13/10/2025 as 20:22

PROCEDIMENTO INÉDITO

HU-UFS realiza primeiro transplante de rim de doador falecido

Após mais de uma década, transplante renal de doador falecido é realizado em Sergipe

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

HU-UFS realiza primeiro transplante de rim de doador falecido

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), integrante da Rede Ebserh, realizou o primeiro transplante de rim oriundo de doador falecido em sua história. Via de regra, o HU-UFS realiza cirurgias de transplante de rim através de doador vivo, com algum grau de parentesco próximo ao do receptor. No estado, o último transplante renal com órgão de um doador falecido ocorreu a mais de dez anos.

Adalberto Cabral Gomes, 41 anos, descobriu que sofria de doença renal crônica, com um quadro de fadiga e certo grau de incontinência. Deu início a um tratamento conservador, mas eventualmente seus rins pararam de funcionar, o que o obrigou a começar o processo de hemodiálise. Ele já estava na fila de espera de transplante há pelo menos 2 anos e meio. Adalberto deveria ter recebido um rim de sua mãe em 4 de junho deste ano, o que não ocorreu devido a uma intercorrência momentos antes da cirurgia. Apesar disso, Adalberto continuou na fila de transplante, aguardando que surgisse um doador falecido.

“Eu me sinto feliz, bastante acolhido. Ver o empenho do hospital, da equipe médica, me passa confiança, mostra que são profissionais bem qualificados, que são pessoas que realmente tem amor pelo que fazem”, destaca Adalberto. Emocionado, ele expressou sua gratidão: “Quero agradecer pelo gesto de solidariedade, de amor ao próximo. Esse foi um gesto de amor. Quero agradecer a essa família por essa consciência e por doarem o rim do seu ente querido e que vai beneficiar a minha vida, vou poder dar continuidade a minha história. Eu só tenho a agradecer”.

Durante alguns anos, o Estado não realizava transplantes renais. Nesse tempo, o Programa de Transplante Renal do HU recebeu mentorias do Hospital Albert Einstein e (atualmente) do CH-UFC, para estar devidamente preparado para situações como esta. Uma dedicação de toda a equipe multiprofissional que compõe o programa e a Unidade de Nefrologia do HU.

“Para nós (equipe de transplante, de nefrologia e de enfermagem), que viemos acompanhando esse processo desde o começo, que vem lutando para manter esse Programa em pé e funcionar, é muito gratificante. Sabemos que é um processo que em todo mundo ganha: ganhamos como equipe, ganhamos como hospital por estar dando essa devolutiva social e ganhamos principalmente com o paciente que viemos acompanhando desde o começo e sabemos como é gratificante para ele também poder receber esse rim aqui no estado, que era uma limitação que tínhamos antes e que a gente quer quebrar essa barreira cada vez mais, que é poder fazer o próprio transplante aqui no estado, sem precisar se deslocar para outro estado. Então, é muito recompensador vermos que tudo aquilo que a gente vem construindo temos conseguido fazer que dê certo. Que o Programa cresça cada vez mais e junto, cresça também o Hospital Universitário, e o benefício volte também para a sociedade”, relata o nefrologista Laurisson Albuquerque, que acompanhou o caso de Adalberto desde o início.

Pioneirismo e excelência

“O HU, seguindo a sua tarefa educativa e assistencial com a população, continua sendo pioneiro em várias atividades. Temos uma atividade transplantadora dentro do hospital. Esse hospital, depois de dez anos sem nenhum transplante no estado, começou o transplante de rim. Nós fizemos transplantes intervivos. Esses transplantes foram um sucesso, todos os pacientes estão bem, tirando vários pacientes que estavam na máquina de diálise e hoje com a vida próxima do normal”, celebra o presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) da instituição, Antonio Junior. Hoje, complementa ele, “continuando a atividade pioneira do Hospital Universitário, tanto assistencial quanto educativa, tivemos o primeiro transplante com doador falecido. Algo que não acontece nesse estado há mais de uma década, sendo transplantado, o rim foi captado aqui em nosso estado, no HUSE, pela equipe de captação e sendo implantado aqui no hospital”.