16/03/2021 as 08:16

PANDEMIA

Toque de recolher: novo decreto começa nesta quarta

Na próxima segunda-feira o comitê volta a se reunir, sendo que o governador não descartou a implantação de um lockdown

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O governador Belivaldo Chagas (PSD) anunciou ontem que será decretado toque de recolher das 20h às 5h em Sergipe, a partir de amanhã (quarta, 17), até o próximo domingo, 21. Ele também informou que as praias serão “fechadas” no sábado, 20, e domingo, 21, e que a Prefeitura de Aracaju estuda adiar o feriado de aniversário da capital, dia 17 de março – sendo que o governo suspendeu o ponto facultativo nesta data.

Na próxima segunda-feira o comitê volta a se reunir, sendo que o governador não descartou a implantação de um lockdown. “A partir de agora as medidas serão tomadas de acordo com o comportamento da sociedade. Se todos colaborarem, tudo bem. Se não, será lockdown. Não temos mais condições de abrir UTI na velocidade que estão chegando pacientes, não há mais condições de espaço para ampliar leitos dentro do Hospital João Alves.

Por falta de espaço físico já vamos começar a ocupar o corredor da catástrofe, aquele que em outros momentos tinha paciente, por falta de gestão ou outros problemas”, disse o gestor. No serviço público estadual está previsto o trabalho remoto integral para todos. As medidas foram divulgadas pelo governador em entrevista concedida à imprensa, no auditório do Palácio de Despachos, logo após a reunião do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (CTCAE), que aconteceu na tarde de ontem. O decreto, cuja divulgação está prevista para hoje, especifica os motivos que poderão ser alegados para não cumprir o toque de recolher, como idas a farmácias.

O gestor deixou claro que a polícia poderá abordar e até mesmo prender quem não obedecer às resoluções. Chagas avaliou o toque de recolher como necessário, diante do cenário de crescimento da pandemia e ocupação dos leitos de enfermaria e UTI – sendo que houve crescimento considerável do número de jovens e pessoas com menos de 40 anos sendo internados. “O pessoal da Segurança Pública, ninguém está dando conta, são vários eventos clandestinos acontecendo pelo Estado todo”, desabafou.

Ele ainda enfatizou que se o número de doentes continuar a crescer, podem faltar inclusive insumos nos hospitais. “Há um limite, não tem como sair abrindo leitos todo dia. A questão não é espaço físico, é falta de recursos humanos. E se continuar neste ritmo vai faltar insumos, EPIs, vai faltar tudo”, avisou.

Belivaldo também fez um apelo à população para que cumpra as medidas previstas no novo decreto que deverá ser publicado hoje. “É um pouco de sacrifício. Toque de recolher por cinco dias não é o fim do mundo, não vai quebrar ninguém. Sei que não está fácil para a economia e o empresariado, mas é necessário”, continuou. Vacina O governador falou também sobre a possibilidade de adquirir vacinas e questionou as críticas feitas ao Consórcio Nordeste: “Passaram a perna em 11 governadores, ninguém foi comprar respirador achando que não ia receber.

Em relação às vacinas, o Consórcio Nordeste saiu na frente para viabilizar a possibilidade de compra, mas cada Estado vai comprar de forma individualizada, se quiser”, explicou Belivaldo. Ele ainda explicou: “Está previsto que Sergipe possa comprar dois milhões de doses, ao custo de R$ 120 milhões. Não tenho este recurso, mas vou comprar o quantitativo que será definido, não posso dizer agora de forma concreta o que vou fazer”, falou Belivaldo, ressaltando que a obrigação da imunização é do Governo Federal e algumas definições sobre o cronograma do Ministério da Saúde, que ainda será informado pelo Governo Federal.

|Por Max Augusto
||Foto: Arquivo