Entidade promove ações para combater o suicídio

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O suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 35 anos no mundo. São cerca de 800 mil a um milhão de suicídios que ocorrem a cada ano. Os índices estão crescendo também entre a população idosa, além de serem constatados aumentos nos números de suicídios na infância. Em Sergipe, no ano de 2017, foram registrados cerca de 80 suicídios. O assunto é bastante preocupante e precisa ser discutido. Por isso, o Estado de Sergipe está antecipando as atividades da campanha “Setembro Amarelo” com a realização de diversas atividades para alertar toda a população sergipana.

No dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A Associação Sergipana de Psiquiatria iniciou no mês de agosto atividades com palestras, simpósios, panfletagens e rodas de conversas com temas sobre como identificar uma pessoa com tendência ao suicídio e como auxiliar. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, conforme pesquisa realizada com 15 mil participantes de diversos países, 97% das pessoas que tentam se matar têm diagnóstico de transtorno mental.

Segundo a psiquiatra e presidente da Associação Sergipana de Psiquiatria, Dra. Norma Oliveira, na maioria dos casos, se as vítimas tivessem passado por tratamentos adequados, o suicídio ou a tentativa poderiam ser evitados. A doutora revela ainda um dado alarmante: entre os jovens suicidas nas capitais do Brasil, Aracaju foi classificada em primeiro lugar com a maior população em número de suicídios.

“Mais de 90% das pessoas têm um transtorno mental que poderia ser tratado e evitado o suicídio. Todas as pessoas que chegam para a gente porque têm um transtorno com possibilidade de suicídio, quando tratam adequadamente, a grande maioria sai do risco. São doenças do tipo transtorno efetivo bipolar, sendo esse de maior risco, além das dependências químicas e as esquizofrenias, transtornos de ansiedade e Transtorno Boderline de Personalidade”, cita a presidente.

A cada 40 minutos uma pessoa comete suicídio e a cada três segundos alguém está tentando cometer. Isso significa que as tentativas são muito maiores do que o fato consumado. Além disso, a Dra. Norma chama atenção para o aumento no número de crianças e adolescentes cometendo automutilação. Entre todos os dados e índices constatados, a campanha “Setembro Amarelo” foi antecipada em Sergipe.

“O movimento começa antes de setembro. Amanhã mesmo (hoje) estaremos iniciando um curso de capacitação para aqueles que estão lidando com pessoas de risco, além das palestras, simpósios, rodas de conversas, panfletagens etc. Ano passado fizemos 230 ações, este ano já estamos com uma programação agora no mês de agosto com 36 atividades. Este ano estamos incluindo atividade nova, porque antes a nossa caminhada era no Bairro 13 de Julho e no Calçadão da Praia Formosa, só que nas classes sociais menos favorecidas o índice também é muito alto. Então vamos fazer panfletagem no Calçadão da João Pessoa, nos mercados, nos terminais, que é uma maneira de contemplar todas as classes. A dor da alma não escolhe raça, condição social, ela atinge a todos.

Laís de Melo/Equipe JC