22/01/2021 as 10:36

GRUPOS VULNERÁVEIS

Vacinação: vereadora pede prioridade

Para Linda Brasil, a vacinação precisa, urgentemente, chegar aos mais pobres e marginalizados, inclusive para os(as) sem-teto

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Pessoas em situação de rua e vivendo na prostituição (mulheres cis e transexuais) estão dentro do público afetado pela pandemia de covid-19 em todo o Brasil. Na capital sergipana, essa triste situação também recorrente. Por conta disso, a vereadora Linda Brasil (Psol) chamou atenção para a problemática e protocolou um pedido de prioridade ao Poder Executivo para que se incluísse essas pessoas dentro do grupo prioritário de vacinação.

Sobre a proposta, a vereadora explicou que o pedido de inclusão de outros grupos, nas primeiras quatro fases de vacinação, previstas no Plano Estadual e Municipal de Vacinação/Covid-19, baseia-se, primeiramente, na necessidade de pressionar politicamente o Governo Federal e, consequentemente, os governos estadual e municipal para que sejam empreendidos esforços para que todas as pessoas sejam imunizadas. “Quanto mais rapidamente atingirmos ampla cobertura vacinal, maior será a redução da circulação do vírus, o que por sua vez trará a queda da incidência e mortalidade por Covid-19”, defende a vereadora.

Ela acredita ainda que, em seguida, é necessário que outros grupos, em situação de vulnerabilidade – pessoas e/ou comunidades que estão numa situação de fragilidade, seja por motivos sociais, econômicos, ambientais ou outros e, por isso, estão mais vulneráveis ao que possa advir dessa exposição – e outros que desempenham serviços essenciais e estão, por isso, em contato com muitas pessoas e expostos a maior probabilidade de contaminação, sejam considerados prioritários, a exemplo dos(as) trabalhadores(as) de aplicativos, profissionais do sexo e taxistas. “Durante toda a pandemia, foi motivo de destaque, nas mídias nacional e internacional, o esforço que os(as) trabalhadores(as) de aplicativos desempenharam para que fosse garantido o isolamento social. Foi um setor que não parou, esteve na linha de frente e, ainda, está trabalhando, muitas vezes, em condições precárias e sem o devido auxílio e cuidado dos(as) próprios(as) donos(as) dos aplicativos. Segundo a Associação Sergipana dos Motoristas Autônomos por Aplicativos (Asmaa), em 2020 eles representavam cerca de 10 mil trabalhadores em todo o Estado”, alertou.

Para Linda Brasil, a vacinação precisa, urgentemente, chegar aos mais pobres e marginalizados, inclusive para os(as) sem-teto. “Por isso, estamos propondo que sejam incluídas os(as) profissionais do sexo e pessoas em situação de rua – a expressão de mais alto grau da desigualdade social e da vulnerabilidade em nosso país –, além dos(as) sem-teto vivendo em ocupações irregulares, lugares onde os direitos sociais não chegam e o distanciamento social é quase impraticável devido às condições das ocupações. Até o Vaticano anunciou, por meio do esmoleiro do Papa Francisco, cardeal Konrad Krajewski, que vai vacinar os(as) sem-teto e que os países mais ricos precisam ajudar as nações mais necessitadas a fazer a imunização”, afirmou Linda Brasil. Por fim, em todos os mais importantes ensaios clínicos de vacinas contra a Covid, como os da Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Butantan, a infecção por HIV não foi considerada um critério de exclusão, e os(as) participantes com esse vírus puderam ser inclusos(as) no estudo, desde que estivessem em tratamento antirretroviral com o HIV sob controle. No estudo da Pfizer, por exemplo, foram inclusos(as) 196 participantes convivendo com HIV.

No Reino Unido, que iniciou a vacinação da sua população, em dezembro de 2020, pessoas que vivem com HIV que tenham recomendação médica para receber a vacina são consideradas prioritárias, e quanto mais comprometida estiver sua imunidade, mais precoce será a vacinação. “Conversamos com infectologistas e com ativistas da causa que tem o entendimento de que quanto mais pessoas forem imunizadas numa comunidade, mais protegidas ainda essas pessoas que vivem com HIV/Aids estarão. Queremos que esse grupo, já bastante marginalizado por puro preconceito, seja protegido e suas vidas asseguradas como as de outros”, disse a vereadora Linda Brasil Para falar sobre o assunto, o JORNAL DA CIDADE procurou a Secretaria de Estado da Saúde (SES), para saber se era possível incluir os grupos citados pela vereadora como sendo prioritários e, assim, inseri-los o quanto antes na lista de vacinação. A informação passada foi de que “os grupos prioritários estão definidos no Plano Nacional de Imunização”, informou a SES.