06/05/2021 as 09:35

EM SERGIPE

Atendimento médico de home care tem crescido

Desde março de 2020 houve um boom de pacientes egressos de hospitais

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A crise sanitária da Covid-19 já atingiu mais de 14 milhões de pessoas no Brasil e deixou cerca de 412 mil pessoas vítimas fatais. Desde março de 2020 houve um boom de pacientes egressos de hospitais. Neste cenário, os serviços de “home care” passaram a ser mais solicitados, no intuito de desafogar o sistema de saúde que se encontra com carência de leitos e risco de contaminação por coronavírus.

De acordo com o Núcleo Nacional de Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead), houve um aumento de 35% no número de pacientes atendidos por home care no país, e segundo a médica Marta Simone Sousa, gerente do S.O.S Vida Aracaju, esse é um mercado em crescimento em Sergipe. “Tem se tornando mais conhecido inclusive para profissionais de saúde. Temos percebido um aumento no número de solicitações e também o interesse por parte dos profissionais de conhecer mais como funciona e as possibilidades de cuidado.

A assistência ainda é muito concentrada em torno de Aracaju, por conta da necessidade de garantir equipe qualificada, fornecimento de insumos e atendimento de emergência, mas é uma tendência que se consiga cada vez mais cuidar dos pacientes em seus municípios mesmo, a depender de sua complexidade”, explica a doutora. Mas você pode estar se perguntando o que é o home care, afinal, e como ele funciona.

Conforme a médica Marta Simone explica, trata-se de uma assistência em saúde destinada a pacientes que necessitam de alguma intervenção realizada por profissionais de saúde prestada no seu domicílio. “O atendimento domiciliar médico é direcionado por normas que levam em consideração a complexidade do quadro clínico e os procedimentos que o paciente necessita receber, considerando sempre o envolvimento da família e cuidadores nos cuidados. Normalmente é necessário para pacientes que tiveram algum agravo maior e passaram por longas hospitalizações, necessitando às vezes até do uso de equipamentos que deem suporte à vida, além do acompanhamento contínuo de uma equipe multidisciplinar”, afirma.

Ainda conforme a doutora, pessoas que não tenham mais a possibilidade de se deslocar para uma assistência ambulatorial, ou que necessitem de procedimentos exclusivos de equipe de técnicos de enfermagem ou outro profissional, como medicações venosas e uso de ventilação mecânica, são exemplos de quem podem ter acesso ao home care. Para que aconteça é necessário haver uma indicação do médico do paciente, diante da necessidade da continuidade ou finalização de um tratamento iniciado a nível hospitalar ou em consulta domiciliar. “O paciente é avaliado por uma equipe técnica que identifica suas necessidades de cuidado em relação a tratamentos, procedimentos e terapias e define o tipo de assistência que ele necessita, que pode ser desde uma internação domiciliar, com técnico de enfermagem presente no domicílio 24h, até a realização somente de terapias em casa. Esse tipo de assistência ocorre por intermédio das operadoras de saúde que beneficiam seus usuários com este tipo de serviço”, conta a doutora.

Na análise da gerente, um dos pontos principais deste de atendimento é a possibilidade de aproximar mais o paciente dos seus ambientes e família, o que pode contribuir para o bem-estar e auxiliar melhor para um bom resultado na terapia. “Os profissionais envolvidos têm um perfil diferente, pois precisam aliar a organização e segurança de uma assistência de saúde à cultura e rotina da casa, por isso se tornam mais próximos e conseguem ganhar na adesão aos cuidados. É muito importante também verificar que o home care é fundamental para a continuidade da assistência hospitalar, pois ele consegue garantir o que o paciente precisa sem o peso estrutural de um hospital, o que desonera o sistema e reduz exposição a riscos também”, conclui Marta.