29/12/2020 as 16:00

PANDEMIA

Infectologista recomenda que a celebração do Réveillon seja em casa

O momento é de altíssimo risco porque as pessoas têm quebrado muito as barreiras de proteção, facilitando o contágio

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O diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), infectologista Marco Aurélio Góes, recomenda as pessoas que celebrem o Réveillon em seus domicílios ou com grupo de amigos mais restrito e mesmo assim, cumprindo as medidas sanitárias de combate à Covid-19. “É importante manter um distanciamento possível, utilizar a máscara a maior parte do tempo, tirando a proteção apenas na hora de comer e beber, higienizar sempre as mãos e substituir as toalhas de pano por toalhas de papel para enxugar mãos e rosto, porque tudo isso dificulta a transmissão do vírus”, orientou.

Entende o diretor que festas e locais que atraiam aglomerações devem ser evitados neste momento, já que a virada do ano é uma festividade que sugere o uso de bebidas alcóolica e alimentação, sendo, portanto, muito difícil que as pessoas mantenham as medidas de proteção como o uso de máscara o tempo todo, a higienização adequada das mãos e o não contato com outras pessoas. Lembra que aglomerações atraem pessoas que circulam em muitos ambientes, de baladas a bares e restaurantes e podem levar a doença para dentro de casa, ameaçando a saúde e a vida de idosos e de pessoas com comorbidades.

“O mais importante é que as pessoas se conscientizem de que este é um momento de celebração. No entanto, deve ser comemorado em pequenas reuniões de pessoas, pelo menos de forma presencial. As tecnologias nos permite celebrar a festa de forma ampliada com todos que amamos, sem sair de casa, sem aglomerações, bastando utilizar instrumentos como redes sociais e webreuniões”, sugeriu o diretor.

Salienta que é fundamental que as pessoas compreendam que o Estado tem um cenário de Covid-19 diferente do que ocorreu há dois meses, quando se registrava queda de transmissão. O momento é de altíssima transmissão e de altíssimo risco porque as pessoas têm quebrado muito as barreiras de proteção e isso tem facilitando o contágio. Segundo o diretor, tem havido casos assintomáticos, que são os grandes espalhadores da doença, mas também têm ocorrido muitos casos graves, muitos óbitos e aumentado a internação hospitalar.

Marco Aurélio destaca que o momento é excepcional, muito difícil, mas que o importante é comemorar a vida de quem está próximo e se solidarizar com as famílias que perderam seus entes queridos. “Não é justo que por causa de uma diversão, de uma comemoração de um dia, as pessoas possam provocar um risco imenso para a sociedade”, disse.

Foto: Flávia Pacheco