07/03/2019 as 10:03

Saúde

Verão pede cuidado especial com a região íntima das mulheres

Ginecologista ressalta a importância da troca de absorvente em intervalos curtos

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Verão pede cuidado especial com a região íntima das mulheres

O verão pede atenção especial das mulheres com a saúde da região íntima, por isso, são necessários alguns cuidados que podem ser introduzidos na sua rotina. Um dos erros comuns nesta época do ano é o uso de biquínis e maiôs molhados por muitas horas, o que facilita o aparecimento de fungos. Além disso, muitas mulheres fazem muito uso de calcinhas sintéticas, deixando a região abafada. Para saber mais sobre o assunto, a ginecologista Larissa Daun, da Vita Femme, que responde aos nossos questionamentos. Confira!

REVISTA DA CIDADE - Quais maus hábitos podem prejudicar a região genital nesta estação?
LARISSA DAUN - Muitos hábitos comuns podem prejudicar a saúde da região íntima, tais como: calcinhas de material sintético (melhor dar preferência para calcinhas algodão que facilitam ventilação da região); lavagem incorreta de peças íntimas (uso de produtos químicos como por exemplo, amaciantes); uso de absorventes diários; higienização incorreta, bem como a frequência; tipo de sabonete; uso de lenços umedecidos rotineiramente; uso de ducha Íntima; roupas apertadas; beber pouca água, entre outros hábitos.

RC - Como fazer melhor o uso de protetores e absorventes neste período de muito calor? Quando deve ser trocado?
LD - Os absorventes diários são muito usados para conter secreções e corrimentos abundantes, evitando a sensação de umidade ao longo do dia, porém podem deixar a mulher mais suscetível a infecções devido à proliferação de fungos e bactérias. Nas situações em que o uso de absorvente diário não pode ser evitado, como em perda urinária, corrimento ou transudação excessivos, recomenda-se absorventes respiráveis, sem a película plástica, que devem ser trocados em intervalos curtos.

RC - Por causa do uso de biquíni e maiô, a região da vagina fica muito molhada. Como deve ser feita a higienização? Faz mal ficar muitas horas consecutivas com as peças molhadas?
LD - O uso de roupas molhadas por tempo prolongado deixa a vagina abafada e úmida facilitando aparecimento de fungos, principalmente. Deve-se trocar roupas após o banho de mar e/ou piscina.

RC - Indica uso de sabonete íntimo ou algum outro produto para higiene?
LD - Geralmente, os sabonetes íntimos apresentam ph ácido (variam entre 4,5-5,5) e, portanto, se aproximam ph vulvar, são hipoalergênicos (baixo potencial de causar alergia), devem ser usados na região externa, porém deve-se evitar uso exagerado e fricção da mucosa (esfregar muito ao se lavar), pois poderá perder camada protetora. Devemos evitar sabonetes alcalinos já que alteram ph e desidratam pele. Outra opção seria sabonetes de glicerina para higiene íntima.

RC - Mulheres que transpiram com frequência na região genital devem evitar roupas justas como calças jeans e meias-calças?
LD - Sim! A umidade excessiva na região genital pode favorecer crescimento de fungos, por exemplo. Deve-se evitar roupas justas, bem como uso de calcinhas de material sintético (melhor usar as de algodão, evitar lavar a peça íntima e deixar a mesma secando em locais impróprios como no banheiro, que é ambiente úmido e propício para crescimento de micro-organismos.

RC - Qual conselho você dá para pessoas que estão com coceiras e mau cheiro na região íntima? Quais doenças são comuns nesta época e o que precisa fazer para dar início ao tratamento?
LD - É importante destacar que a presença de coceira ou irritação na região genital ou de corrimento pode ser decorrente apenas de hábitos de higiene inadequados, mas também causados por doenças que precisam ser diagnosticadas e tratadas, como as dermatites, as vulvovaginites, as lesões relacionadas com o HPV (verrugas, lesões pré-câncer e lesões neoplásicas na região anogenital), entre outras. A ginecologista deve ser consultada regularmente para a manutenção da sua saúde e consequentemente para diagnóstico precoce e sucesso no tratamento de doenças graves, como câncer de colo de útero.