19/09/2019 as 08:49

Deputados querem evitar fechamento da Petrobras

Alese se mobiliza contra encerramento das atividades em Sergipe.

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Ontem, deputados estaduais discutiram na Assembleia Legislativa de Sergipe a sinalização feita pela Petrobras de que deverá encerrar o funcionamento da sede administrativa no Estado já no próximo ano. A proposta, sugerida pelos parlamentares no momento, é que seja feita uma mobilização efetiva para cobrar da bancada federal sergipana uma atuação junto ao Governo Federal para que a medida seja revertida.

A deputada Maria Mendonça (PSDB), durante a sessão na Casa, contou que entrou em contato com a direção do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro) para obter informações sobre a notícia. “Os dados nos assustam. Entendo que a Casa Legislativa precisa tomar uma providência no sentido de fazer a defesa dessa instituição em nosso Estado que gera em torno de quatro mil empregos, já na sede são 1.200”, disse.

Para alertar a problemática, Maria Mendonça apresentou um requerimento na Assembleia convidando o diretor do Sindipetro, Bruno Dantas, para passar o cenário a todos os deputados. “Também estamos dando entrada hoje [ontem] em uma moção de apelo às presidências da Petrobras e da República para que reveja essa situação porque já está definido para até o dia 31 de março de 2020. Preocupa também a questão dos trabalhadores que terão que migrar para o Espírito Santo ou Rio de Janeiro”, pontuou, cobrando da Casa uma mobilização para que a bancada sergipana e toda a classe unida defenda a Petrobras em Sergipe.

De acordo com Georgeo Passos (Cidadania), se a sede for mesmo extinta a situação ficará muito ruim para Sergipe, “pois já enfrenta grandes dificuldades, principalmente na questão de empregos. A gente sabe que a sede da Petrobras gera oportunidade para vários sergipanos, pois são várias empresas que são contratadas para prestação de serviço aqui. Esperamos que o Governo Federal repense. Afinal de contas, Sergipe é um grande produtor e sempre se destacou nessa questão de ser produtor de petróleo e agora nessa questão da produção de gás. O próprio Governo de Sergipe vende muito essa imagem. E a gente perder essa estrutura da Petrobras aqui vai ser muito delicado. Esperamos que os deputados estaduais se unam, se mobilizem e cobrem dos deputados federais, dos senadores uma atuação diferente por parte da Petrobras aqui”, destacou.

Já o deputado Iran Barbosa (PT) sugeriu ser feita uma reunião com as demais assembleias do Nordeste para que seja detalhada e documentado os impactos dessa medida. “Queria sugerir que o presidente da nossa Assembleia propusesse que fizéssemos uma sessão conjunta das Assembleias em Brasília. Uma sessão conjunta de Poderes Legislativos para discutirmos. Produzirmos um documento manifestando a nossa inconformidade com esse tipo de medida. Nós precisamos nos movimentar e demonstrar indignação. Demonstrando através de ato concreto. Vou conversar pessoalmente com o presidente [Luciano Bispo] para saber essa viabilidade”, sugeriu.

O deputado Zezinho Sobral (Pode), líder do governo na Assembleia, frisou que é preciso colocar nomes nas medidas que estão sendo tomadas desde os últimos tempos. “O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que sucede Pedro Parente, tem cometido atos de absoluta inconsequência na presidência da empresa sob o argumento de que atende ao conselho de acionista esquecendo que os maiores acionistas da Petrobras são os brasileiros. Como é que Sergipe, que está visto no Brasil como a estrela do gás, vai fechar o escritório? Vai contrassenso! O senso deve estar agindo a custos de interesses exclusos, que são inexplicáveis”, criticou.

 

 

| Reportagem: Mayusane Matsunae

|| Fotos: Divulgação; Gilton Rosas