05/12/2018 as 13:55

PETROBRAS

Lava Jato abre 57ª fase e mira pagamento de propina de R$ 31 milhões

De acordo com a PF, a empresas investigadas efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras nos montantes.

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Lava Jato abre 57ª fase e mira pagamento de propina de R$ 31 milhõesFoto: Divulgação

A Lava Jato abriu a 57ª fase da Operação Lava Jato, apelidada de Sem Limites, nesta quarta-feira (5). A Policia Federal investiga o pagamento de pelo menos US$ 31 milhões em propinas para operadores e funcionários da Petrobras, nos anos de 2009 a 2014. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as esportulas foram financiadas pelas maiores empresas de petróleo estatal ou estrangeiras e derivados, que são conhecidos como tradings.

Vitol, Trafigura e Glencore estão entre as investigadas. A suspeita é que, durante 2011 e 2014, elas fizeram pagamentos de propinas nos valores de US$ 5,1 milhões, US$ 6,1 milhões e US$ 4,1 milhões.

“As provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propina a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência”, diz o MPF.

“Os subornos beneficiavam funcionários da gerência executiva de Marketing e Comercialização, subordinada à Diretoria de Abastecimento. As operações de trading (compra e venda) e de locação que subsidiaram os esquemas de corrupção foram conduzidas pelo escritório da Petrobras em Houston, no estado do Texas, nos Estados Unidos, e pelo centro de operações no Rio de Janeiro”, acrescenta.

A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, integrante da força-tarefa Lava Jato no MPF em Curitiba, informou que “as operações da área comercial da Petrobras no mercado internacional constituem um ambiente propício para o surgimento e pulverização de esquemas de corrupção, já que o volume negociado é muito grande e poucos centavos a mais, nas negociações diárias, podem render milhões de dólares ao final do mês em propina”.

As investigadas comercializam diretamente e indiretamente com a Petrobras, no mercado internacional. “Somente a Trafigura, entre 2004 e 2015, realizou cerca de 966 operações comerciais com a Petrobras, as quais totalizaram o valor de aproximado de US$ 8,7 bilhões”, diz o MPF.
O procurador da República Athayde Ribeiro Costa ressalta que “trata-se de esquema criminoso praticado ao longo de anos, com envolvimento de empresas gigantes de atuação internacional, parte delas com faturamento maior que o da própria Petrobras. Foram corrompidos funcionários da estatal, com evidências de que ao menos dois ainda estão em exercício, para que as operações de compra e venda de derivados de petróleo favorecessem estas empresas. Os ilícitos estão sujeitos a punições no Brasil e no exterior”.

Caso seja provado que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, ocultou informações sobre o esquema que aconteceu durante sua supervisão. Ele poderá ter seu acordo com o MPF revisto.

A PF, desde as primeiras horas da manhã de hoje, ordenou 11 mandados de prisão, todos Rio de Janeiro, além 26 buscas e apreensões.

Fonte: Agência Brasil