15/01/2021 as 09:00

ATENDIMENTO

Hospital José Franco: paciente denuncia falta de médicos

O JC procurou o Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed/SE) para saber se a instituição já havia recebido alguma denúncia de médicos referente a escala médica e qual a orientação aos profissionais caso estejam sozinhos em plantões

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Na quarta-feira, dia 13, um leitor do JORNAL DA CIDADE fez uma denúncia indicando a falta de profissionais médicos no Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro, conhecido como “Hospital Zé Franco”. Segundo o denunciante, que pediu para não ser identificado, ao chegar à unidade com náuseas e vomitando lhe informaram que o atendimento não seria possível porque não haviam médicos para atender. Ainda segundo o paciente, a situação perdurou durante todo o dia e que, ainda, o problema é corriqueiro, principalmente em algumas especialidades de urgência e emergência. Ainda de acordo com a denúncia, na unidade a orientação passada é que busque atendimento em um dos hospitais da capital. “Por volta das 18h eu fui ao Zé Franco e a moça da recepção me falou que estava o dia inteiro sem atendimento e que só havia um obstetra. Ontem eu liguei para o hospital e a informação era de que ainda não tinha médico disponível”, denunciou.

O JC procurou o Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed/SE) para saber se a instituição já havia recebido alguma denúncia de médicos referente a escala médica e qual a orientação aos profissionais caso estejam sozinhos em plantões. Segundo o vice-presidente, Argemiro Souza, a escala no hospital está sim incompleta e que é importante uma atenção por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES) nesse início do ano para que haja médico suficiente para suprir a escala. O Sindimed cobrou ainda que seja realizado um concurso público atrativo. “Neste início de ano são realizadas diversas provas de residência e muitos médicos estudam o ano todo para essa prova, por isso a escala realmente fica desfalcada, incompleta. O único hospital que não sofre tanto com isso é o João Alves, pois tem muitos médicos concursados que suprem a demanda.

A Secretaria de Saúde acabou de fazer um PSS, mas que não foi atrativo, ficou abaixo da expectativa dos profissionais e não gerou interesse e os médicos preferiram continuar estudando”, revelou Argemiro. Ainda segundo Souza, o Sindimed defende a realização de concursos públicos. “A saída em definitivo para resolver esse problema é a realização de um concurso público. O Zé Franco é um hospital importante, com uma localização importante e que se não tiver funcionando direito vai desaguar a demanda no Hospital João Alves e acabar superlotando. Por isso, é essencial um concurso que atraia, estimule e dê condições de trabalho para poder cobrar depois do profissional”, frisou. Para o profissional médico que está sozinho na escala de plantão, a orientação do Sindimed é que ele feche o plantão e preste um boletim de ocorrência para se resguardar. “Fechando o plantão e fazendo o BO ele consegue dar atenção apenas aos pacientes que já deram entrada no hospital e também fica resguardado sobre possíveis eventualidades”, finalizou o vice-presidente do Sindimed, Argemiro Souza.

Sobre a denúncia, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que na quarta-feira, 13, todos os quatro médicos da escala do plantão diurno do Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro apresentaram atestado médico, por isso o atendimento ficou restrito na unidade até o início da noite, regularizado o atendimento a partir das 19h. Para tentar completar as escalas dos hospitais da Rede Estadual, a SES lançou um novo Processo Seletivo Simplificado (PSS) que já está na quarta convocação de profissionais.