01/11/2024 as 07:00
LUTOJornalista estava internado desde julho; sepultamento será na Colina da Saudade
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Na noite dessa quinta-feira, 31, o jornalismo sergipano perdeu um de seus nomes mais queridos e respeitados: Eugenio Nascimento. Ele estava internado no Hospital Cirurgia e faleceu aos 66 anos em decorrência de problemas cardíacos. Com mais de quatro décadas dedicadas à comunicação, sua trajetória foi marcada pela paixão, pelo compromisso com a verdade e pela habilidade de narrar os fatos com sensibilidade e profundidade.
Nascido no município de Salgado, Eugênio Nascimento é um dos mais importantes nomes do jornalismo político sergipano. Nasceu no dia 13 de novembro de 1957, sendo o terceiro filho de Dona Maria Elze e seu José Nascimento. De Salgado, a família se mudou para Pedrinhas, Aracaju e para Laranjeiras, onde alfabetizou-se.
De lá, mudaram-se definitivamente para rua Espírito Santo, no Siqueira Campos. Estudou no Kennedy da Baixa Fria e depois passou pela seleção da Escola Técnica, onde con - cluiu o antigo científico. Trabalhou no grupo de teatro amador de Severo D’Acelino, no Siqueira Campos e participou também do Coral da Escola Técnica, com o qual fez várias viagens pelo Brasil. Prestou concurso vestibular para a Universidade Federal de Sergipe no curso de Letras, logo depois abandonado. Ao mesmo tempo começou a estagiar na Gazeta de Sergipe como jornalista e nunca mais largou o ofício. Foi aluno de Orlando Dantas, Nino Porto, Ivan Valença, entre outros.“Muito boêmio, abria e fechava muitos bares. Levava aos ambientes por ele frequentados bom papo e boas risadas”, relembra o professor da UFS, Afonso Nascimento, seu irmão.
Na época de estudante da UFS, teve importante militância estu - dantil, junto com Milson Barreto, Joel, Zé Luiz, Clímaco, Déda, entre outros. Foi um dos fundadores do PT, o seu único partido. Foi muito influenciado pela esquerda pernambucana, aqui representada por Vera Lúcia Gomes, militante comunista e sindical e fez muitas viagens para Recife. Casou-se com Tereza Cristina Cerqueira Graça, 1979, com quem teve dois filhos, Victor Wladimir e Mayra. E três netos: Lucas, Bernar - do e Aurora.
Já como jornalista, Eugênio trabalhou na Ga - zeta de Sergipe, no Jornal da Cidade, na extinta TV Jornal, TV Sergipe, foi correspondente por vários anos da Folha de São Paulo. Assumiu a as - sessoria da Universidade Federal de Sergipe, nas gestões de José Alencar, José Fernandes de Lima, Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira, Josué Modesto dos Passos Subrinho e Ângelo Antoniolli. “Fazia a mediação entre os reitores e clas - se política sergipana, com o que ajudou na liberação de muitas emendas parlamentares para a UFS e, assim, ajudou na expansão dessa instituição de ensino superior na capital e no interior”, reforça o professor Afonso Nascimen - to, seu irmão e grande admirador do jornalista. Trabalhou na Psico-Clínica de Bosco Mendonça e teve uma passagem pela assessoria da Ordem de Advogados do Brasil. Nos últimos anos assumiu o cargo de diretor de Jornalismo do JORNAL DA CIDADE.
Viajou pela Argentina e pela Europa Latina (Portugal, Espanha, França) e de cada lugar ele trazia uma história boa e divertida para contar, alegrando os familiares e amigos com seu jeito engraçado de ser. O segundo casa - mento foi com Ivana Guimarães, com quem viveu até os dias atuais. O empresário e secretário de Turismo, Marcos Franco, tinha com Eugenio um vínculo além do profissional. Uma sólida amizade que marcou os longos anos de convivência. “A história de Eugênio Nascimento, no JORNAL DA CIDADE, é longa e não tem apenas a relação profissional, nesses anos que atuamos juntos construímos, também, uma sólida amizade. Era um jornalista sério e competente, uma referência no jornalismo político em Sergipe e por isso sempre foi respeitado pelos colegas e pela classe política. Ele emprestou por mais de três décadas seu talento ao jornal, foram duas longas passagens pelo JC, colaborando para construir a reputação que o jornal tem hoje. Devemos muito a ele, é uma perda muito grande para todos nós, para o jornalismo ser gipano, sobretudo para mim”.
O senador Rogério Carvalho recebeu com pesar a notícia do falecimento de Eugênio Nas - cimento. “Eugênio foi uma referência no jorna - lismo sergipano, sempre exercendo sua profis - são com coragem, ética e compromisso com a verdade. Sua contribuição para a imprensa e para o debate político no nosso estado é ines - timável. Neste momento de tristeza, expresso minha solidariedade à sua família, amigos e a todos que conviveram com esse grande profissional. Eugênio deixa um legado de dedicação ao jornalismo e à democracia”.
Para o secretário de Estado da Comunica - ção, Cleon Nascimento, a trajetória de Eugê - nio, marcada pela dedicação e compromisso com a verdade, elevou o jornalismo no estado. “Lamento profundamente o falecimento do jornalista e diretor de Jornalismo do JORNAL DA CIDADE, Eugênio Nascimento. Neste mo - mento de tristeza, me solidarizo com seus fami - liares, amigos e colegas de trabalho. Eugênio foi uma figura emblemática da imprensa sergipana. Como editor do Jornal da Cidade, ele se destacou por sua capacidade de transformar notícias em reflexões para a sociedade, sempre com uma visão crítica e sensível aos desafios de Sergipe. A imprensa sergipana perde um grande nome, mas seu legado permanece vivo, refletindo a importância do jornalismo para a construção de uma sociedade mais informada e consciente. Meus mais sinceros sentimentos e respeito”.
O secretário municipal de comunicação de Aracaju, Elton Coelho, declara que Eugenio deixa um legado de aprendizados e bom rela - cionamento com o mundo político. “Com um faro jornalístico apurado e certeiro, o jornalista e diretor do Jornal da Cidade, Eugênio Nascimento, nos deixa hoje e um legado de ensinamentos, aprendizados e bom relacionamento com o mun do político. Estou sentido, mas ao mesmo tempo vangloriado por ter convivido em sua mesa de redação e até na confraria. Expresso meu profundo pesar pela partida do amigo querido, rogando a Deus que o receba na plenitude do que ele representou neste plano e confortando a todos os familiares e amigos. Vai em paz, Eugênio! ”.