30/06/2020 as 09:43

ELEIÇÕES

Neópolis pode ter duas eleições ainda este ano

Célio Lemos, presidente da Câmara, assumiu após afastamento do prefeito e pode convocar eleições

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Neópolis poderá ter duas eleições este ano para o mesmo cargo: o de prefeito. O imbróglio no cenário foi provocado logo após o afastamento do gestor pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por crime eleitoral em 2018, onde, por consequência da legislação, colocou o presidente da Câmara para comandar a prefeitura de forma interina.

Enquanto muitos municípios sergipanos já se preparam para a definição de pré-candidaturas no cargo majoritário com foco na próxima legislatura, em Neópolis o cenário pode ainda ser para apontar o atual comando da prefeitura – na verdade, para a administração do término da gestão desse período de quatro anos. Para o JORNAL DA CIDADE, o prefeito interino Célio Lemos (PL), que está à frente da prefeitura, o cenário na eleição é bastante confuso para quem observa de fora.

Afinal, tudo pode mudar a depender do recurso do gestor afastado ser julgado favorável ou não na Justiça Eleitoral. “Eu assumi para ficar entre dois a três meses, mas já estou um ano e cinco meses. Na verdade, houve o afastamento de Dr. Luizinho (PR) e o vice, mas a qualquer momento ele pode voltar porque falta o julgamento”, contou.

Pandemia X eleição
Contudo, de acordo com Célio Lemos, o julgamento do recurso do prefeito afastado estava previsto para acontecer no mês de março e a eleição no município logo em seguida. “Se não fosse essa questão da pandemia, já era para ter acontecido entre abril e maio. Com a pandemia, os processos precisaram ser suspensos.Acho que é a única cidade que está caminhando para ter duas eleições num só ano e período curto”, expôs.

Segundo Célio, há como se fosse uma dependência do resultado do recurso para que uma nova eleição aconteça em Neópolis. “Existem duas situações: o recurso se aceito, ele volta e se não for, a Câmara vai fazer eleição indireta. Aí, qualquer cidadão pode ser candidato”, acrescentou.

Relembre o caso
Em 2018, o TRE cassou os mandatos do prefeito e do vice-prefeito de Neópolis, Luiz Melo de França e José Miguel Lobo, decretando a inelegibilidade apenas em relação ao primeiro para as eleições ocorridas nos oito anos subsequentes ao pleito de outubro de 2016. Em 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o provimento ao recurso interposto pela defesa.

A denúncia apontada no processo do prefeito afastado, como consta no portal do TRE, é que o eleito em 2016 (médico de profissão) possui vínculos empregatícios e funcionais em alguns órgãos públicos, como a fundação estadual de saúde. “Doutor Luizinho, como é conhecido na cidade, atendia, entre outros locais, no hospital regional de Neópolis. Após se desincompatibilizar das funções de servidor público (médico), começou a atender em sua residência”, registra.

Dessa maneira, com o afastamento, o presidente da Câmara de Neópolis assumiu a prefeitura de forma interina. “Assumi e agora parece que está caminhando para que o recurso de Dr. Luizinho seja julgado e a gente está no aguardo”, pontuou Célio Lemos. A equipe de reportagem do JC entrou em contato com Dr. Luizinho, mas até o fechamento.

|Por Mayusane Matsunae
||Foto: Arquivo JC