18/07/2024 as 14:07

DADOS NACIONAIS

Dois municípios de SE lideram mortes provocadas pela polícia

Itabaiana e Lagarto estão entre os munícipios brasileiros com mais mortes provocadas pela polícia em 2023.

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Dois municípios de SE lideram mortes provocadas pela políciaMarcelo Camargo/ABr

O Brasil registrou 6.393 mortes por intervenções policiais em 2023, o que representa 3,1 mortes por 100 mil habitantes, de acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Embora o número seja 1% menor do que o de 2022, a letalidade policial no país aumentou 188,9% nos últimos dez anos.

O anuário destacou que Itabaiana e Lagarto, municípios de Sergipe, estão entre as cidades com as maiores taxas de letalidade policial. Itabaiana registrou 28 mortes por 100 mil habitantes, e Lagarto registrou 18,7 mortes por 100 mil habitantes. Em termos de porcentagem, 63% das mortes violentas em Itabaiana e 54,3% em Lagarto foram causadas por intervenções policiais.

De acordo com a publicação, as cidades com as maiores taxas de letalidade policial são Jequié (BA), com 46,6 mortes por 100 mil habitantes, seguida por Angra dos Reis (RJ), com 42,4; Macapá (AP), com 29,1; Eunápolis (BA), com 29,0; Itabaiana (SE), com 28; Santana (AP), com 25,1; Simões Filho (BA), 23,6; Salvador (BA), 18,9; Lagarto (SE), 18,7; e, Luís Eduardo Magalhães (BA), 18,5.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é baseado em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civil, militar e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. O chamado índice de mortes violentas intencionais (MVI) inclui as vítimas de homicídio doloso, dentre elas, as vítimas de feminicídios; vítimas de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte; de lesão corporal seguida de morte; e, mortes decorrentes de intervenções policiais.

A publicação mostra ainda que 127 policiais foram assassinados em 2023, o que representa uma queda de 18,1% em relação a 2022. A maioria deles, 57%, morreu fora do horário de serviço. Ao todo, 69,7% eram negros, 51,5% tinham de 35 a 49 ano e 96% eram homens. O número de suicídios entre policiais aumentou nesse período. Ao todo, foram 118 suicídios entre os policiais, o que significa um aumento de 26,2% em um ano.

Perfil das vítimas 

Segundo o anuário, as vítimas de intervenções policiais que resultaram em morte foram predominantemente pessoas negras, que representam 82,7% do total. A taxa de mortalidade dos negros, quando comparada à dos brancos, é 3,5 de pessoas negras contra 0,9 de pessoas brancas. A publicação destaca ainda que o risco relativo de um negro morrer em uma intervenção policial é 3,8 vezes superior ao de um branco. Entre os policiais mortos, a maioria também é negra.

Outro dado divulgado no anuário mostra que foram registrados no país 11.610 casos de crime de racismo em 2023, o que representa um crescimento de 77,9% em relação a 2022. Os crimes de racismo por homofobia ou transfobia também cresceram, tiveram um aumento de 87,9% entre 2022 e 2023, totalizando 2.090 casos.

 

 

Com informações da Agência Brasil