16/09/2021 as 08:23

VACINAÇÃO

Vacina é o maior instrumento de prevenção, diz infectologista

Absenteísmo ainda é alto na capital. Mais de 100 mil não compareceram para vacinação

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O número de pessoas que não retornaram para a segunda dose da vacina contra a Covid-19, ou até mesmo sequer receberam a primeira dose do imunizante, ainda é alto em Aracaju. Segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 113.583 pessoas ainda não compareceram para aplicação. O público de idade entre 50, 51, 54 e 38 anos é o que mais registra absenteísmo na capital, com pouco mais de 50% de cobertura.

Enquanto isso, novas variantes chegam ao Estado e a preocupação de que a situação saia, novamente, do controle, cresce. Na avaliação da médica infectologista da SMS, Fabrizia Tavares, a campanha de vacinação está tendo uma celeridade importante, avançando a faixa etária toda vez que chega, novas doses, no entanto, a situação de pandemia ainda é de alerta, diante da nova variante Delta, também conhecida como Indiana, cuja transmissibilidade é de três a quatro vezes maior que a cepa original. “Lembrando que o risco de uma variante altamente infectante, apesar da baixa letalidade observada, é a capacidade de causar muitos adoecimentos de uma só vez, com maior busca dos serviços de saúde, retorna da “competição” por vagas de UTI, aumentando assim a mortalidade por uma nova onda de infecção por uma nova variante do SARS CoV2”, explica a médica.

Tavares reforça que a vacina contra o vírus é capaz de reduzir significativamente o número de internamentos e óbitos pela doença, conforme evidenciam estudos em diversos países, no entanto, é preciso haver a conclusão do ciclo, com as duas doses aplicadas. “A questão primordial é que entendamos que quanto maior a cobertura vacinal, ou seja, quanto mais pessoas com seus esquemas completados das vacinas, menor é a circulação do vírus entre nós, minimizando a chance do aparecimento de novas variantes de interesse, e mais rápido é o retorno mais seguro e duradouro às atividades sociais e econômicas”, destaca.

Além da variante Delta em circulação, outras três foram definidas como de interesse, pelo maior risco de transmissão e de causar adoecimentos e óbitos, segundo aponta a infectologista. Além disso, existem outras centenas sob investigação e acompanhamento. “A vigilância e a manutenção das medidas de precaução por parte de todos devem ser ainda rotineiras. As pessoas têm que entender que a vacina, assim como aquelas feitas para outras doenças infectocontagiosas já erradicadas no país, é o maior e melhor instrumento de prevenção. Os eventos adversos leves que porventura surjam podem acontecer, mas nada se compara à doença e ao óbito pela doença. Vamos em frente. Sigamos com os cuidados, para que não haja retrocessos em nossas atividades sócio econômicas já conquistadas até agora”, ressalta e orienta a médica.

|Por Laís de Melo
||Foto: Jadilson Simões