07/12/2018 as 10:21

Huse

Adolescente de 16 anos é internado com calazar

A situação tem se tornado comum em Sergipe nos últimos anos. No mês passado, uma criança de três anos faleceu no Huse por conta da doença.

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Adolescente de 16 anos é internado com calazarBanco de imagens JC

Um adolescente de 16 anos foi internado no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) por conta de uma Leishmaniose Visceral, também conhecida como Calazar. O jovem deu entrada no hospital no dia 24 de novembro. Porém, na terça feira, 4, o quadro piorou e ele teve de ir para a UTI. Darcy Pinto, superintendente do hospital, afirmou que o estado do jovem de Gararu é “grave”.

“O caso dele é sério, não há previsão de melhora. A doença é grave, ele está aqui desde o dia 24 [de novembro] e o quadro dele tem piorado. O hospital está fazendo o melhor para ajudá-lo no momento”, disse.

A situação tem se tornado comum em Sergipe nos últimos anos. No mês passado, uma criança de três anos faleceu no Huse por conta da doença. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, foram registrados 55 casos e nove mortes em 2018. No ano passado houve 75 casos e o mesmo número de mortes.

Em Aracaju são 15 episódios confirmados e um falecimento, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde. Embora o número de casos no Estado tenha diminuído para 26,7%, o de mortes está igualado, o que torna a situação alarmante.

Apesar de perigosa, doença tem tratamento
A Leishmaniose é transmitida por mosquitos. O inseto é infectado ao picar o cachorro, que se torna um reservatório da doença em áreas urbanas. Os sintomas são caracterizados por febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso, fraqueza, redução de força muscular e anemia, entre outras coisas.


Já no animal os sintomas podem levar de três meses à anos para se manifestar. Os sinais clínicos são emagrecimento, mucosas pálidas, crescimento exagerado das unhas, lesões na pele, perda de cabelo, úlceras com sangramentos e secreção ocular.

O tratamento em humanos é feito pelo SUS. Existe controvérsia no tratamento dos animais, a Miltesofrina é cara e melhora os sintomas, reduzindo a carga parasitaria, mas não a elimina. O procedimento deve ser feito através de uma vacina com repelentes e coleiras para reduzir o risco. O medicamento não é o único custo do tratamento. O animal deve realizar retornos ao veterinário a cada quatro meses para uma nova bateria de exames e verificar a necessidade de utilizá-lo novamente. Outra solução indicada pelo Ministério da Saúde é a eutanásia.

Segundo a coordenadora do Centro de Zoonoses, Marina Sena, o órgão tem criado medidas para conscientizar a população na capital acerca do risco. Quando existe caso humano, delimitam uma área de 500 metros na casa de onde aconteceu o episódio, escolas, unidades de saúde e nos Cras.


“Nós realizamos ações como Educação em Saúde que consiste na informação sobre as medidas de prevenção ao aparecimento do flebotómo, vetor da Leishmaniose Visceral. Também fazemos o inquérito canino, onde realizamos coleta de sangue em cães de áreas com histórico de casos humanos para identificar os reservatórios, e a instalação de armadilhas para realizar o levantamento entomológico para flebotomineo, para identificar se naquela área que ocorreu o caso humano o mosquito palha está presente”.


Para descobrir se o animal tem a doença, o sangue é colocado no inquérito canino e levado ao laboratório do Centro de Controle do Zoonoses. Lá eles realizam dois testes para diagnósticos da doença: o teste rápido e o confirmatório. Se ele for positivo no primeiro teste, fica submetido ao segundo, chamado Elisa, e depois outro realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

Como se prevenir
Para evitar a transmissão da doença, recomenda-se que limpe os quintais, mantendo-o sem acúmulo de folhas caídas, lixo e entulhos. Que também evite circular próximo de matagais após às 17h, a vacinação do animal contra a raiva e levá-lo periodicamente ao veterinário ou o Zoonoses.