15/04/2020 as 12:42

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TB entrevista Chiquinho Ferreira

Desde a década de 80, ele atua nas rádios e tv’s de Sergipe como repórter entrevistador e radialista.

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O nosso entrevistado de hoje é Chiquinho Ferreira - radialista, publicitário e profissional em marketing político. Desde a década de 80, ele atua nas rádios e tv’s de Sergipe como repórter entrevistador e radialista. Em 1990, ingressou no serviço público como secretário de comunicação municipal e assessor de comunicação estadual. Foi assessor em vários órgãos, secretário estadual por duas vezes, destaque para o trabalho desenvolvido no Congresso Nacional. Atuou também na comunicação das pastas da Educação e Saúde. Atualmente, ocupa a função de diretor de radiodifusão da Fundação de Cultura e Arte Aperipê – FUNCAP. Profissional antenado, competente, com credibilidade e luz própria.

THAÏS BEZERRA - Qual a sua avaliação sobre o coronavírus no mundo?
CHIQUINHO FERREIRA - O mundo de fato parou. Vejo esta pandemia como um momento diferente de outras epidemias já enfrentadas. O ‘susto’ nos fez recuperar coisas e práticas há muito abandonadas por ‘falta de tempo ‘. Além disso, a fé foi resgatada em vários âmbitos e segmentos. A busca incessante, antes cercada pela individualidade, e, em muitos casos, nas ambições e projetos pessoais, se resume hoje na manutenção e luta pela própria vida e a vida também do próximo.

TB - Qual o papel dos profissionais da saúde?
CF - Mais uma vez, como em tantos outros momentos da história, os heróis da saúde vêm mostrando o que é se doar à profissão e pelo próximo, além disso, estão no grupo de risco intenso por lidar diretamente com esses pacientes e, por isso, muitos estão ficando no ‘meio’ dessa luta, se somando às estatísticas do número de vítimas dessa pandemia.

TB - Na sua opinião, os governantes foram pegos de surpresa?
CF - O mundo subestimou. Sabemos que a economia foi colocada em primeiro plano em alguns países. Alguns deles mostraram arrependimento. No Brasil, podemos ressaltar o alinhamento dos governadores pelo isolamento, colocando em prática efetivamente os decretos do Ministério da Saúde. É visível a atuação técnica e eficiente do Chefe da Pasta, ministro Luiz Henrique Mandetta, e toda sua equipe. Refiro-me à essa questão por ter estado à frente da Comunicação da Secretaria da Saúde do Estado de Sergipe durante 12 anos. Um desafio enorme. Não é à toa que a pesquisa do Datafolha mostrou 76% da aprovação dos brasileiros ao Ministério da Saúde liderado por ele.

TB - E o papel do Papa Francisco em meio a tudo isso?
CF - O Papa é de fato um cara incrível, líder de uma religião com preceitos muito fortes - um revolucionário nato. Sensível a causas importantes, com uma agenda que dialoga com o tempo e as urgências atuais, talvez, o mais importante religioso da contemporaneidade. Incisivo e objetivo, o grande exemplo é uma das suas passagens quando diz para que ‘ninguém se aproveite deste momento de dor para obter lucro’.

TB - Passado o período do Coronavírus, o que muda?
CF - Acredito que o mundo e as pessoas terão uma nova rotina de vida, na questão profissional, por exemplo, a capacidade das pessoas em se reinventar, de recomeçar, atualizar-se, com os novos hábitos de trabalho, ‘home office’ que foram desenvolvidos em várias vertentes. Cultura de maior higienização, cuidados, questões culturais a serem implantadas, como o exemplo de usar máscaras para proteção de contágios.

TB - Teremos eleições este ano?
CF - O maior prejudicado será o eleitor, em minha opinião. Não teremos lucidez, tempo e estrutura suficiente para deixar a tomada de posição, a escolha de cada eleitor distante o suficiente dos efeitos da pandemia. Aliás, nunca mais seremos os mesmos. Não importa em que nível de relação falamos. Passando esse momento, avalio que a prioridade é reestabelecer a economia do mundo e consequentemente a do nosso país, pois é através dela que iremos organizar a vida da população.