23/09/2019 as 12:32

CUIDADO CONSTANTE

Aracaju recebeu 355 notificações de casos de suicídio

Rede pública oferece atendimento para saúde mental

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Entre 2008 e o dia 9 de setembro de 2019, foram registrados 355 notificações de casos de suicídio em Aracaju, sendo que 258 deles foram provocados por homens e 97 por mulheres. A maioria na faixa etária entre 20 e 29 anos; seguidos de 40 a 49 anos; 30 a 39 anos; 50 a 59; 15 a 19; 60 a 69; 70 a 79; 10 a 14 e acima de 80 anos.

Os bairros com maior incidência são o Santa Maria, com 33 ocorrências nesse período; São Conrado, com 31; Farolândia, 22 casos; Olaria, 13; Jabotiana e Santos Dumont, ambos com 12; América e Atalaia, com 11; Coroa do Meio, Centro e Cidade Nova, com 10 casos, seguidos pelo bairro Industrial, com 9; Getúlio Vargas, com 8; Siqueira Campos e Bugio, com 7; Soledade, Lamarão e Luzia, com 6. Os demais bairros registraram entre 1 e 5 casos, mas todos tiveram ocorrências de suicídio nos últimos 11 anos. “A partir do momento em que a gente recebe a notificação, é disparado o aviso de cuidado da equipe de saúde mental, para fazer a busca ativa e ofertar o tratamento necessário”, explica Lidiane Gonçalves, área técnica do Núcleo de Prevenção de Violência e Acidentes (Nupeva) da Secretaria da Saúde de Aracaju.

Segundo a técnica do Núcleo de Prevenção de Violência e Acidentes, a notificação é importante tanto para possibilitar o atendimento e, com ele, evitar uma nova tentativa de suicídio, quanto para traçar as estratégias de atuação da rede municipal. Por isso, há uma atualização constante com os profissionais de saúde que atendem nos diversos serviços – UBS, urgência e emergência, Cemar, Caps – para que notifiquem os casos suspeitos ou confirmados de violência.

Para além disso, durante todo o ano, as equipes dos Caps recebem as notificações e realizam a busca ativa, que consiste em ir até a casa da pessoa com uma equipe de saúde ou do Caps para ofertar o tratamento.

“A equipe vai até lá e se coloca à disposição para ofertar um serviço de saúde, pois quando há uma tentativa de suicídio, há a iminência de ter tantas outras. É feita a inserção no próprio serviço de saúde, nos Caps e começa o acompanhamento com profissionais do núcleo social, como psicólogos, assistente social, terapeuta ocupacional, com consulta médico especializada ou clínica. É uma ação continuada”, explica Mairla Protázio, apoiadora institucional da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps) da Secretar.

Segundo Ericka Henriques Guerra, coordenadora do Serviço Residencial Terapêutico e Consultório na Rua, também existem os grupos psicoterapêuticos nos próprios atendimentos individuais com as equipes de psicólogos do Caps. Já as referências de saúde mental são as equipes de psicólogos e psiquiatras que atuam nas Unidades Básicas de Saúde. “Portanto, temos a retaguarda do trabalho desses profissionais que estão no território, nas unidades de saúde, ou seja, em locais mais próximos da população”, ressalta.

A Rede de Atenção Psicossocial (Reaps) de Aracaju, ofertada por meio da Secretaria Municipal de Saúde, conta com seis Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e 14 órgãos de referência em saúde mental – 10 para o público adulto e quatro para o infantojuvenil –, que atendem a todas as especificações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e estão espalhadas em diferentes bairros da cidade, a fim de realizar uma cobertura completa.

 

/Fonte: PMA

// Fotos: Marcos Vieira, Silvio Rocha