06/12/2021 as 10:33

ENTREVISTA

“Bolsonaro é o melhor e maior cabo eleitoral da política atual”

Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, ele afirma que Sergipe possui excelentes nomes Bolsonaristas para compor uma chapa majoritária, citando Laércio Oliveira e Valmir de Francisquinho como boas opções

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Bolsonarista convicto, o Coronel Rocha, da PM de Sergipe, é contra a aliança eleitoral entre partidos que apoiam o presidente e siglas de esquerda – ou ligadas ao governador Belivaldo Chagas. Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, ele afirma que Sergipe possui excelentes nomes Bolsonaristas para compor uma chapa majoritária, citando Laércio Oliveira e Valmir de Francisquinho como boas opções.

Ainda sobre eleições, ele faz uma leitura de que Bolsonaro possui uma boa aceitação pública e será um excelente cabo eleitoral. Sobre a segurança pública no estado, ele ressaltou um dado preocupante: a PM hoje possui um efetivo menor do que possuía em 1998. Eram aproximadamente 5.200 PMs em 1998 contra 4.200 atualmente. Confira a entrevista completa.

JORNAL DA CIDADE – O senhor já definiu a sua filiação partidária?
Coronel Rocha – Não estou filiado a nenhum partido político. Aguardava a filiação do presidente Bolsonaro para segui-lo. Uma vez Bolsonaro filiado ao PL, solicitei uma reunião com o presidente do diretório estadual, Edvan Amorim, para conversar sobre minha filiação. O que deve ocorrer nos próximos dias.

JC – Qual será o destino do PL em 2022? Vão apresentar candidato ao governo e Senado?
CR – Como disse, ainda não me filiei. Todavia, acredito que o Partido Liberal deverá ter candidatos majoritários (governador, vice-governador e senador) nas eleições de 2022 em Sergipe, além de candidatos competitivos para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Eu sou pré-candidato ao Senado.

JC – O PL está buscando alianças com outras siglas? Como estão as conversas?
CR – Acredito que o presidente do PL em Sergipe, bem como os políticos que fazem o partido hoje, devem estar dialogando com diversos grupos a respeito de um grande apoio ao presidente Bolsonaro.

JC – Da sua parte ou da parte do PL, há restrição a algum partido, na busca de alianças?
CR – Eu não posso falar pelo PL, todavia, eu penso que não há que se falar em alianças com partidos políticos de esquerda. Penso também que são incompatíveis alianças entre bolsonaristas com Belivaldo Chagas e seus aliados. Essa é a minha visão. Embora o presidente Bolsonaro tenha deixado clara a sua intenção de não se aliar a partidos de esquerda. 

JC – Quem será o candidato de Bolsonaro ao Governo do Estado? O senhor e seu grupo simpatizam com algum nome?
CR – Ainda não está definido. A filiação de Bolsonaro ao PL clareia um pouco mais as composições que podem ser feitas em Sergipe, todavia penso que deve ser alguém que seja apoiador de Bolsonaro em Brasília e em Sergipe. Em Sergipe temos excelentes nomes bolsonaristas para compor uma chapa majoritária.

JC – Laércio Oliveira, Lúcio Flávio e Valmir de Francisquinho estão cotados para serem candidatos pela oposição, apoiados por Bolsonaro. Como o senhor avalia esses nomes?
CR – Excelentes nomes. Lucio Flávio já antecipou sua decisão em concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Laércio Oliveira é um excelente nome para Governo ou Senado, da mesma forma Valmir de Francisquinho. São excelentes nomes também para a Câmara dos Deputados. Todos agregam muito na campanha de Bolsonaro em Sergipe. Mas repito, desde que não sejam aliados de Belivaldo Chagas e seu grupo, nem a partidos de esquerda. Existem também outros bons nomes de bolsonaristas em Sergipe, a exemplo de Tarantella, João Fontes, Evaldo Campos, Waldir Viana, Peter Costa, Rodrigo Valadares, Flávio da Direita Sergipana, Gustavo Albuquerque, Cabo Amintas, enfim, muitos outros que podem agregar à campanha do presidente Bolsonaro e fortalecer as candidaturas locais.

JC – O que leva o senhor hoje a ser um defensor do governo Bolsonaro? Está satisfeito com o desempenho do governo?
CR – A seriedade e a transparência como o governo trabalha são fatores preponderantes para continuar acreditando que vivemos momentos políticos distintos dos que vivíamos há alguns anos, onde a corrupção reinava na administração federal, nas empresas públicas. Muito satisfeito.

JC – O senhor avalia que Bolsonaro consegue se reeleger? Ele será um bom cabo eleitoral para os candidatos ao governo, levando em conta os problemas na economia, inflação, desemprego, preços de combustíveis…
CR – Sim, acredito que Bolsonaro será reeleito. E se depender de minha disposição e de milhões de brasileiros que o acompanham, será reeleito no primeiro turno. Bolsonaro tem uma aceitação pública hoje no Brasil que, nos meus 54 anos de vida, jamais vi igual. Não há aparição pública, planejada ou não, em que Bolsonaro não junte uma multidão ao seu redor, não importa o quão pequeno seja o município brasileiro, não importa o quão distante seja o país. Bolsonaro é o melhor e maior cabo eleitoral da política atual. Ninguém chega perto dele.

JC – Mas e os problemas que o país vem enfrentando?
CR – O Brasil passa por momentos difíceis, é fato, da mesma forma que outros países com a economia semelhante a nossa. A inflação é um flagelo global, em razão da economia abalada pela pandemia. Veja o que acontece neste momento na Inglaterra, nos Estados Unidos, por exemplo, inflação disparada. O Brasil criou 2,5 milhões de empregos com carteira assinada de janeiro a setembro de 2021. É um avanço frente ao mesmo período do ano passado, quando foram fechadas 559 mil vagas. O país poderia crescer muito mais se não fosse a pandemia, além da oposição votando contra as ações do governo federal, inclusive na criação do Auxilio Brasil, que ampliará o valor do extinto Bolsa Família, para 400 reais.

JC – Então o senhor avalia que há um bom desempenho do governo, principalmente na economia?
CR – A balança comercial tem recordes seguidos, só no mês de outubro foram R$ 2 bilhões de superávit, chegando ao acumulado de R$ 58 bilhôes em 2021. O governo Bolsonaro não deixou o Brasil seguir o caminho da Venezuela ou o caminho que segue a Argentina, com suas economias em frangalhos. O Auxilio Emergencial do Governo Bolsonaro foi o maior programa de assistência social do mundo, sendo pago a mais de 68 milhões de brasileiros, durante o ápice da pandemia. Mais de 3 bilhões de reais para programas de apoio a produtores rurais. Lucros nas estatais. Poderíamos falar também sobre os avanços na infraestrutura, com geração de novos empregos; avanços na construção de casas populares; na conclusão de obras paradas em governos anteriores. Muito há o que se fazer para manter o crescimento do Brasil, mas muito já foi feito nestes três anos de governo.

JC – E em Sergipe, quais são os principais problemas do estado hoje? E no que o senhor se propõe a ajudar, com a sua pré-candidatura?
CR – Um dos problemas de Sergipe é o crescimento da sensação de insegurança, da violência. Sou pré-candidato ao Senado. Defenderei minha pré-candidatura junto ao PL. Primeiro focar nos problemas regionais, segundo, apoiar o presidente nas aprovações de políticas públicas no Senado Federal. Caso eleito, pretendo me juntar aos demais senadores eleitos que não possuem rabo preso com o STF a fim de que se possa julgar os pedidos de impeachment existentes naquela casa. A submissão de determinados senadores aos caprichos do STF tem levado o país a momentos conturbados. Sergipe precisa eleger um senador que não responda a processos criminais e/ou eleitorais, para ter autonomia plena em suas ações.

JC – Como está a segurança pública em Sergipe? Qual a sua avaliação, técnica e política?
CR – Os investimentos na segurança pública no atual governo se resumem ao repasse de verbas do governo federal, zero valorização dos servidores públicos, em especial os da segurança pública. Baixo efetivo. A título de exemplo, a Polícia Militar hoje possui um efetivo menor do que possuía em 1998. Eram aproximadamente 5.200 policiais militares em 1998 contra aproximadamente 4.200 atualmente. A população sergipana em 1998 era de aproximadamente 1,6 milhão de habitantes, em 2021, aproximadamente 2,2 milhões.

JC – Bolsonaro tem tido um relacionamento ruim com os governadores?
CR – Não creio que o relacionamento de Bolsonaro com os governadores seja ruim, muito ao contrário, é o mais republicano possível. Obras são inauguradas em todos os estados. A transposição do Rio São Francisco é o maior exemplo desse republicanismo. Os governadores do Nordeste, em especial, todos de esquerda e em forte oposição ao governo federal, receberam recursos de forma equitativa desde o início do governo em janeiro de 2019. Essa relação atingiu seu ápice na distribuição dos recursos para o combate à Covid-19, entre estados e municípios.

JC – Como o senhor avalia a bancada de Sergipe em Brasília?
CR – Discreta, com pouca ação nas resoluções dos problemas regionais. Na CPI da Covid, por exemplo, nossos representantes não conseguiram sequer investigar o desvio de aproximadamente 50 milhões de reais do Consórcio Nordeste.