27/04/2024 as 04:29

ENTREVISTA

“O Cidadania foi oposição aos governadores Jackson Barreto...

...Belivaldo Chagas e agora a Fábio Mitidieri e ao prefeito de Aracaju”

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Já está decidido, e não há pensamento contrário no Cidadania, sobre a aliança com o grupo do PL, que tem a vereadora Emília Correa como pré-candidata à Prefeitura de Aracaju.  Segundo o também vereador e presidente municipal do Cidadania, Ricardo Marques, o partido faz oposição à gestão que está há muitos anos no poder, e Emília também está na oposição soando esforços. Embora seja cria de um segmento do Partido Comunista Brasileiro (PCB), de onde um grupo saiu e fundou o PPS e depois assumiu a legenda atual, o relacionamento com outros partidos de esquerda nunca evoluiu. A autonomia adotada em Aracaju pode ser seguida também no interior, onde a agremiação avalia a possibilidade de ter 200 candidatos a vereador este ano. “O partido foi oposição aos governos de Jackson (Barreto), Belivaldo (Chagas) e agora Fábio Mitidieri, e há anos atua na bancada de oposição a Edvaldo. A política é um reflexo da sociedade. Então, o povo nos elege para representá-los, e essa representação nos leva a sermos oposição. ”, explica em entrevista ao Jornal da Cidade.


Veja a seguir os principais trechos da entrevista:

Ricardo Marques - Vereador e presidente do partido em Aracaju

Por Eugênio Nascimento

 

JORNAL DA CIDADE - O Cidadania vai mesmo entrar na disputa eleitoral, em Aracaju (SE), ao lado da atual pré-candidata Emília Correa?

RICARDO MARQUES -  Sim. Todos esses anos o Cidadania tem sido oposição à gestão que está aí. E quem está na oposição também, somando esforço, é Emília. Apoiar outro nome que não seja o dela seria uma incoerência política.

 

JC - Ricardo Marques é indicação do Cidadania para vice de Emília? Será o vice?

RM - Ricardo Marques hoje trabalha para a reeleição de vereador. E ficamos felizes que nosso nome seja lembrado para ser vice da pré-candidata à prefeitura de Aracaju, que hoje lidera em todas as pesquisas. Mas, claro, estamos na política para somar e ajudar ao agrupamento.

 

JC - Por que o Cidadania, partido mais próximo da esquerda, optaria por Emília, do direitista PL, o partido de Bolsonaro?

RM - O Cidadania tem um alinhamento de centro, um partido que respeita seus correligionários e suas atuações. O Cidadania foca em ajudar a resolver os problemas da cidade. Problemas que não escolhem se é direita ou esquerda. O povo quer é a solução. Quer parar de sofrer.

 

JC - A opção por essa aliança é só em Aracaju?

RM - Em eleições municipais a realidade de cada lugar deve ser levada em consideração, cada diretório municipal tem autonomia para fechar alianças e apoios. E como estamos em federação com o PSDB, temos que seguir um mesmo caminho. Além disso, estamos trabalhando para fortalecer o Cidadania, e nos dedicando dia e noite para lançar candidatos a vereadores e prefeitos no maior número de municípios. Teremos ao menos 200 candidatos disputando a eleição de 2024. A reconstrução do Cidadania é nosso foco.

 

JC - O Cidadania pensa na possibilidade de eleger quantos vereadores em Aracaju? Por quê? Tem quantos hoje?

RM - Em 2020, o partido elegeu dois vereadores, Ricardo Marques e Sheyla Galba. Com o fechamento da janela partidária, ficamos com um vereador na Câmara Municipal de Aracaju. Para a eleição deste ano, estamos trabalhando para eleger pelo menos três vereadores.

 

JC - Por que o Cidadania é oposição ao governador Fabio Mitidieri e ao prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira?

RM - O partido foi oposição ao governo de Jackson, Belivaldo e agora Fábio Mitidieri, e há anos atua na bancada de oposição a Edvaldo. A política é um reflexo da sociedade. Então, o povo nos elege para representá-los e essa representação nos leva a sermos oposição. Até porque não tivemos avanços significativos nos últimos 20 anos em várias áreas, por exemplo: desemprego galopante, terceiro estado do Brasil com domicílios enfrentando insegurança alimentar, transporte coletivo caro e sem qualidade, nossa educação tem pontuado pessimamente nos rankings do IDEB, índices alarmantes em mortalidade infantil entre as capitais do Nordeste, entre outros dados que são divulgados diariamente. Somos oposição para apontar esses erros, sugerir soluções e buscar soluções para nosso povo.

 

JC -  O Cidadania cresce sendo oposição aos dois acima citados? Por quê?

RM - Na Democracia é muito importante que tenhamos o contraditório. É imprescindível que tenhamos um partido de oposição com parlamentares atuantes, propositivos e que representam a população e todos aqueles insatisfeitos com a gestão, seja ela qual for. O Cidadania é hoje o partido que trava o bom combate no campo político, respeitando a decisão das urnas, mas sem esquecer de cobrar, fiscalizar e representar o povo de Aracaju e do nosso estado.

 

JC - Nenhum partido de esquerda procurou o Cidadania para discutir aliança política para as eleições deste ano em Aracaju?

RM – Não.