Justiça Federal do Ceará suspende nomeação do novo presidente da Fundação Palmares

A nomeação do jornalista Sérgio Nascimento Camargo como presidente da Fundação Cultural Palmares foi suspensa nesta quarta-feira, 04. A decisão foi tomada pelo juiz Emanuel Guerra, da Justiça Federal de Sobral, no Ceará.

O então recém nomeado presidente da Fundação causou polêmica nos últimos dias ao dar declarações, em suas redes sociais, sobre questões ligadas ao racismo e a escravidão no Brasil em que dizia que “não há racismo real” no país e que a escravidão dos povos africanos em território brasileiro, que durou mais de três séculos, foi, nas palavras dele, “benéfica para os descendentes”.

Na decisão do magistrado,  as declarações do jornalista "têm o condão de ofender justamente o público que deve ser protegido pela Fundação Palmares". E que, segundo publicado pela Revista Valor Econômico no final da tarde de hoje, "contraria frontalmente os motivos determinantes para a criação daquela instituição e a põe em sério risco, uma vez que é possível supor que a nova presidência, diante dos pensamentos expostos em redes sociais pelo gestor nomeado, possa atuar em perene rota de colisão com o princípio constitucional da equidade", escreveu.

Ainda de acordo com a publicação, a decisão atendeu a um pedido feito pelo advogado Hélio Sousa Costa, por meio de ação popular. Anulando, assim, o ato da Casa Civil.

No entanto, ainda conforme publicado pelo Valor Econômico, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse que, até o momento, não foi intimada da decisão, mas que já estuda o recurso cabível para manter Camargo no cargo.

|Com informações do Valor Econômico

||Foto: Reprodução/Internet