24/09/2025 as 18:24
SAÚDEPeríodo marcado por flores e temperaturas amenas também registra aumento de alergias, crises de asma e maior circulação de mosquitos transmissores de vírus
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A primavera começa oficialmente em 22 de setembro e além das flores e temperaturas agradáveis, traz consigo alguns desafios para a saúde. O ar mais carregado de pólen e as variações bruscas de temperatura favorecem o aumento de casos de alergias, crises de asma, conjuntivite e até viroses respiratórias leves.
De acordo com a médica clínica geral Dra. Letícia Jacome, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a estação cria um cenário propício para desconfortos respiratórios. “A combinação de polinização intensa com mudanças repentinas de temperatura resulta em espirros, congestão nasal, irritação nos olhos e crises de falta de ar”, explica.
Especialistas reforçam que a prevenção é o melhor caminho. Hidratar-se bem, lavar as mãos com frequência, evitar coçar os olhos e manter a limpeza da casa em dia são atitudes que fazem diferença. A alimentação balanceada, com frutas e verduras, também fortalece o sistema imunológico e ajuda a enfrentar a temporada.
Outro alerta importante é a proliferação de mosquitos. O calor mais intenso favorece a reprodução do Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. Nesse caso, o recado é claro: usar repelente e eliminar focos de água parada continua sendo a principal forma de proteção. Além disso, o Brasil já conta com a vacina contra a dengue, disponibilizada na rede pública para jovens entre 10 e 14 anos e na rede privada de 4 a 60 anos. A imunização se soma às demais medidas preventivas, ajudando a reduzir casos graves e hospitalizações.
As mudanças climáticas têm ampliado ainda mais esses riscos. O “Relatório Mudança do Clima no Brasil” (MCTI, 2024) aponta que o aumento da temperatura média, aliado à maior umidade e chuvas, está estendendo o período de circulação de vetores. Isso tem levado a surtos de doenças transmitidas por mosquitos em regiões onde, até pouco tempo atrás, eram raras na primavera. O fenômeno já é tratado como um desafio para as políticas públicas de vigilância em saúde.
Para quem sofre de alergias respiratórias, a recomendação é iniciar o acompanhamento médico logo no início da estação. Segundo especialistas, o tratamento preventivo ajuda a reduzir sintomas e evitar complicações, permitindo que a primavera seja aproveitada com mais tranquilidade.