21/07/2020 as 07:36

CUIDADOS

Pandemia: maternidades se adaptam às restrições

Na Maternidade Santa Isabel, a norma tem sido obedecida à risca. Por lá, apenas este ano já foram realizados 5.459 partos. Por mês, a unidade realiza uma média entre 900 e mil procedimentos

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Com a crescente propagação da Covid-19 e a não descoberta de vacinas ou medicamentos cientificamente comprovados para o seu tratamento definitivo, diversos segmentos instituíram normas a fim de conter essa proliferação. Nas maternidades sergipanas não foi diferente. Uma nota técnica do Ministério da Saúde (MS), publicada no mês de março, início da pandemia no Brasil, instituiu normativas e procedimentos referentes ao trato com o recém-nascido.

Além de recomendações em relação ao trato de gestantes com síndromes gripais, a nota técnica também proibiu as visitas e os acompanhantes. Vale ressaltar que a lei federal nº 11.108/2005 assegura a presença do acompanhante junto ao paciente internado em hospital. Porém, o momento não permite. Na Maternidade Santa Isabel, a norma tem sido obedecida à risca. Por lá, apenas este ano já foram realizados 5.459 partos. Por mês, a unidade realiza uma média entre 900 e mil procedimentos.

A média de permanência tem sido de 24h para parto normal e de 1,8 dia no caso de cesariana. “Quando começou a pandemia, a gente tem um Comitê Epidemiológico e mudamos várias rotinas do hospital por conta do contágio. Por exemplo, as mães da pediatria não vão mais ao refeitório para que não haja aglomeração e inicialmente, no mês de março, a infectologista orientou que lá no pré-parto, devido a ter apenas uma cortina que separa um leito do outro, tivesse a restrição do acompanhante.

                                                       

Quando começou a curva ascendente em Aracaju, ela orientou que também fosse retirado o acompanhante do alojamento. Devido à nota técnica do Ministério da Saúde, principalmente a nota técnica em relação às maternidades, eles sugerem que sejam mantidos os acompanhantes se a maternidade garantir esse isolamento, mas a gente por uma questão estrutural, não tem condição”, explica a diretora Clínica da Maternidade Santa Isabel, Débora Leite. Ela também menciona o racionamento dos equipamentos de proteção individual (EPIs) como fator decisivo na restrição das visitas e acompanhantes. “Outra situação que pesou na decisão foi o racionamento de EPI, porque estão cada vez mais caros: uma máscara cirúrgica, que era centavos, aumentou o valor em cinco vezes.

Além disso, a gente estava com dificuldade de aquisição. Isso tudo pesou. Na realidade, foi uma situação baseada em nota técnica, em boletim epidemiológico e o retorno do acompanhante também deverá obedecer a esses critérios. É uma situação atípica e que não tem a ver com perda de direito já garantido anteriormente”, acrescenta a gestora. Na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) a situação não é diferente. Com uma média entre 400 e 500 partos por mês, este ano a instituição já realizou 2.655 procedimentos desta natureza. De acordo com a Assessoria de Comunicação da MNSL, para amenizar a distância dos familiares têm sido realizadas videoconferências.

Além disso, as mamães podem ficar no leito com os seus aparelhos celulares, o que facilita o contato. Uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos e assistentes sociais, realiza ligações constantes para informar sobre o quadro clínico dos pacientes. Pelo visto, a situação deve continuar desta forma por mais um tempo, até que uma vacina seja liberada para a venda. Como disse a diretora Clínica da Maternidade Santa Isabel, não se trata de uma situação permanente.