21/08/2018 as 08:28

Saúde

SMS faz bloqueio vacinal para evitar transmissão de sarampo

Primeiro caso de sarampo em Sergipe foi confirmado sexta-feira.

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SMS faz bloqueio vacinal para evitar transmissão de sarampoFoto: André Moreira/Equipe JC

O primeiro caso de sarampo positivo em Sergipe foi confirmado na última sexta-feira, 17, com o resultado do exame de sorologia realizado no Laboratório Central (Lacen). A vítima é um jovem de 15 anos que apresentava sintomas como dores de garganta, tosse, febre e a pele com manchas avermelhadas. Diante da confirmação, a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS), por meio da Coordenação da Vigilância Epidemiológica (Covepi), realizou uma série de ações em menos de 24h como forma de bloqueio para evitar a transmissão do vírus na cidade.


Segundo a Assessoria de Comunicação da SMS, todos os familiares, amigos e pessoas que tiveram contato com o garoto foram vacinadas. As equipes da Covepi foram até a escola onde a vítima estuda para vacinar os alunos que dividem a mesma sala de aula. Segundo informações da família, o adolescente começou a sentir dores de garganta, tosse e febre e então foi levado duas vezes a uma unidade de urgência da rede particular de saúde, e em seguida a mãe procurou a secretaria para comunicar o fato.


A SMS informa que esse é o primeiro caso de sarampo em Sergipe confirmado nos últimos 20 anos. Houve 13 casos notificados, mas somente este deu positivo. O adolescente havia feito uma viagem de férias para Manaus, região onde está sendo registrado um grande número de casos de sarampo confirmados no Brasil e provavelmente foi lá que o garoto contraiu o vírus.


A ação de bloqueio vacinal realizado pela SMS foi baseada no surto que está havendo em alguns Estados do país. “A SMS fez todas as medidas de controle, inicialmente para o diagnóstico através da coleta de urina e o sangue, pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). No dia 16, com o conhecimento do caso, imediatamente disparamos a comunicação para a Unidade Básica de Saúde da área de moradia do adolescente e os profissionais fizeram a visita domiciliar à família. Já foi realizado também o bloqueio vacinal tanto na residência como com a equipe que atendeu o adolescente. Agora estamos em processo para realizar o bloqueio no colégio em que o adolescente estuda”, disse a coordenadora da Covepi, Tânia Santos.


O alerta epidemiológico foi lançado ainda no mês de julho em Aracaju. “É necessário um maior empenho dos nossos profissionais da saúde, tanto para esclarecer a população sobre a importância de manter a caderneta da criança atualizada quanto de permanecer em alerta para casos suspeitos de sarampo, pois a notificação deve ser imediata. Destaco que os pais e responsáveis são protagonistas diretos do cuidado com seus filhos, e que precisam ser ativos no processo de prevenção das doenças. Todas as unidades básicas de saúde ofertam as vacinas necessárias para as crianças”, destacou a coordenadora.


Prevenção
Ainda de acordo com a coordenadora da Covepi, a transmissão do sarampo pode ocorrer de uma pessoa a outra por meio de secreções expelidas ao tossir, falar, espirrar ou até na respiração. O contágio pode se dar ainda por dispersão de gotículas no ar em ambientes fechados.


“Por isso, ela é considerada uma doença infecciosa viral extremamente contagiosa. Os principais sintomas são manchas avermelhadas em todo o corpo, febre alta, congestão nasal, tosse e conjuntivite, além de poder causar complicações graves, como encefalite, diarreia intensa, infecções de ouvido, pneumonia e até cegueira; quadros que são mais graves em crianças”, alertou.


A melhor maneira de se evitar a doença ainda é através da vacina. As crianças devem receber duas doses: a primeira aos 12 meses, com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e a segunda aos 15 meses, com a tetra viral (que inclui proteção contra varicela) ou tríplice viral e varicela separadamente.


Caso o indivíduo esteja fora da referida faixa etária e não tenha recebido esta vacina em algum momento da vida, a vacinação se dá da seguinte forma: até 29 anos, duas doses com intervalo mínimo de 30 dias entre elas; 30 a 49 anos: apenas uma dose. Vale salientar a importância de levar o cartão de vacina à unidade de saúde para que o profissional verifique a necessidade de atualização.

Outros cuidados ainda devem ser tomados, como:
- Fazer higiene das mãos com água e sabão (sempre depois de tossir ou espirrar, de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar olhos, boca e nariz);
- Usar lenço de papel descartável;
- Proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de gotículas de saliva;
- Em caso de infecção, evitar sair de casa enquanto estiver no período de transmissão (de cinco a sete dias após o início dos sintomas);
- Evitar aglomerações, ambientes fechados e mantendo-os ventilados sempre que possível.

Laís de Melo/Equipe JC