16/07/2020 as 13:51

COVID-19/ARACAJU

Quando buscar atendimento nas UBSs e UPAs?

Campanha de informação e orientação à população sobre a Covid-19

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A Prefeitura de Aracaju orienta às pessoas, com sintomas leves de síndromes gripais, a recorrer às Unidades Básicas de Saúde (UBS). A medida visa a evitar a superlotação das unidades da rede de urgência e emergência, que são as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco (zona Sul) e Nestor Piva (zona Norte), destinadas ao atendimento de casos mais graves.

Buscar uma unidade hospitalar aos primeiros sintomas de uma doença é prática comum. Entretanto, no momento de pandemia, isso tem se acentuado, visto que, muitos usuários com sintomas leves de síndromes gripais se dirigem às UPAs, as quais estão com o fluxo cada vez mais intenso, com o aparecimento de mais casos de covid-19, na capital sergipana.

Desde o mês de março, antes mesmo de ser registrado o primeiro caso de covid-19 em Aracaju, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), já havia tomado medidas importantes para o enfrentamento do coronavírus e, consequentemente, para o tratamento dos acometidos pela doença causada pelo vírus.

Assim, à medida que novos casos surgiam, preparou as UPAs, inclusive com leitos de retaguarda e contêineres exclusivos para atendimento de síndromes gripais, reservou oitos UBSs como referência para síndromes gripais, além de ter investido antecipadamente na construção do Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar.

No entanto, ainda é visível que as UPAs seguem com uma alta demanda de pacientes cujos casos poderiam receber atendimento nas UBSs, onde todo o cuidado é realizado de forma qualificada e o tratamento devido aos usuários é assegurado.

Para se ter uma ideia, de abril a junho deste ano, a UPA Fernando Franco atendeu 8.533 usuários com sintomas de síndromes gripais, mas, de acordo com a coordenadora da unidade, Suiane Oliveira, a maioria deles apresentava sintomas leves, ou seja, casos que deveriam ter se dirigido a uma UBS.

“É crescente o número de pessoas que recorrem ao Fernando Franco. Só em junho foram 3.887, e há dias em que a unidade fica lotada, mas, muita gente vai com sintomas leves, sendo que a UPA é destina a tratar casos mais graves, de urgência e emergência. Na UPA, o atendimento não é feito por ordem de chegada, é feita uma triagem e o atendimento é de acordo com a gravidade do quadro do paciente. Então, já tivemos casos em que um usuário com sintoma leve se exaltou porque estava demorando a ser atendido. Sempre orientamos, explicamos a quem chega com um quadro leve que pode se dirigir a uma UBS que, além de ser o local ideal é também mais simples, por ser ordem de chegada, um sistema diferente do nosso, mas, raramente há compreensão por parte da população, o que acaba dificultando o trabalho”, ressalta a coordenadora do Fernando Franco.

A situação não é diferente no Nestor Piva, UPA que, de maio (quando a ala de síndromes gripais passou a funcionar) até o momento, já realizou 5. 114 atendimentos, quantitativo que abarca, inclusive, pessoas de outros municípios, sobretudo dos que fazem parte da Grande Aracaju (Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros).

“Nós temos atendimento de porta aberta e ainda recebemos uma demanda reprimida do interior do estado. Não sei se isso se deve ao hospital ficar próximo à entrada da cidade, mas temos uma demanda muito grande de Socorro, mesmo já tendo Hospital de Campanha, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e até Capela, Cristinápolis, Umbaúba, que ainda estão vindo pra cá. Além disso, devido à questão judicial relacionada aos médicos, o Hospital de Campanha está com os leitos restritos e não consegue receber todas as transferências, o Nestor Piva acaba ficando sempre cheio, com muitos pacientes em atendimento”, apontou a coordenadora do Nestor Piva, Jória Dias.

Além das oito UBSs referência que ajudam a desafogar as UPAs dos casos mais leves, a Prefeitura de Aracaju tem cuidado, arduamente, para qualificar e potencializar o HCamp, unidade que presta suporte nos casos mais graves, local que tem se mostrado exitoso no tratamento ofertado aos casos de covid-19.

“O Hospital de Campanha foi projetado para atender a demanda de casos de média e baixa complexidade. Isso porque os leitos de enfermaria são de responsabilidade de gestões municipais, enquanto os leitos de UTI estão sob a gestão do Estado. É um importante suporte para as UPA, quando o quadro de agrava. A equipe do HCamp passa por capacitações para garantir o melhor atendimento à população. Levando em consideração o quantitativo de internações e altas, penso que obtivemos bons resultados, até então”, afirma a coordenadora do HCamp, Carolina Lopes, ao destacar que o hospital já atendeu a 270 pacientes e viabilizou a cura de cerca de 70% deles.