01/08/2019 as 12:23

Na infância

Perda auditiva pode afetar aprendizado

É importante que pais e professores fiquem atentos às crianças.

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O segundo semestre letivo já começou. É hora de recomeçar as atividades para conseguir um bom desempenho escolar o resto do ano com boas notas e aprovação. No entanto, as crianças podem apresentar algumas barreiras que comprometem seu aprendizado. Os sinais de que o aluno não enxerga bem o que está na lousa ajudam a alertar os pais para eventuais problemas de visão. O mesmo acontece com a perda auditiva.

Para a otorrinolaringologista Rosa Grazielle de Lima, é importante que pais e professores fiquem atentos às crianças, já que este tipo de problema costuma acontecer com cerca de 10% a 15% delas em idade escolar. “A perda auditiva é uma deficiência séria, e muitas vezes só é identificada tardiamente. Quando não reconhecida e dependendo do grau, a deficiência auditiva pode causar muitos problemas para as crianças como dificuldade na fala, capacidade de aprender e integração social”, explica a médica.


Ela explica ainda que muitas vezes a lentidão no aprendizado ou falta de concentração significam sinais de que a criança não está escutando bem em sala de aula e os professores podem ser os primeiros a identificar. “Crianças que não ouvem bem terão, consequentemente, um atraso para falar e, quando falarem, possivelmente haverá alguma troca de letras ou fonemas. Outra característica que percebemos em crianças um pouco maiores é o baixo rendimento escolar. Depois de identificada, a perda pode ser revertida, como a perda auditiva condutiva, comum em crianças que apresentam alguma doença respiratória, pelo acúmulo de catarro ou secreção dentro do ouvido, causando falta de atenção e concentração. É importante fazer avaliação com um otorrino, pois estudos apontam que grande parte das crianças pode ter esse tipo de perda até os cinco anos de idade, decorrente das infecções respiratórias, por isso é importante leva-la para avaliação de um profissional da área”, comentou a otorrinolaringologista.

Outros sinais podem ser demonstrados quando a criança pede para aumentar o som de aparelhos eletrônicos, não reage a barulhos fortes, não atende quando é chamada pelo nome, dentre outros. A médica alerta que a maioria das pessoas demoram a detectar o problema auditivo e iniciar o tratamento. Mas é necessário prestar atenção nos sintomas para que, se detectada a perda auditiva na criança, o tratamento seja imediato, pois trata-se de um problema que compromete o desenvolvimento da comunicação e do aprendizado.

Estima-se que no Brasil, a cada mil crianças recém-nascidas, três a cinco são surdas. Crianças em idade escolar que são portadoras de deficiência auditiva leve e flutuante chegam a 15%, sendo que 2% delas exigiriam o uso de aparelhos de amplificação sonora. 


Por isso é importante que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento dos filhos e, se necessário, façam uma avaliação com um médico otorrinolaringologista para a realização de exames diagnósticos.