16/01/2020 as 16:43

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Infectologista alerta para cuidados com doenças transmitidas pelo beijo

Conhecida popularmente como doença do beijo, a Mononucleose infecciosa, é causada pelo vírus Epstein-Barr

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Verão, férias, festas e muita azaração. Se há uma demonstração de afeto que a maioria das pessoas gostam é o beijo e através dele são inúmeros os benefícios, entre eles a diminuição da ansiedade, o aumento da autoestima, a melhora do humor. Porém, o beijo na boca também pode ser responsável pela troca de vírus, bactérias e várias doenças são transmitidas pela saliva. Dessa forma, pode-se encontrar mais de 700 espécies de bactérias na cavidade oral, como os Lactobacilos, os Estreptococos e os Estafilococos que são exemplos de bactérias mais comuns que podem levar a infecção da boca e garganta. Portanto, quem mais beijar bocas diferentes, mais chances têm de contrair doenças.

Conhecida popularmente como doença do beijo, a Mononucleose infecciosa, é causada pelo vírus Epstein-Barr. De acordo com o médico infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio, geralmente as pessoas se contaminam a partir da fase da adolescência. “Pessoas que frequentam festas e beijam várias pessoas podem ter um risco maior. Ao contrair a doença, podem apresentar sintomas como febre prolongada, aumento dos gânglios do pescoço, aumento do baço, e em alguns casos pode aparecer manchas avermelhadas na pele. Vale ressaltar que a mononucleose é uma doença que não precisa de tratamento, pois passa por si só”, explicou.

Além dela, a Herpes Labial também é transmitida pelo beijo. Geralmente é caracterizada por conter uma área no lábio que forma bolhas. Embora a doença, na maioria dos casos, não causa nenhuma complicação grave, tem o risco de reincidência, ou seja, é como se ele ficasse guardadinho podendo retornar.  Assim como a herpes, a sífilis, Infecção Sexualmente Transmissível (IST), podem ser transmitidas também através do beijo, diz o infectologista Marco Aurélio. “No beijo, geralmente ocorre quando IST está na fase aguda formando feridinhas. A transmissão através do beijo ocorre em razão do contato com as feridas que é totalmente infectante”, conta.

Lado bom

Embora existam várias doenças e infecções que podem ser adquiridas ao beijar, não se deve esquecer dos inúmeros benefícios. O ato ativa todos os sentidos do corpo humano e movimenta 29 músculos, sendo 17 da língua e 12 dos lábios. Além de também acelera os batimentos cardíacos, favorece o aparelho circulatório e ajuda na oxigenação do sangue.

Para que o beijo seja um ato saudável é necessária a junção do bom senso, higiene e visitas periódicas ao dentista. Esses podem ser um caminho para evitar doenças, destaca Ana Paula Vieira.  “Praticar bons hábitos higiênicos é sempre uma excelente dica. A limpeza após todas as refeições com escova de dentes, uso de fio dental e finalização da higiene com um enxaguante sem álcool são atitudes que vão além da higiene, mas tratam também da prevenção de doenças como por exemplo a cárie. Também não deixe de exercer outras práticas importantes como trocar de escova a cada três meses e consultar o seu dentista regularmente, pelo menos a cada 6 meses”, enfatizou Vieira.

Entendendo que o beijo, em algumas situações, pode transmitir algumas doenças, a dica é ficar atento. “Se houve o contato, e logo depois aparecer alguma lesão na boca é importante procurar um profissional de saúde para ser avaliado”, alerta o infectologista da SES, Marco Aurélio.