22/10/2018 as 10:30
SaúdeMas índice de cobertura de SE está muito longe do recomendado pela OMS
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A mamografia ainda hoje é o principal exame que auxilia na previsão precoce do câncer de mama. O exame é o instrumento que mostra lesões em fase inicial, ainda muito pequenas, medindo milímetros. Se descoberta no início, a chance de cura é de quase praticamente de 100%. O índice de cobertura mamográfica do país não chega a 25%, Sergipe tem cerca de 20% de índice de cobertura, muito longe dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a medida mastologista, Paula Saab, No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, visando ao diagnóstico precoce e a redução da mortalidade. Tal medida difere das recomendações atuais do Ministério da Saúde, que preconiza o rastreamento a cada dois anos, a partir dos 50 anos, excluindo dos programas de rastreamento uma faixa importante da população (mulheres entre 40-49 anos), responsável por cerca de 15-20% dos casos de câncer de mama.
“Entre os fatores que que contribuem para baixa cobertura mamográfica estão a falta de acesso ao exame, a falta de informação das pacientes, a falta de aparelhos disponível, a falta de locomoção das pacientes, a má qualidade dos exames e a falta de rastreamento e controle desses resultados. Com a baixa cobertura mamográfica, a falta de acesso ao exame, consulta, diagnóstico e tratamento, vamos ter uma taxa de mortalidade muito maior. E é isto que vem ocorrendo nas regiões com menor índice de desenvolvimento, a mortalidade está aumentando”, coloca.
Além de ter atenção com a regularidade do exame, a médica alerta que o sobrepeso e obesidade são fatores que aumentam o risco de câncer. “Por isso, perder peso, realizar exercício físico regularmente, ter uma alimentação mais natural possível sem alimentos ultraprocessados contribuem na prevenção da doença”, acrescenta.
A médica frisa que a mamografia diagnóstica, assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. “A mulher não precisa ter a idade mínima para a realização do exame, a qualquer suspeita, a gente pede os exames de rastreamento para ver se há lesão e assim elaborar o plano de tratamento”, disse Paula Saab, acrescentando ainda que é necessário mais engajamento do poder público sobre assunto.
“Não vejo uma mobilização social ou um programa de rastreamento da população que necessita realizar o exame. Há uma demanda social muito grande e que muitas vezes não tem acesso a mamografia, população essa que tem uma lesão e suspeita, mas não tem o diagnóstico e o tratamento adequado”, concluiu a mastologista, Paula Saab.
Por Grecy Andrade/Equipe JC