Dia Mundial do Ceratocone: entenda sobre a doença e como evitar o agravamento

Nesse domingo, dia 10 de novembro é o Dia Mundial do Ceratocone. A data tem como objetivo de conscientizar e informar sobre as causas da doença. O ceratocone é uma doença relativamente comum na população mundial. Sua prevalência varia conforme o local, atingindo até 5% em alguns países.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o ceratocone atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil, normalmente pacientes jovens entre 10 e 25 anos. De acordo com o oftalmologista, Dr. Fábio Xavier, do Hospital de Olhos Rollemberg Góis (HORG), o aumento de curvatura e o afinamento da córnea, associados ao embaçamento visual, alto astigmatismo e perda da qualidade da visão são as características que definem o ceratocone. “O hábito de coçar os olhos é o seu maior fator de risco. Por isso encontramos mais ceratocone nos pacientes alérgicos, principalmente naqueles com rinite alérgica que possuem alergia ocular associada”, informa o oftalmologista.

Ainda de acordo com Dr. Fábio Xavier, os fatores genéticos também são importantes. Ter um pai ou mãe com ceratocone aumentam as chances de desenvolver a doença. Mas não é um fator determinante ou obrigatório para o diagnóstico. “No ceratocone, nós oftalmologistas especialistas em córnea temos duas preocupações principais: se o paciente está enxergando o suficiente para realizar suas atividades e se a doença está estável ou em progressão. Para a visão, o paciente pode necessitar de óculos e lentes de contato ou ser candidato a cirurgias como implante de anel e transplante de córnea (nos casos mais avançados). Como tentativa de interromper a progressão da doença, o único tratamento hoje disponível é o crosslinking corneano. Procedimento cirúrgico que promove uma maior rigidez à córnea, evitando assim a progressão da doença”, explica Dr. Fábio Xavier.

Ele lembra também que o controle da alergia é fundamental. Tanto da alergia ocular com o oftalmologista como da alergia em geral com o alergista e imunologista. Nos pacientes sem esse controle, é possível encontrar os casos mais avançados e desafiadores. Importante salientar que o ceratocone não possui cura. “O objetivo do tratamento é estabilizar a doença e promover uma visão útil ao paciente, dentro do possível.

O acompanhamento e seguimento também são fundamentais. Para um bom resultado a longo prazo, o paciente deve seguir o acompanhamento com disciplina, realizando os exames no mínimo anualmente (ou na frequência definida pelo seu médico)”, orienta o oftalmologista.