11/01/2021 as 09:09

ENTREVISTA

João Marcelo: ‘Não serei nem de oposição nem de situação’

De antemão ele já garantiu uma atenção especial às questões ligadas ao desenvolvimento da sua cidade, Nossa Senhora das Dores, e demais municípios da região

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Chegando agora à assembleia legislativa, o ex-prefeito do município de Nossa Senhora das Dores, João Marcelo, é o mais novo político que se apresenta como “nem nem” – nem situação, nem oposição. Nesta entrevista ao Jornal da Cidade, ele justifica o seu posicionamento e fala como pretende tocar o seu mandato de deputado estadual.

De antemão ele já garantiu uma atenção especial às questões ligadas ao desenvolvimento da sua cidade, Nossa Senhora das Dores, e demais municípios da região. Segundo João Marcelo, há uma carência de liderança com mandato que dê visibilidade às demandas locais e busque soluções efetivas. Outro ponto que estará na sua pauta é a luta por melhorias no setor de oncologia – bandeira da primeira suplente sheyla galba, que abriu mão de assumir uma cadeira na alese para cumprir o mandato de vereadora. Confira a entrevista a seguir e saiba mais sobre o novo deputado (que era segundo suplente) e seus projetos.

JORNAL DA CIDADE - Para começar a entrevista, quem é João Marcelo e como entrou na vida pública?
JOÃO MARCELO - Eu sou de Nossa Senhora das Dores, sobrinho-neto do ex-governador José Rollemberg Neto. A minha família já participou bastante da política sergipana e transformações do nosso Estado. Meu pai é um jurista, mas o único filho que caminhou para o lado da política fui eu, que carrego no sangue essa vontade de fazer mais. Sempre participei da política local do Município de Dores, onde fui candidato a vice-prefeito e cheguei a assumir o cargo de prefeito. Em 2018 disputei pela primeira vez uma campanha a nível estadual, ficando suplente. Agora a gente chega à Assembleia Legislativa, com o objetivo de fazer muito mais por nosso Estado. É uma nova história e compromisso que quero compartilhar com os sergipanos de fazer e trazer a qualidade de vida para as pessoas necessitadas.

JC - Foi uma surpresa para o senhor, que estava na segunda suplência, assumir o mandato na Alese?
JM - Foi uma surpresa sim, até pelas circunstâncias: a vitória de Dilson de Agripino em Tobias Barreto e a eleição de Sheyla Galba em Aracaju, que era a primeira suplente. Ela fez a avaliação dela e decidiu assumir o mandato de vereadora e tenho certeza que vai fazer um excelente trabalho. Com essa decisão, garantimos o direito de assumir a vaga na Alese e na última terça-feira tomamos posse.

JC - O que os sergipanos podem esperar do deputado João Marcelo?
JM - Assumi o cargo de deputado com o objetivo de fazer muito mais por nosso Estado. É uma nova história e compartilho com os sergipanos o compromisso de fazer e trazer a qualidade de vida para as pessoas necessitadas. Atuarei na defesa dos cidadãos buscando atender seus anseios, como sempre fiz na vida pública. Serei firme nesse propósito.

JC - O senhor deverá ter uma atenção especial à sua cidade, Nossa Senhora das Dores…
JM - É natural que eu tenha uma atenção especial ao desenvolvimento da minha terra, Nossa Senhora das Dores, e demais municípios da região. Há uma carência de liderança com mandato que dê visibilidade às demandas locais e busque soluções efetivas. E eu vou fazer isso constantemente, pois eu vivencio esta realidade. Estarei sempre atento às demandas de todo o Estado, sempre buscando o melhor para os sergipanos, mas serei também, em especial, um fomentador do crescimento de Nossa Senhora das Dores e municípios da região. Seguimos com o mesmo coração e os mesmos princípios em uma nova história.

JC - João Marcelo será da bancada governista ou de oposição?
JM - Nem de oposição nem de situação. Seguirei a minha maneira de fazer política, que é a do bom diálogo. Por isso, na Alese, se houver necessidade de questionar, a gente vai fazer isso. Não tenho problema em dialogar. Também não tenho dificuldade de sentar com o governador, desde que o objetivo seja o povo. Sou do bom diálogo. Tenho experiência de trabalhar pela população e coloco sempre a nossa gente em primeiro lugar. Além disso, levando em consideração o pleito de 2020, vale destacar que nunca fui aliado do senador Alessandro, inclusive disputamos a nível municipal, que foi a política que eu sempre fiz (a exceção desta que fui candidato a deputado), contra o agrupamento que ele defende. E o governador Belivaldo Chagas, por decisão própria, não interferiu na eleição municipal de Nossa Senhora das Dores. Portanto, eu nunca fui aliado nem de um e nem do outro e sempre fui acostumado a fazer política municipal. Como é que agora, entrando na Assembleia, eu já teria definido qual o lado que eu iria ocupar?

JC - Com esse posicionamento, qual será o comportamento do deputado em relação às pautas do Executivo?
JM - Como sempre fiz na política, manterei o bom diálogo com todos. Analisarei as pautas abordadas e votarei de modo a beneficiar a população, defendendo sempre o justo e o correto. Vamos propor meios adequados que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas mais necessitadas. Por isso, é preciso atuar com muita responsabilidade para enfrentar os desafios, aproximar as pessoas do Estado para que o que é delas de direito também seja de fato, a exemplo da saúde, educação, segurança. Esse deve ser o propósito de um político. Queremos trazer nossas ideias, mostrar serviço e a nossa força de vontade para fazer o que é melhor para a nossa gente.

JC - Há uma bandeira definida para defender na Alese?
JM - Eu acredito que existem várias bandeiras que um político deve levantar e faremos isso na Alese. Enquanto deputado vou trabalhar muito, focado sempre em um objetivo principal: fazer o bem. Meu gabinete está à disposição dos sergipanos para tratar de todos os temas que dizem respeito à população, em especial aos que dependem do poder público.

JC - Inclusive, o senhor se colocou à disposição de Sheyla Galba para lutar pela oncologia…
JM - Exatamente. Participei de uma live com a vereadora Sheyla Galba, que tem um trabalho reconhecido em prol dos pacientes oncológicos. Uma bandeira de extrema importância. Já disse a Sheyla que pode contar com o meu empenho na luta por um tratamento oncológico digno em nosso Estado. Eu tenho em minha família uma irmã médica que é especialista em oncologia, que irá nos ajudar a pensar em políticas públicas voltadas para a prevenção e tratamento contra o câncer em nosso Estado. Cobraremos a construção do Hospital do Câncer em Aracaju, a Carreta da Mulher circulando pelos municípios, incluindo Nossa Senhora das Dores, para realizar exames preventivos. Apresentaremos projetos que tragam melhorias não só em relação ao tratamento, mas à prevenção, que também é importante. Esse é um dos compromissos que assumo.

JC - Além desse compromisso com Sheyla Galba, houve algum tipo de acordo para que ela seguisse na Câmara e o senhor assumisse a vaga na Alese?
JM - Eu havia tido pouco contato com Sheyla, embora tivéssemos sido parceiros de partido na eleição de 2018. Não houve acordo algum. Sheyla teve a tranquilidade de analisar e tomar a decisão dela pelos motivos que já esclareceu em algumas oportunidades. Tenho uma admiração pela causa que ela defende e pela maneira que ela conduz a vida. É uma guerreira, também enfrentou um câncer e diversas dificuldades. Acredito muito no trabalho dela na Câmara de Vereadores e que ela vai alçar voos ainda maiores. Recentemente, tive uma conversa com a vereadora Sheyla e coloquei o meu gabinete à disposição dela, para as mulheres de peito e para o que ela precisar. Eu disse a ela que se ela quisesse e entendesse necessário, poderia usar até a nossa estrutura para que a lute pela causa dela fosse amplificada em nosso Estado. O trabalho que ela e outras mulheres fazem é incrível, é uma luta pela vida do próximo, que merece o nosso reconhecimento.

JC - Em pouco mais de um ano de mandato é possível deixar uma marca para os cidadãos?
JM - É possível sim e já demonstrei isso quando fui prefeito de Nossa Senhora das Dores. Conseguimos melhorar os índices do município, alcançando ainda o primeiro lugar no índice de transparência. Agora quero levar essa bagagem e experiência para a Alese e fazer a diferença. Um trabalho que tenha o reconhecimento dos sergipanos.

Por Max Augusto
Foto: Divulgação