentos hortifrúti e carnes de modo geral.