13/11/2019 as 08:52

Procedimento

Garota tem ligamento do rim e da uretra rompido durante parto

Cesariana feita em maio mudou para sempre a vida de Bruna, de 17 anos

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Uma garota, de apenas 17 anos, residente do Bairro Santa Maria, viu a sua vida se transformar após o parto do seu filho, que nasceu de uma cesariana no dia 23 de maio, na Maternidade Santa Isabel. Segundo relato de Bruna Stefane Souza, após o nascimento do filho, ela teve alta e foi para casa como em qualquer procedimento desta natureza. Mas, dois dias depois, a garota passou a sentir fortes dores na barriga, além de muita febre. Foi aí que retornou à unidade.


“Eu tive ele no dia 23 de maio e depois a gente subiu para uma sala. Viemos para casa e, com dois dias depois, eu retornei com muita febre, dores na região da cirurgia, não estava comendo, tudo o que comia vomitava. Eles me deixaram internada em observação. No outro dia fizeram exame de sangue e viram que eu estava com uma anemia bastante forte e tive que tomar quatro bolsas de sangue. Na quarta-feira eu tive uma convulsão, foi aí que eles falaram para minha mãe que eu iria passar por outra cirurgia porque tinha ocorrido um erro”, explica Bruna.


O erro em questão estaria ligado a um rompimento do rim e do canal da uretra. Segundo Bruna, o obstetra responsável pelo parto teria deixado muito sangue em sua barriga.


“Na quarta-feira mesmo eu passei por uma cirurgia porque tinha rompido o ligamento do meu rim e o canal da minha uretra. Além disso, eles tinham deixado sangue no meio da minha barriga. Fiz a cirurgia de reparação no dia 31 de maio”, lamenta a garota.
No prontuário referente à cirurgia de reparação, consta que se trata de uma drenagem de hematoma de incisão obstétrica com reimplante ureterovesical esquerdo, além de passagem cirúrgica de duplo J à direita, provenientes do diagnóstico de lesão ureteral pós cirúrgica.


De acordo com Railda dos Santos, mãe de Bruna, a informação dada pela médica foi que o erro seria comum diante do quantitativo de cirurgias realizadas pelo obstetra, mas que ela iria fazer a reparação.


“A médica me disse que tinha acontecido um erro do colega e que tinha cortado o rim e o canal da uretra. Ela disse que isso poderia acontecer porque ele tinha feito muitas cirurgias naquele dia. Não informaram de jeito nenhum o nome do médico. Ela disse que todas as cirurgias oferecem riscos, mas que ela iria tentar reverter”, relata a mãe.

Railda chora ao lembrar do sofrimento passado por sua filha e conta os momentos de terror vividos por ela. “Ela sente muitas dores. Entrou em depressão pós-parto e não quis saber do filho. Ele ficou durante 22 dias com uma tia dela. Foi uma correria e sem dinheiro para nada. Foi um caso triste, ela vomitava sangue e um bolo verde. A gente colocava o filho com ela e ela dizia ‘tire esse menino daqui’. A gente só fazia chorar”, conta a genitora.


Atualmente, Bruna ainda sente fortes dores abdominais e luta para conseguir um tratamento adequado e que faça cessar os transtornos. Além disso, a mãe dela entrará com uma ação judicial para a reparação do sofrimento dela dentro da unidade Santa Isabel.


A Maternidade Santa Isabel foi procurada para se manifestar sobre o caso, mas, até o momento do fechamento desta edição, não encaminhou resposta.

|Texto: Diego Rios

||Foto: André Moreira