17/07/2018 as 09:28

Voluntários

Hemose está cadastrando doadores de medula óssea

Em Sergipe, há apenas duas mil pessoas cadastradas; número é baixo.

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Hemose está cadastrando doadores de medula ósseaFoto: André Moreira/Equipe JC

A busca por doadores de medula óssea não é tarefa fácil, pois não se trata apenas de tipo sanguíneo, como acontece na doação de sangue, e sim de compatibilidade entre genes, que tem chance de 1 para 100 mil de dar certo. Isso significa que quanto mais voluntários para cadastro de medula óssea no Brasil, maiores são as chances de transplantes para salvar a vida de pessoas doentes. É por esse motivo que o Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) continua buscando sensibilizar a sociedade para o cadastro do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), já que do início do ano até hoje, aproximadamente duas mil pessoas se cadastraram, número considerado baixo.


De acordo com a gerente de coleta do Hemose em Sergipe, Florita Aquino, a meta de amostras no Redome, estabelecida pelo Ministério da Saúde, é de sete mil cadastros por ano. Em 2017, o Centro ultrapassou a meta chegando a 7.403 voluntários cadastrados. No entanto, esse ano um semestre inteiro já passou e os números não atingem metade da quantidade estimada, o que preocupa.


“Quanto mais doadores nós temos, maior é a possibilidade de um paciente com leucemia receber o transplante de medula óssea. Quando temos uma única doação compatível, já é positivo para a gente. Podemos atingir a meta do Ministério da Saúde ou não, mas, o importante é não deixar de ofertar cadastro e de sensibilizar a população”, frisa a gerente.


O transplante de medula óssea é um procedimento que substitui uma medula deficiente por células normais de outra, e beneficia pessoas com leucemia, linfomas, doenças autoimunes, anemia grave, entre outras doenças. O procedimento para a doação de medula é diferente do que acontece com a doação de sangue, porém, não é complicado. O primeiro passo, segundo Florita, é o cadastro consciente do formulário Redome.


“Com o registro você estará ciente e autorizando o transplante. Após o preenchimento, o formulário terá 4ml de sangue coletado daqui no Hemose, que será encaminhado para o Instituto do Câncer (Inca), onde é feito o teste de compatibilidade com a pessoa que está doente”, explica Florita.


Ainda de acordo com a gerente, o Hemose teve respostas positivas de cadastrados que foram convocados pelo Inca para a 2ª amostra, que é quando os testes iniciais foram positivos e o doador precisará passar por novos testes e será submetido a novos exames para confirmar a compatibilidade. “Não temos respostas se esse paciente vai doar ou não medula óssea, mas, os resultados positivos de 2ª amostra significam que vai sair algum doador”, disse.


O que muitas vezes intimida um voluntário a doar medula óssea é o fato de o procedimento ser cirúrgico, porém, a gerente garante que é simples. “As pessoas não aderem muito porque têm receio de ir para procedimento cirúrgico, mas, é algo muito simples, inclusive, recebe alta no mesmo dia e recebe atestado de aproximadamente 15 dias. A indicação do Inca geralmente é no lugar mais próximo de onde estiver o paciente, e paga passagem e hospedagem do doador e acompanhante, porque o cadastro de medula é nacional e internacional. Você doa aqui, mas, tem brasileiro em outros países”, ressalta.


Para se tornar um doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e seguir os mesmos pré-requisitos exigidos para a doação de sangue, como nunca ter tido câncer ou doença do sistema imunológico, e estar bem de saúde. Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso. Até 2013 a meta do Ministério da Saúde era de 700 amostras por ano. A partir de 2014, esse número foi ampliado para sete mil amostras, uma forma de dar mais chance de cura às pessoas doentes.


“Se o indivíduo tiver boas condições de saúde, se sensibilize com esse ato, porque é simples, mesmo cirúrgico, hoje em dia já se faz através de uma máquina que faz a filtragem da medula por pulsão mesmo, não precisa de procedimento cirúrgico. Então, se sensibilizem que é um transplante através do qual se pode doar em vida e salvar pessoas. O índice de pessoas com leucemia está aumentando. Não tem mais idade, é de criança até idoso que está aparecendo leucemia e essa é uma chance da pessoa se curar”, afirma Florita.

Laís de Melo/Equipe JC