03/09/2021 as 09:09

ALERTA

Setembro Amarelo: saiba como ajudar a salvar vidas

Especialista alerta para sinais e sintomas que podem ser observados

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Todo ano o mês de setembro é marcado pela campanha de prevenção ao suicídio, o chamado Setembro Amarelo. Durante todo o mês os órgãos públicos realizam ações para chamar atenção da população sobre como identificar sinais em pessoas com comportamento suicida. Em Sergipe, entre os anos de 2020 e 2021, foram registrados cerca de 185 casos. Esse ano, até o dia 31 de agosto, já são 70 casos, sendo 18 mulheres vitimadas e 52 pessoas do sexo masculino. Durante todo o ano de 2020, o total de casos conforme a Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim) foi de 117, com a maior parte do público atingido sendo o masculino (98 casos) e 17 mulheres.

Os números são alarmantes e ressoam a necessidade de realização de campanhas cada vez mais voltadas para a prevenção. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no país e mais de um milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o suicídio está entre as dez causas de morte em vários países. Diante dos dados, o caso é considerado de saúde pública. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. A psicóloga Maria Emília Melo Bôto explica que os fatores que levam as pessoas a terem pensamentos suicidas podem ser orgânicos, psicológicos e sociais. “Estudos mostram que a cada cinco pessoas pelo menos uma já teve pensamento suicida”, afirma a profissional. Segundo ela, é importante o tema ser abordado dentro do convívio familiar, além do trabalho e nas escolas. “Isso deve ser feito com clareza, identificando os principais pontos que envolvem esse contexto. Desmistificando os conceitos e pré-conceitos. Facilitar a interação humana com uma comunicação objetiva”, disse.

Geralmente, as pessoas com comportamento suicida então enfrentando problemas psicológicos, e por isso apresentam características que podem ser observadas por parentes ou amigos. “Podemos enumerar alguns: tendência de se isolar, proferir palavras de baixa autoestima, não ter uma ideia analítica verdadeira de si mesmo, perde a sensação de esperança; acha que tudo está perdido, que não tem mais jeito. Reclama muito da própria vida com palavras negativas, possui uma autodesvalorização, além de atitudes impulsivas de autoagressividade, usa a alimentação de forma punitiva, como comer demais ou não comer nada; diz que vai sumir para sempre, que está cansada da vida, ou que a vida é uma desgraça”, cita a profissional. Nesses casos, é necessário que a busca por ajuda profissional seja realizada de maneira imediata. “As tentativas de suicídio são pedidos de socorro. A pessoa não quer morrer. Ela quer ser ajudada. É uma situação na qual a pessoa não vê saída. Como se a vida dela não fosse para frente nunca ou não valesse nada. Podem também acreditar que as pessoas e o mundo estarão melhor sem elas”, analisa Maria Emília.

|Por Laís de Melo
||Foto: Divulgação