23/07/2020 as 13:49

ATENDIMENTOS

Mais de 30% dos pacientes da rede de saúde de Aracaju não são da capital

Entre o mês de abril e a primeira quinzena de julho, o Fernando Franco registrou 10.134 atendimentos, sendo que 1.112 eram de pessoas de fora da capital e até mesmo de Sergipe

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Nos últimos três meses, a Rede de Urgência e Emergência de Aracaju (Reue) tem registrado alta no número de atendimentos. Com o advento da pandemia do novo coronavírus, tem sido comum encontrar as recepções das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco (zona Sul) e Nestor Piva (zona Norte) com grande movimentação. Além dos usuários com casos leves, que poderiam e deveriam recorrer às Unidades Básicas de Saúde (UBS), outro fenômeno que contribui para a alta demanda é o de pessoas de outros municípios que vêm à capital para receber atendimento.

Assim como é recorrente que pessoas procurem as UPAs quando apresentam sintomas leves, sem antes terem recorrido a uma UBS, também é comum que moradores do interior do estado venham à capital para conseguir atendimento. No entanto, em meio a uma pandemia, ações como essas representam risco, tendo em vista que essas pessoas acabando se expondo ao contágio e ainda podem levar o vírus de uma cidade para outra.

Entre o mês de abril e a primeira quinzena de julho, o Fernando Franco registrou 10.134 atendimentos, sendo que 1.112 eram de pessoas de fora da capital e até mesmo de Sergipe. O Nestor Piva, por sua vez, de maio (quando foi aberta a ala para síndromes gripais) até os primeiros quinze dias de julho, atendeu a 5.302 pessoas, destas, 1.021 de outras cidades. Reunindo os dados das duas unidades, do total de atendimentos, 30,22% são de pacientes de fora da capital.

“Sempre houve essa demanda do interior. Como somos porta aberta, recebemos pessoas de todos os lugares, sem restrição. No entanto, num momento como esse, o que nos preocupa, além do deslocamento de uma cidade para outra, é a exposição de alguns usuários que poderiam ter atendimento em sua cidade e os que deveriam procurar uma UBS, por se tratar de sintomas leves. Sempre ressaltamos que todo cuidado é pouco, no momento em que vivemos. Jamais deixaremos de atender a quem chegar, mas é preciso uma avaliação por parte das pessoas se, de fato, é preciso correr o risco, quando os sintomas são leves”, pontuou a coordenadora da UPA Fernando Franco, Suiane Oliveira.

De acordo com a coordenadora do Nestor Piva, Jória Dias, grande parte dos pacientes de fora da capital vêm de cidades próximas, que fazem parte da Grande Aracaju. “Não sei se isso se deve ao hospital ficar próximo à entrada da cidade, mas tenho uma demanda muito grande de Socorro, mesmo já tendo Hospital de Campanha, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e até Capela, Cristinápolis, Umbaúba, que ainda estão vindo pra cá. Isso contribui para a alta demanda no Nestor Piva”, destacou.

Fonte: PMA
Foto: André Moreira