Escola Móvel do GRAACC completa 25 anos

A Escola Móvel do Hospital do GRAACC completa 25 anos. O projeto, que tem o apoio da Fundación MAPFRE, consiste no acompanhamento escolar das crianças e adolescentes em tratamento no hospital, com uma metodologia inovadora que já beneficiou mais de 6 mil alunos-pacientes. O objetivo é evitar a perda do ano letivo e a evasão escolar, oferecendo a perspectiva de retorno à vida cotidiana com a qual estão habituados e garantindo oportunidades equitativas na educação.

Alguns fatores levam a criança e o adolescente com câncer a se afastarem temporariamente de sua escola. Durante o tratamento, pode haver internações e a necessidade de distanciamento social por comprometimento do sistema imunológico. Além disso, pacientes de outras regiões do país se mudam para São Paulo para se tratarem no Hospital do GRAACC e, portanto, deixam de frequentar a escola da cidade de origem.

A Escola Móvel é reconhecida pelo Ministério da Educação e está inserida no contexto da Classe Hospitalar, lei que assegura atendimento educacional a alunos da educação básica internados para tratamento de saúde por tempo prolongado. Os professores e pedagogos da Escola Móvel possuem formação em educação especial ou classe hospitalar e nos diferentes núcleos de conhecimento: ciências exatas, naturais e humanas. Eles atuam da educação infantil (para crianças a partir de cinco anos) ao ensino médio, com aulas personalizadas, de acordo com as necessidades físicas e pedagógicas dos alunos.

O diferencial do projeto está no fato de que as aulas são individuais e, também, não ocorrem em um local fixo do hospital. “Há crianças que não podem se locomover por estarem em quimioterapia, na internação ou mesmo na UTI. Por isso, desconstruímos a lógica de que é preciso estar em um determinado espaço físico para aprender e levamos a ‘sala de aula’ para onde o paciente está. O ensino é, também, adaptado ao estado clínico da criança. Temos muito orgulho da nossa Escola Móvel”, destaca André Negrão, CEO do Hospital do GRAACC.

O tratamento do câncer é longo e pode trazer diferentes desafios. “Nesse contexto, o atendimento escolar individualizado garante a humanização e equidade necessárias para a construção de conhecimento. Temos crianças e adolescentes com perdas de audição, visão e motricidade, o que influi no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, são consideradas características individuais, como habilidades e ritmo de aprendizado. Para nós, cada aluno é único”, diz Monica Cypriano, diretora médica assistencial do Hospital do GRAACC. Pacientes que estão em casa em isolamento devido ao comprometimento imunológico são apoiados com aulas a distância.

O ensino da Escola Móvel não substitui a escola de origem, e, sim, realiza um trabalho conjunto, o qual facilita a reinserção do aluno. As aulas são ministradas de acordo o currículo da escola onde o paciente está matriculado, sendo aplicadas no hospital as mesmas provas e atividades. A Escola Móvel entrega, ainda, um relatório sobre os trabalhos desenvolvidos durante a estada da criança ou adolescente no Hospital. Os pacientes também podem prestar vestibular ou o Enem nas dependências do Hospital. “Nossa atuação vai desde a oferta de aulas preparatórias até a solicitação da aplicação do exame no GRAACC, junto com atendimentos e recursos especializados, se for o caso, como profissional ledor ou prova ampliada para alunos-pacientes com deficiências visuais” explica Edmar Silva Santos, coordenador da Escola Móvel.

Neste ano, 19 pacientes da Escola Móvel participaram de uma cerimônia em comemoração à sua formatura no ensino médio. Destes, quatro foram aprovados em universidades públicas e particulares, e dois em escolas técnicas, após prestarem as provas no Hospital do GRAACC.