19/11/2025 as 16:20

Hospital de Cirurgia realiza primeira trombectomia de veia cava tumoral



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Hospital de Cirurgia realiza primeira trombectomia de veia cava tumoral

Mais um marco histórico foi registrado no Hospital de Cirurgia (HC). A instituição hospitalar – centro de grandes inovações – realizou a primeira trombectomia de veia cava tumoral do Brasil por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento cirúrgico, de grande complexidade e que exigiu atuação multidisciplinar, durou seis horas e envolveu a equipe vascular, no Serviço de Hemodinâmica, e a equipe de urologia, no centro cirúrgico.

Um trombo tumoral (invasão de células tumorais para dentro de um vaso sanguíneo) instalado na veia cava inferior – a maior veia do corpo – foi removido por técnica minimamente invasiva, pela equipe de vascular, conduzida por Dr. Christian Oliveira. Após essa etapa, o paciente seguiu para o centro cirúrgico para a retirada de um tumor grande, de 20 centímetros, que atingia o rim esquerdo, a adrenal (glândula do sistema endócrino, localizada acima de cada rim) e pressionava órgãos vitais.

Realizado no dia 6 de novembro, o procedimento cirúrgico evitou a necessidade de abrir a veia cava, reduzindo os riscos de morbimortalidade e garantindo uma recuperação mais segura para o paciente operado, o empresário Valmir Fontes Menezes, de 54 anos.

HC na vanguarda da medicina

Para o Dr. Christian Oliveira, o resultado do procedimento reafirma o papel do HC na inovação na saúde. “O Cirurgia, mais uma vez, como não podia ser diferente, está na vanguarda da medicina do nosso estado e do país. Realizamos a primeira trombectomia tumoral de veia cava de um paciente do SUS no Brasil”, destacou.

Ele explica que os recursos do Serviço de Hemodinâmica foram decisivos. “Através de técnicas minimamente invasivas, ou seja, sem corte, extraímos todos os trombos tumorais, permitindo que o cirurgião oncológico fizesse a cirurgia de maneira segura, sem a possibilidade de espalhar células para o resto do organismo”, afirmou. O cirurgião reforça ainda: “Conseguimos reduzir as chances de complicações da nefrectomia e, consecutivamente, um resultado de controle da doença neoplásica mais efetivo para o futuro”.

2ª etapa do procedimento

A segunda etapa da cirurgia ficou a cargo da equipe de Urologia, liderada pelo Dr. Diego Marques, que classificou o caso como um dos mais complexos já atendidos. “O paciente que operamos chegou para nós a um mês atrás com um grande tumor, que media 20 centímetros, que invadia a principal veia do corpo, fazendo uma compressão. Subia até quase próximo ao átrio, já um pouquinho atrás do fígado", relembrou.

Ele acrescenta: "E, nesses casos, as cirurgias são bastante complexas, porque, além da dificuldade de tirar todo o tumor, temos que abrir essa principal veia, o que torna uma cirurgia muito mais mórbida, muito mais trabalhosa e com muito mais riscos".

O urologista reforça que a estratégia adotada mudou o curso da operação. “Retiramos todo o tumor sem precisar abrir a veia cava, tornando a cirurgia menos mórbida, com menos sangramento, paciente estável, sem precisar tomar sangue em hora nenhuma da cirurgia”, disse.

Da angústia ao alívio

No centro dessa história está o paciente Valmir Menezes, que viveu um mês de angústia até a cirurgia. Mas, hoje, após o procedimento, ele se sente bem e esperançoso para o restabelecimento total da saúde.

“Descobri no dia 6 de outubro, através de um ultrassom abdominal total, que o rim estava com um volume de massa muito grande. Estava atingindo o fígado. Eu estava sentindo, porque a massa era tão grande que já estava empurrando o fígado. A minha barriga estava crescendo e senti um incômodo em cima da costela, na frente do estômago”, relatou.

Ele conta que agiu rapidamente: “Os médicos viram que era algo mais grave e que era caso cirúrgico e rápido. Então, dei entrada aqui no Cirurgia. Tive que correr e, graças a Deus, foi dando tudo certo. Do dia que descobri até a cirurgia foi um mês certinho”.

Gratidão ao Cirurgia

Valmir Menezes teve alta hospitalar nesta terça-feira, 18, e demonstrou gratidão pela assistência recebida no HC. “Fui bem acolhido aqui no Cirurgia, graças a Deus. Deus, primeiramente, e, segundo a equipe do Cirurgia, os médicos. Sempre fui bem tratado. Não tenho o que reclamar de nada. A minha recuperação dependeu muito desse bom atendimento da equipe todinha. Eu renasci de novo”, finalizou.