14/04/2021 as 09:29

AEDES AEGYPTI

Dengue: população precisa reforçar cuidados

No LIRAa realizado pela SMS em março, o índice de infestação geral do município foi de 1,1%

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Aracaju é uma cidade quente por natureza. Para quem gosta do clima de verão o ano todo, como o Aedes aegypti, é um prato cheio para a sua proliferação e, consequentemente, das doenças que o mosquito transmite, como dengue, zika e chikungunya. Agora, no período do ano em que há a prevalência de chuvas e o início do outono, a atenção deve ser voltada para as medidas de prevenção que precisam começar dentro das residências.

Desde 2019, a Prefeitura de Aracaju vem intensificando as ações de combate ao Aedes aegypti, por meio de uma força-tarefa entre as secretarias municipais da Saúde (SMS) e do Meio Ambiente (Sema), e as empresas municipais de Serviços Urbanos (Emsurb) e de Obras e Urbanização (Emurb). Sejam os mutirões realizados aos sábados, o recolhimento de pneus, Cata-Treco ou mesmo o reforço da limpeza em pontos estratégicos, as medidas têm contribuído para a redução dos índices de infestação do mosquito, o que fez com que a capital não tenha entrado na faixa de alto risco, nos últimos anos.

No entanto, o gerente do Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti, Jeferson Santana, chama a atenção para o fato de que, de acordo com o segundo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2021, 84,1% dos focos do mosquito foram em locais como lavanderias, caixas d’água e tonéis, ou seja, dentro das residências. “Somente em 2021, já realizamos dez mutirões nos bairros que apontaram maior índice de infestação do mosquito. Porém, todo o nosso trabalho de intensificações só surtirá um efeito ainda maior se houver mais conscientização por parte da população. Intensificamos as ações, com a força-tarefa, porque só o programa não daria conta de resolver ou atenuar a questão de maneira satisfatória. O ano de 2019 foi intenso, sobretudo porque vivemos um surto de dengue.

Já em 2020 o surto foi de chikungunya. As ações que temos realizado têm apresentado um impacto positivo, visto que os últimos LIRAa não apresentaram números que colocassem Aracaju em estado de alto risco, ainda assim é preciso maior empenho das comunidades em contribuir”, alerta Jeferson. O gerente do programa esclarece que alguns bairros da capital convivem com uma questão histórica, o que faz com que eles recebam as ações com mais frequência do que demais localidades de Aracaju. “Quando as pessoas precisam armazenar água, muitas vezes esse armazenamento é feito de forma errada. Frente a isso, precisamos desenvolver algumas ações, como os mutirões, que têm dado muito certo, prova disto é que, se num LIRAa um determinado bairro apareceu com um índice alto, no levantamento seguinte, depois da passagem do mutirão, o mesmo bairro apresenta queda dos índices”, aponta.

No LIRAa realizado pela SMS em março, o índice de infestação geral do município foi de 1,1%. Este valor é considerado como médio risco para o aparecimento de surtos ou epidemias, e mantém a capital na mesma classificação, quando comparado com o LIRAa de janeiro, que registrou 1,0%. Quando comparando com o LIRAa de março do ano passado, o índice registra queda de 1,6 para 1,1. “Nosso trabalho é mais voltado para conscientização e orientação. Por isso, só tem efeito se tiver a colaboração da população. Se ela não contribuir, além das ações não surtirem o efeito desejado, os índices de infestação podem até aumentar”, reforça o gerente.

Período delicado Toda essa preocupação em intensificar as medidas de prevenção e conscientizar a população funciona, sobretudo para preparar a cidade para o período mais delicado do ano, justamente o qual estamos, no momento. “É um dos períodos mais delicados para o enfrentamento ao Aedes porque temos a junção de chuvas e o início do outono que ainda está com o resquício do calor do verão. É um período perfeito para o desenvolvimento do mosquito. Às vezes, as pessoas ficam preocupadas no inverno, quando tem bastante chuva, no entanto, as temperaturas estão mais baixas. Mas é no período mais quente que o mosquito se desenvolve mais rápido e entra na fase adulta entre cinco e seis dias. Em temperaturas mais baixas o ciclo é de cerca de 20 dias. Portanto, é preciso ter mais atenção e cuidado nesse momento mais quente e com chuva”, destaca Jeferson.

|Foto: Divulgação