28/04/2020 as 16:48

CARTILHA

TB Entrevista: Alessander Santos Barbosa

O RR preparou recentemente uma cartilha empresarial para enfrentar esse tempo tão difícil e complicado da pandemia mundial do Coronavírus.

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O nosso entrevistado hoje é Alessander Santos Barbosa – Advogado Sócio do RR Advocacia, Mestre em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), LLM em Direito Empresarial pela FGV-Rio.

Experiente, tarimbado, integra a preparada equipe do conceituado RR Advocacia, escritório pilotado pelo querido advogado Gegeu Resende e sócios, uma referência em nosso Estado e no nordeste. O RR preparou recentemente uma cartilha empresarial para enfrentar esse tempo tão difícil e complicado da pandemia mundial do Coronavírus.

É um Guia de Possibilidades e Medidas Jurídicas para a área empresarial, com profissionais gabaritados do escritório RR, com o objetivo de auxiliar pequenos, médios e grandes empresários e quais os seus direitos. Ideia oportuna e valiosa! Pois a economia já está abalada com as medidas governamentais no Brasil e também em Sergipe. Vamos ao bate papo com Alessander Barbosa.

THAÏS BEZERRA - Como surgiu a ideia de montagem dessa cartilha empresarial?
ALESSANDER BARBOSA - A nossa firma tem uma cultura empresarial e um dos pilares dessa cultura é a ideia de fazer com que os empresários compreendam que uma crise pode, de certo modo e por certo ângulo, ser vista como um momento de oportunidade; oportunidade não só de negócios, mas de reavaliação e restruturação da sua operação; o que difere, evidentemente, de oportunismo. Assim, logo que as primeiras notícias foram divulgadas e os primeiros impactos da pandemia sentidos na economia e nos negócios, também começamos a ser maciçamente indagados por nossos clientes e amigos. A partir de então, rapidamente percebemos que poderíamos montar um material de fácil compreensão e rápida consulta, solvendo algumas dúvidas básicas e contribuindo com informações que pudessem nortear o público nesse momento tão conturbado.

TB - Você poderia destacar um pouco como funciona essa cartilha?
AB - A cartilha é um material preliminar, que mune os seus leitores de informações gerais e iniciais sobre os instrumentos jurídicos (daí o seu nome: medidas e possibilidades) que já existiam na nossa legislação, assim como os que têm surgido, para que eles saibam como se portar e que linha tomar na condução de seus negócios nessa fase de transição.

TB - Qual o público-alvo?
AB - A cartilha inicialmente criada foi a empresarial, mas também produzimos outras cartilhas, com medidas fiscais, trabalhistas e consumeristas, que podem ser aproveitadas e adaptadas para diferentes relações e realidades; mas, se tivermos que definir um público alvo, sem dúvida é o setor empresarial, enquanto gerador de riqueza e valor no exercício da sua função social.

TB - Em que momento o empresário deve procurar um advogado?
AB - O advogado deve se entender, para que assim seja visto, como um aliado do empresário e peça fundamental na solução dos seus conflitos e tomada de decisões. A partir dessa compreensão, sempre recomendamos que o advogado participe das etapas iniciais de qualquer negociação realizada em disputa de interesses. Entendemos que a tarefa do advogado, e é assim no RR, passa pelo trabalho inicial de consultor e facilitador de realização de ‘negócios seguros’, prevendo, evitando e/ou gerenciando riscos e impactos jurídicos negativos decorrentes das decisões administrativas e financeiras tomadas pelo empresário.

TB - Com a equipe trabalhando em home office como é o contato?
AB - Tem sido melhor do que o esperado. Como a situação tem atingido a todos indiscriminadamente, percebo de que a compreensão dos limites de contato pessoal estão sendo facilmente assimiladas pelos profissionais e pelos clientes. Como possuímos diversas ferramentas de vídeo chamadas e videoconferências, documentos com assinaturas eletrônicas e outros, penso que, mais do que moda, o home office será mesmo tendência.

TB - Sabemos que o momento é muito preocupante na economia. Existe uma luz no fim do túnel juridicamente?
AB - A Economia não gosta muito do Direito. São Sistemas que trabalham a partir de premissas diferentes; mas, como concluiu Niklas Luhmann, isso não quer dizer que eles são incomunicáveis. São sistemas que se ‘arranham’ e seus elementos interferem uns nos outros. Podemos demorar a sair desse ‘túnel’, e não sabemos como dele sairemos, mas as soluções jurídicas estão em construção e o Direito é veículo essencial nesse caminho. Fora do Direito só há a barbárie.