26/05/2020 as 14:28

PESQUISA

UFS desenvolve caixas de desinfecção de máscaras N95 para hospitais públicos

Uso da tecnologia permite a reutilização do equipamento de proteção individual

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Caixa de desinfecção de máscaras utiliza radiação ultravioleta. Foto: Josafá NetoA Universidade Federal de Sergipe está desenvolvendo seis caixas de desinfecção de máscaras descartáveis de filtro N95, usadas, principalmente, para proteger os profissionais de saúde de contaminações no ambiente hospitalar. A tecnologia permite a reutilização do equipamento de proteção individual no enfrentamento à covid-19.

Em razão da alta demanda de equipes médicas pelo material, os pesquisadores do Laboratório de Corrosão e Nanotecnologia da UFS decidiram utilizar a expertise na área de radiação para criar a ferramenta, ampliando o tempo de uso das máscaras.

“Eu já conhecia o efeito da luz ultravioleta C (UV-C) e comecei a ler artigos sobre uso da luz, inclusive, para desinfetar equipamentos de proteção individual que o pessoal estava fazendo no mundo por causa da pandemia. É uma coisa já usada há muitos anos, desde 1906 é usada para esterilizar água. Mas, agora, na pandemia, começou a ser utilizada para esterilizar EPI’s que estão em falta,” conta a professora Susana Lalic.

A caixa tem um dispositivo que interrompe a radiação ultravioleta, automaticamente, ao ser aberta, para evitar danos a órgãos mais sensíveis do corpo humano, principalmente em regiões da pele e olhos.

“Esse dispositivo foi instalado porque o UV-C é uma radiação prejudicial, especialmente, para córnea, pele, que normalmente, a gente não está exposto a ela, porque é filtrada pela camada de ozônio que tem na atmosfera. Neste caso, essa caixa tem lâmpadas que a intensidade é bastante alta para fazer a desinfecção do material de proteção; por isso, esse cuidado de não ser exposto diretamente a ela” afirma o professor José Joatan Rodrigues.

Professores do Laboratório de Corrosão de Nanotecnologia da UFS. Foto: Josafá NetoCom o sistema elétrico ativado e as seis lâmpadas liberando radiação, outro cuidado dos pesquisadores foi quanto ao tempo de exposição do material dentro da caixa.

"Estamos fazendo a calibração para determinar os tempos que o material tem que ficar exposto a lâmpada para ter uma efetiva desinfecção. Então, fazemos essa calibração para garantir que o material vai ser desinfectado no tempo determinado” diz Joatan.

Após passar por testes, as caixas de desinfecção de máscaras de filtro N95 serão doadas aos hospitais públicos do estado, a exemplo do HU, para auxiliar a proteção individual dos profissionais de saúde na prevenção e combate ao novo coronavírus.

 

|Fonte: UFS
||Fotos: Josafá Neto/ UFS