18/03/2019 as 08:42

Entrevista/Carlos Cauê

“Neste momento, o prefeito não está preocupado com eleições”

Empossado nesta sexta-feira, o novo secretário de Comunicação de Aracaju, o publicitário e jornalista Carlos Cauê, foi entrevistado pelo JC esta semana. Sobre a gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, ele destaca que não se pode esquecer qual era o estado da capital em janeiro de 2017, quando Edvaldo chegou ao poder – e teve que reconstruir a cidade, segundo Cauê. Além de confirmar Luciano Correia como seu adjunto, nesta conversa Cauê afirmou que há um esforço grande para a realização do Forró Caju e do Réveillon na Orla da Atalaia – mas deixou claro que a administração municipal não possui recursos para fazer a festa sozinha, sem parcerias. Confira a seguir a entrevista.

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“Neste momento, o prefeito não  está preocupado com eleições”Foto: Divulgação

JORNAL DA CIDADE - Depois de um tempo na Agrese, por que decidiu retornar à Prefeitura de Aracaju?
Carlo Cauê - Minha relação com a Agrese é porque sou conselheiro do Conselho Superior da Agência, indicado pelo governo, tendo sido sabatinado e aprovado pela Assembleia Legislativa. Aliás, fui o primeiro presidente daquele conselho. Não é uma ligação efetiva, mas mandatária. Meus planos caminhavam na direção de voltar à iniciativa privada, setor no qual iniciei minha vida profissional, no campo da comunicação publicitária. Nesse ínterim, recebi um chamado do prefeito Edvaldo Nogueira para retornar à Secretaria da Comunicação da Prefeitura e eu não poderia deixar de atender a Edvaldo. Ele é um amigo de mais de 30 anos, pessoa com quem compartilhei grande parte da minha vida, desde os tempos de estudante e movimento estudantil na UFS, além de longa trajetória de militância no PCdoB. Dessa forma, decidi atender ao seu chamado e, em acordo com Luciano Correia – que também é um amigo de décadas –, chegamos a um bom termo sobre isso. Luciano passa a ser o meu adjunto e eu assumo a titularidade da Secretaria.

JC - Sua chegada à Prefeitura gerou a interpretação de que o prefeito Edvaldo estaria agora preocupado com a sua reeleição em 2020. Por isso a necessidade de ter ao seu lado o grande marqueteiro de Sergipe, Carlos Cauê. Isso procede?
CC - De forma nenhuma. O prefeito Edvaldo Nogueira está preocupado em dar continuidade à grande gestão que vem realizando nesses dois anos, tanto que encaro a minha ida como um reforço de equipe, já que o Luciano continuará lá comigo, apenas alterando as funções. Isso só mostra que a preocupação essencial do prefeito é continuar e ampliar o trabalho dele, e isso se aplica também à comunicação, que, no mundo moderno, assume um lugar preponderante na prestação de contas do trabalho realizado. O próprio prefeito tem dito, reiteradas vezes, que não está preocupado com as eleições nesse momento. Seu interesse é trabalhar pela cidade e tornar Aracaju, de fato, uma cidade cada vez mais inteligente, humana e criativa, cumprindo o papel que as cidades vêm, cada vez mais, desempenhando no mundo, o de serem espaços privilegiados da convivência humana e do cidadão.

JC - Qual é a imagem do prefeito Edvaldo e da sua administração perante a sociedade hoje? Você pretende lapidar isso? De que forma?
CC - O trabalho do prefeito fala por si só. Não podemos esquecer o que era Aracaju em janeiro de 2017, quando ele assumiu a administração municipal. Vivíamos o caos urbano: o lixo tomava conta da cidade, as ruas e avenidas eram enormes crateras, o servidor não havia recebido seus salários de dezembro e décimo terceiro, diversos serviços estavam interrompidos ou sucateados, a gestão agonizava, vitimada por uma dívida de curto e médio prazo na casa dos R$ 500 milhões. Edvaldo teve que gastar parte considerável do seu mandato para, literalmente, reconstruir a cidade. Hoje, é notório o esforço que o prefeito realizou e, com isso, fica muito evidente a qualidade de gestor que Edvaldo se mostrou, eficiente, sensato, responsável, sério. Mais uma vez, ele demonstrou aos aracajuanos sua enorme capacidade de vencer desafios, organizar a cidade e colocá-la no rumo do desenvolvimento e progresso. Hoje, Aracaju volta a dar orgulho aos seus moradores, e isso se deve ao incansável trabalho de Edvaldo na cidade. Aliás, não só os aracajuanos têm reconhecido isso, como diversas instituições nacionais, isentas, têm mostrado, através de uma análise técnica, o bom desempenho da administração municipal de Aracaju, o zelo e ética no tratamento dos recursos públicos, a aplicação racional e equilibrada desses recursos, aliada a uma visão moderna, que coloca nossa cidade em paz com o futuro.

JC - O prefeito Edvaldo tem conseguido assimilar bem as redes sociais e estabelecer um diálogo com os internautas?
CC - Sim. Edvaldo avançou muito no relacionamento digital com internautas e no contato pessoal com a população. Maneja bem as redes, com a transparência e a simplicidade que são tão peculiares a ele, e vem angariando uma legião de seguidores e participantes de suas iniciativas digitais. Essa certamente é uma conquista de sua gestão. Mesmo de fora da administração, sempre observei o modo respeitoso com que ele trata o cidadão nas redes e como isso veio ganhando empatia. Em diversos momentos, suas redes se transformaram num espaço de agradecimento por ações realizadas, promessas cumpridas, atenções dadas, enfim, em feedback fundamental para todo político. É claro que também há críticas e cobranças – as redes possuem esse valioso condão – e isso é natural. O importante é que há sinceridade na comunicação, o que torna o instrumento valioso para o prefeito e a população.

JC - Com sua chegada, o que muda no planejamento da comunicação da Prefeitura? Quais são seus planos e objetivos?
CC - Como já disse, entendo minha ida para a comunicação municipal como reforço de um time que joga ganhando. Reforços são sempre oportunos, sobretudo quando os desafios das administrações aumentam, e isso é o que geralmente ocorre nos dois últimos anos de governo, quando os principais entraves já foram debelados e a gestão se prepara para colher os frutos de uma fase de semeadura. Então, minha expectativa é dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado, potencializar esse trabalho, claro, e corresponder à grandeza dos planos que a administração planejou até então.

JC - Haverá mudanças na equipe? Caso sim, serão anunciadas quando?
CC - É inevitável. A necessidade de ampliar o alcance do trabalho para corresponder aos desafios implica, mais das vezes, em ajustes de equipe. Elas se darão de forma natural, no tempo certo e de acordo com as necessidades.

JC - Estão confirmadas outras mudanças na equipe de Edvaldo? Qual o objetivo dessas mudanças, neste momento?
CC - Após dois anos de uma administração é sempre muito comum que haja rearrumação de equipes. É um processo muito natural e que tem a ver com os ciclos que as gestões atravessam. Esses ajustes respondem ao planejamento que as administrações traçam para si, no caso da Prefeitura de Aracaju, o projeto para a capital é ambicioso. Responde a um bem realizado planejamento estratégico, com uma definição clara da missão, visão e valores, metas claras, eixos definidos e projetos especificados. Um plano que vai além dos dois anos restantes da atual administração, mas projeta-se temporalmente para o futuro. Creio que as mudanças que o prefeito Edvaldo Nogueira empreende nesse momento têm como foco criar as condições de recursos humanos necessárias para tocar esse projeto de cidade que ele vislumbra.

JC - O orçamento destinado à Comunicação será suficiente para tocar seu trabalho?
CC - Nunca é. Minha experiência como gestor na área de Comunicação, tanto no governo estadual como na esfera municipal, me ensinou que as administrações, todas elas, estabelecem prioridades que nunca contemplam a Comunicação. É compreensível, pois vivemos num Estado cujos recursos são escassos, e isso se repete na realidade dos municípios. Diante de tantos desafios em áreas cruciais para a sobrevivência do cidadão, como saúde, segurança, assistência, defesa social, mobilidade, abastecimento, educação e tantas outras, a exigência constitucional e cidadã de manter a sociedade satisfatoriamente informada sobre os atos do poder público e a prestação pública de contas terminam sendo secundarizadas em função da premência dessas outras áreas. É um dilema que quase todos os governantes vivem. É preciso trabalhar com o que tem e tirar leite de pedra. Esse é o desafio.

JC - Em 2019 teremos Forró Caju e festa de Réveillon...? Já é possível responder isso?
CC - A administração está lutando para manter a realização desses eventos, sobretudo o Forró Caju, cujo montante de investimento é alto. Se depender apenas dos cofres municipais, será muito difícil, pois a Prefeitura sozinha não consegue arcar com tais despesas. Precisamos de parcerias no setor público – governos federal e estadual – e parcerias no setor privado, que, infelizmente, enfrenta também problemas por conta da crise que o país atravessa. Mas há um esforço grande da gestão para manter os dois eventos que já marcam tanto nosso calendário.