09/04/2022 as 14:57
ENTREVISTAO ex-deputado Federal João fontes está convencido de que será o candidato do PTB ao Governo de Sergipe e que, em sendo apoiador do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), receberá, naturalmente, o apoio dele.
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O ex-deputado federal João Fontes está convencido de que será o candidato do PTB ao Governo de Sergipe e que, em sendo apoiador do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), receberá, naturalmente, o apoio dele.
Ele diz acreditar que obterá sucesso nas urnas em outubro próximo. Nessa sexta, informou o pré-candidato, “iniciamos os trabalhos para elaboração do nosso plano de governo: um plano realista, inovador e exequível, fruto do trabalho de brilhantes e dedicadas cabeças pensantes do Estado, vindas dos mais diversos campos.
Fontes, que conquistou o seu primeiro mandato eletivo pelo PT, é hoje um dos maiores críticos da agremiação nas esferas federal e estadual. Não poupa também os seus demais opositores.
JORNAL DA CIDADE - Na sua pré-candidatura é definitiva, ou seja, vai virar candidatura e vai estar na disputa em outubro próximo?
JOÃO FONTES - Com certeza. Nossa pré- -candidatura é definitiva sim e vingará forte para uma candidatura competitiva e com reais chances de vitória. Ela nasceu de uma profunda indignação dos que não querem ver um ex-presidiário condenado em todas as instâncias voltar a governar o nosso país. Nesse ano teremos uma eleição plebiscitária no plano nacional e será fácil escolher entre o capitão e o ex-condenado que saiu da prisão. Nós e a maioria do povo brasileiro de Sergipe queremos o capitão. No Estado, o nosso projeto sairá vencedor na eleição de 2022 e será ele a canalizar todo o inconformismo dos homens e mulheres de bem que não aceitam ver Sergipe no fundo do poço, comandado pelo mesmo grupo político que está junto desde 1994 e que passou a governar o Estado a partir de 2007. Foi esse grupo que quebrou nosso Estado, fazendo com que em apenas uma década e meia todos os índices socioeconômicos do Estado regredissem.
JC - O seu PTB vai disputar de igual para igual com aqueles apontados como em melhores condições de vitória?
JF - Não há a menor dúvida de que estaremos fortes nessa disputa, apesar de todo o boicote que já estamos sofrendo. Temos ao nosso lado uma maioria silenciosa da população sergipana que está insatisfeita com a situação do Estado e com a forma de escolha dos seus governantes. Somente quem é muito ingênuo ou não quer ver a realidade da política sergipana acredita que esses grupos são oponentes. Não é possível acreditar em verdadeira oposição quando se sabe que Rogério Carvalho tem como primeiro suplente de senador o tio de Fábio Mittidieri, Jorge Mittidieri. Já a outra candidatura do grupo do governador quer assegurar a vaga de novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado para um genro e destinar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado para o filho de um outro membro do grupo. A verdade é que os dois grupos que a velha imprensa do Estado insiste em apontar como mais fortes representam mais do mesmo e formam um verdadeiro consórcio entre eles. A briga deles agora gira em torno da questão de um querer colocar na conta do outro a responsabilidade por terem quebrado o Estado. Jackson diz que assumiu o governo com o Estado totalmente endividado, enquanto seu sucessor Belivaldo afirma que foi ele quem recebeu o Estado com as finanças totalmente descontroladas. Mais recentemente, apareceu um terceiro pré-candidato que é senador e foi o autor do projeto de lei da mordaça, que impõe a censura no país. Ele representa a maior decepção da política sergipana dos últimos tempos. Todos eles são contrários à reeleição do presidente Bolsonaro e à continuidade do seu projeto sério, honesto, competente e patriótico de reerguer o país.
JC - O que vai diferenciar a sua campanha das demais?
JF - Primeiro, nosso claro alinhamento e composição com pessoas que têm uma trajetória marcada pela competência, pela seriedade e pelo espírito público. Em nossa campanha abraçaremos os avanços e conquistas dos últimos tempos que o país experimentou, a despeito da grave pandemia enfrentada e de uma guerra em curso. Também apresentaremos um plano de governo nascido de uma ampla discussão com a sociedade. Ele será gestado a partir de um preciso e realista diagnóstico dos muitos problemas e gargalos presentes em muitas áreas do estado e as propostas serão formuladas ouvindo os amplos setores que representam nossa gente, a sua força e sua capacidade de trabalho e iniciativa, como empreendedores do agronegócio e da agricultura familiar, empresários, educadores, profissionais da segurança pública, gestores públicos, empresários e trabalhadores em geral.
JC - Em suas recentes declarações, você deixou claro que vai estar com Bolsonaro. Ele vai estar com você? Por quê?
JF - Como venho reiterando em todas as minhas manifestações, estaremos afinados e comprometidos com o projeto de reeleição do presidente Bolsonaro. Não queremos de volta o atraso e a incompetência na gestão pública, o aparelhamento das instituições e o assalto ao dinheiro dos contribuintes e trabalhadores brasileiros. O Brasil não aguenta nem merece o retorno desse grupo político que combatemos desde o início de 2003, fato muito bem registrado na história recente do Brasil. O presidente foi meu colega no parlamento durante o período de 2003 a 2007 e tem uma grande simpatia por minha história na vida pública. Assim, no momento oportuno, virá naturalmente o apoio recíproco entre nossas candidaturas no plano federal e estadual. Tudo conforme a vontade de Deus e no tempo certo!
JC - Bolsonaro não ficará com o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, que é do PL, também partido do presidente?
JF - O PL, conforme revelou seu presidente Valdemar da Costa Neto, irá apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro, mas, nos estados, as lideranças do partido estarão liberadas para fazer diversas composições, inclusive até mesmo com o PT. Sergipe tem acompanhado que Valmir de Francisquinho em nenhum momento declarou apoio a Bolsonaro ou sinalizou que irá trabalhar pela sua reeleição e continuidade do projeto de um país mais livre, empreendedor, com geração de emprego e renda. Pelo contrário, o principal dirigente do PL no Estado em um dia está tirando foto ao lado de Rogério Carvalho. Já no outro dia está posando ao lado de Edvaldo Nogueira, enquanto no dia seguinte já aparece sorridente em um registro ao lado de Danielle Garcia. O que causa mais indignação é o fato de que todos eles são adversários do presidente da República e se opõem ao projeto de um governo focado no crescimento do país e na construção de uma vida mais digna para os brasileiros, onde não há espaço para a corrupção e a competência é valorizada e incentivada.
JC- O senhor foi deputado federal pelo PT, de Lula, um político de esquerda, e hoje está no PTB, um partido próximo do presidente Bolsonaro, de direita. Por que mudou tanto?
JF - A exploração dessa dicotomia entre direita e esquerda no país já não mais interessa tanto à maioria dos brasileiros, e parece estar um tanto fora do contexto da política atual. Se ser de direita é ser associado ao governo Bolsonaro, um homem de fé, e à sua defesa da liberdade, da pátria e da família, não me incomodo. Mas a verdade é que, tomando o exemplo de Lula, basta lembrar que o ex-presidiário já afirmou, em várias entrevistas, que jamais foi de esquerda. Lula já esteve alinhado com Paulo Maluf, José Sarney, Renan Calheiros e outros. No século passado, o partido comunista foi aliado da UDN. Oportuno lembrar que Fausto Cardoso foi aliado de Olímpio Campos em Sergipe e, mais recentemente, Jackson Barreto foi aliado de Albano Franco após a venda da Energipe em 1997. Um fato curioso foi aquele em que o PPS, que substituiu o partidão, escolheu Leonor Barreto Franco como madrinha do partido em 1995. Por fim, Marcelo Déda, na eleição de 2010, compôs seu palanque com André Moura e os irmãos Amorim. É bem verdade que o PTB tem a história fincada por Getúlio Jango e Brizola e, em Sergipe, esteve historicamente afinado com o trabalhismo. Agora, temos ao nosso lado formando o time renovado do PTB em nosso Estado a professora Eugênia Teixeira, esposa do ex-deputado federal e ex-prefeito de Aracaju José Carlos Teixeira e outros novos quadros comprometidos com os valores de liberdade e com a justiça social. O importante agora é olhar para o futuro e contar ao nosso lado com pessoas honestas, competentes e que tem um compromisso sincero com o progresso de nosso estado e o bem da nossa gente.
JC - Em sendo eleito governador de Sergipe, quais medidas anunciaria como como suas prioritárias para os primeiros cem dias?
JF - Como medida mais premente e saneadora do Estado, providenciaremos o enxugamento da máquina e a revisão de todos os contratos públicos celebrados pelo Estado nos últimos anos. Precisamos urgentemente conter a sangria desenfreada de recursos públicos mal aplicados e, muitas vezes, direcionados à satisfação de interesses pessoais e não para a melhoria da vida de nossa gente e o desenvolvimento do Estado. Trataremos também de logo providenciar a qualidade da gestão administrativa do Estado, baseada nos modelos de gerenciamento mais eficazes, transparentes e inovadores.
JC - Quais são as prioridades para os quatro anos? Por que essas escolhas?
JF - Iniciamos na última sexta os trabalhos para elaboração do nosso plano de governo: um plano realista, inovador e exequível, fruto do trabalho de brilhantes e dedicadas cabeças pensantes do Estado, vindas dos mais diversos campos. É evidente que nenhuma prioridade pode ser estabelecida sem um rigoroso levantamento sobre a situação do Estado nas mais diversas áreas, como educação, saneamento e saúde, emprego e renda, segurança pública, transporte e mobilidade, indústria e setor de serviços, cultura, meio ambiente, produção agropecuária, etc. Mapearemos todas essas áreas para traçar as demandas mais urgentes, definir as estratégias mais inteligentes e adotar os meios menos custosos e adequados para resultados mais elevados. Está claro que a prioridade das prioridades é tirar Sergipe do buraco e sanear de pronto nossas contas públicas. Desse modo, investiremos bem em educação e inovação, pois não há meio mais eficiente para geração de emprego do que jovens bem formados, inovadores e preparados para a revolução 4.0 no mundo do trabalho. Outra prioridade é destravar a burocracia para atrairmos cada vez mais investimentos para o estado e, dessa forma, aumentar a empregabilidade e a renda dos sergipanos. A segurança pública é outra área negligenciada pelos últimos governos, levando Sergipe a figurar nos últimos tempos como um dos estados mais violentos do país. Temos várias distorções nas carreiras dos servidores públicos, direitos negados e a necessidade de que não tenham mais que conviver com a ameaça de terem seus salários atrasados. A saúde pública está na UTI, sendo que parte dos bilhões destinados ao Estado durante a pandemia não foi revertida na ampliação e melhorias significativas da rede pública de saúde do Estado. Enfim a população quer boas escolas com dedicados professores, levar sua vida em segurança, ter acesso a serviços de saúde de qualidade, com a população ativa empregada e com boa renda. Isso é o óbvio que muitas vezes é esquecido e negligenciado. Sem um plano mirabolante, enfeitado e inexequível, muitas vezes feito por equipe de marketing de fora, faremos a mudança necessária e corajosa que o povo sergipano tanto espera.
JC - Sergipe é um Estado em boas condições de administração para superar a crise econômica que lhe atinge?
JF - Claro que sim! Isso salta aos olhos. Já estivemos na vanguarda entre os estados mais desenvolvidos do Norte-Nordeste, uma referência respeitada em nossa região. Era um Estado conhecido por ser um local seguro, com as finanças em ordem, contando com algumas carreiras públicas dentre as mais bem remuneradas do país, com renda per capita bem acima dos outros estados do Nordeste, contando com grandes empregadores como a Petrobras, a Vale, a citricultura, etc. O estrago que sucessivas gestões ineptas fez foi muito grande, mas nada que uma boa e qualificada equipe de governo não possa correr atrás e alavancar nosso estado para que retome seu lugar de destaque entre os grandes.
| Por Eugênio Fontes