25/06/2025 as 09:49

ENTREVISTA

“Temos o desafio de recolocarmos o PT no centro do protagonismo político de nosso estado”

Carvalho também fala sobre as Alianças necessárias para 2026 E como o partido pretende se Consolidar como alternativa de Governo no estado.

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Por Mayusane Matsunae

O senador Rogério Carvalho, Candidato à presidência estadual do PT, defende uma nova estratégia Para recolocar a sigla no centro do Protagonismo político sergipano. Em Entrevista para o Jornal da Cidade, ele adianta que promete abrir as portas do PT para os movimentos sociaisorganizados e retomar a Formação política de militantes. Carvalho também fala sobre as Alianças necessárias para 2026 E como o partido pretende se Consolidar como alternativa de Governo no estado. Confira o Conteúdo completo:

JORNAL DA CIDADE - O senhor está concorrendo à presidência estadual do PT. Quais são seus principais planos para reestruturar e fortalecer o partido em Sergipe?

ROGÉRIO CARVALHO – Nós somos um partido com quase 40 mil filiados no estado, com presença institucional em todos os 75 municípios sergipanos, seja com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos nas últimas eleições. Além de um importante legado de grandes realizações nos governos que lideramos em todo o estado, temos uma forte presença e atuação nos movimentos sindical, estudantil e popular. Ao todo, temos seis prefeitos, cinco vice-prefeitos e 59 vereadores. Portanto, são dados que demonstram que somos um partido muito forte em Sergipe. Nesse contexto, temos a tarefa e o desafio de recolocarmos o PT no centro do protagonismo político de nosso estado, ampliando nossa presença nos espaços institucionais e dando sustentação política à luta social, formulando uma nova estratégia e um novo programa para a nossa ação, à luz da nossa realidade, que desperte novamente a esperança do povo sergipano. Abrirmos as portas do nosso partido para os movimentos organizados, ouvirmos a voz das ruas.

JC – Há algum projeto específico que gostaria de implementar caso seja eleito presidente do diretório estadual?
RC – Inspirados e comprometidos com esse nosso legado e com a energia que brota das reivindicações e da mobilização dos movimentos sociais organizados, inspirados nos anseios do nosso povo, precisamos atuar em várias frentes que visem respaldar e ajudar o governo do presidente Lula a consolidar as mudanças estruturais em nosso país. Falo da retomada do desenvolvimento econômico, que tem gerado riquezas, empregos, justiça social e melhorado a qualidade de vida do nosso povo. Para consolidar essa tarefa, é fundamental mobilizarmos a sociedade pela reeleição do presidente Lula em 2026 e, com ele, elegermos o maior número possível de parlamentares comprometidos com esse programa. Para além disso, vamos pautar e colocar o PT como instrumento de mobilização e debate do projeto de mudança da jornada de trabalho da maioria dos trabalhadores brasileiros, alterando a atual escala 6x1, tão danosa à qualidade de vida da classe trabalhadora, para a escala 5x2, jornada essa que já está em prática para grande parte dos trabalhadores do serviço público. Será tarefa do PT mobilizar os trabalhadores em busca de uma jornada de trabalho mais justa para todos.

JC – Como o partido pretende se posicionar diante dos desafios econômicos e sociais do estado?
RC – No processo eleitoral de 2022, nós apresentamos aos sergipanos um programa que enfrentava esses desafios. Esse programa continua atual. Continuaremos, mesmo na oposição, sugerindo mudanças de rumo em muitas das atuais políticas implementadas, que não têm surtido efeito na superação de problemas como a ausência de segurança hídrica na maioria dos municípios sergipanos, insegurança alimentar para uma parcela grande da população, segurança pública para as periferias e um programa de moradia popular.

JC – Quais são suas principais propostas para reorganizar e fortalecer o PT em Sergipe?
RC – Vamos retomar uma política efetiva e necessária de formação política de nossos filiados e militantes. A formação de novos quadros. Trata- -se de preparar o partido para o futuro, formando militância e ampliando nossa ação política, retomando o diálogo social, reconstruindo e ampliando nossas bases na sociedade. O PT deve colocar em ação um projeto moderno de comunicação interna com a sua militância e externa com a sociedade sergipana.

JC – Quais são as principais estratégias para aumentar o quadro de filiados do PT em Sergipe? Como atrair novos perfis, especialmente jovens e mulheres, para o partido?
RC – O PT é, seguramente, o partido com o maior número de filiados em nosso estado, mas, mesmo assim, faz constantes campanhas de filiação. Recentemente, tivemos uma ampliação de quase 9 mil novas filiações. No que se refere a jovens e mulheres, a estratégia que o PT já adota é a paridade entre homens e mulheres e cotas de 30% para juventude em todas as suas instâncias. É nos governos petistas que se implantam as primeiras secretarias de mulheres, que se ampliam as Delegacias de Mulheres, que se criam as Casas da Mulher Brasileira e todo o arcabouço de proteção contra a violência sobre a mulher. Com uma presença mais efetiva nas lutas sociais, compreendendo melhor as novas formas de expressão e ajudando na construção e na organização dos movimentos sociais, sendo porta-voz mais eficaz de suas bandeiras e reivindicações.

JC – Que papel a militância digital e as redes sociais têm na estratégia de crescimento do partido?
RC – Papel relevante. Os meios digitais e redes sociais revolucionaram os meios de comunicação na sociedade atual. Nesse sentido, o desafio será criarmos uma nova estratégia de comunicação com a sociedade, que leve em consideração esses novos meios, mas que não abra mão de conteúdos qualificados.

JC – Como pretende ampliar a base social e eleitoral do partido no estado, especialmente após os resultados das últimas eleições? RC – Com uma atuação mais forte junto à sociedade organizada, aos movimentos sociais, estando mais presentes nas bases, nas comunidades e de forma cotidiana. Porém, vale ressaltar que nenhum partido, no exercício do governo, esteve tão próximo das bases e dos movimentos sociais através da execução de suas políticas de inclusão pelo direito, a exemplo do Programa Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e inclusão de jovens nas universidades pelo sistema de cotas.

JC – O senhor, ganhando as eleições e sendo o presidente da sigla, quais são as principais alianças que o partido busca construir para 2026?
RC – A primeira e mais importante é a aliança interna. Buscaremos, na grande política, nossa unidade interna. Essa se dará na compreensão dos desafios e na responsabilidade política que temos pela frente: a reeleição do presidente Lula, a sustentação parlamentar e, na sociedade, do projeto que ele lidera. A ampliação da nossa presença nessas frentes, o nosso real protagonismo, se consumará no tabuleiro do xadrez da política, suplantando as negociações comezinhas e tratando os espaços na grande política. Em segundo lugar, e não menos importante, priorizaremos alianças com as forças políticas que tenham identidade programática com o projeto liderado por Lula.

JC – Qual será a estratégia do PT sergipano para se consolidar como alternativa de governo nas próximas eleições?
RC – Construir um campo político comprometido com um projeto de desenvolvimento para Sergipe, no campo da inclusão social, no combate às desigualdades, no desenvolvimento econômico, na transparência e no zelo ao patrimônio público. Um programa identificado e alinhado com o programa nacional, propiciando, assim, melhores condições de viabilização das nossas ações.

JC – Quais são os principais desafios que o PT enfrenta em Sergipe atualmente?
RC – Precisamos de um novo modelo de funcionamento de nossas instâncias, que dê conta do imenso desejo de participação política demonstrado por todos os movimentos que, em todo o estado, organizam as mulheres, os negros e negras, os povos indígenas, a população LGBTQIAPN+, os ativistas das redes sociais, os movimentos ambientais, de moradia, transporte, saúde, educação, trabalhadores da cidade e do campo, sobretudo pelas juventudes, que lutam por defender e aperfeiçoar o PT. Nos colocarmos de forma aberta, firme e vigorosa nesse imprescindível desafio para que, como um partido de massas, ao lado dos movimentos sociais, estejamos à altura de defender as conquistas e os direitos da maioria de nosso povo e retomar um programa voltado à realização da justiça social e do fortalecimento da democracia.